tag:blogger.com,1999:blog-65127020676870534022024-03-13T03:04:49.613-07:00As coisas nos olham...Aqui falamos um pouco de tudo...artes, comportamento, literatura, poesia e principalmente o que seja inovador, transgressor ou polêmico. Defendemos a igualdade de gêneros, abominamos discursos de ódio ou preconceito e defendemos o feminismo! Unknownnoreply@blogger.comBlogger136125tag:blogger.com,1999:blog-6512702067687053402.post-10864939937989609362023-07-16T16:42:00.005-07:002023-07-16T16:42:39.355-07:00 "La petit Anglaise"<p> <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVnE4HHrJsUMEcgklWZZYKq_RU2BQKqPiyMkxgBAeUSH8O2-C2VpJAwCyDU0UWe13nwsgURI-Q1QeF1zIdfYHMLEu4rh5O55PHzwtPAtnCzWGSLKx4rJRt6h40ppa1v6nqKe5Wxosu1XclD3N5xiPr-KLFU9MvTBcLYYO6fRCdlCN66yQhXXgV5ASF02s/s481/Captura%20de%20tela%202023-07-16%20202250.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="297" data-original-width="481" height="396" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVnE4HHrJsUMEcgklWZZYKq_RU2BQKqPiyMkxgBAeUSH8O2-C2VpJAwCyDU0UWe13nwsgURI-Q1QeF1zIdfYHMLEu4rh5O55PHzwtPAtnCzWGSLKx4rJRt6h40ppa1v6nqKe5Wxosu1XclD3N5xiPr-KLFU9MvTBcLYYO6fRCdlCN66yQhXXgV5ASF02s/w640-h396/Captura%20de%20tela%202023-07-16%20202250.png" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #2b00fe;">Jane Birkin (1946-2023) em fotograma do clipe "Je t'aime...moi non plus"</span></td></tr></tbody></table><br /></p><p><br /><span style="font-family: helvetica;">"Oh, mon amour<br />Tu es la vague, moi l'île nue<br />Tu vas, tu vas et tu viens<br />Entre mes reins<br />Tu vas et tu viens<br />Entre mes reins<br />Et je te rejoins"</span></p><p><a class="x1fey0fg xmper1u x1edh9d7" href="https://youtu.be/GlpDf6XX_j0"><span style="font-family: helvetica;">https://youtu.be/GlpDf6XX_j0</span></a></p><p><br /><span style="font-family: helvetica;">E lá se foi hoje mais uma daquelas grandes mulheres revolucionárias. "La petit Anglaise" como os franceses a chamavam, assim como nossa Rita Lee, que também nos deixou a pouco, eram aquele tipo de pessoa essencial a toda uma geração. Pessoas que romperam com barreiras, desafiaram preconceitos e, principalmente, nos fizeram sonhar! Quem (pelo menos os da geração de 1960) não curtiu momentos de paixão - ou solidão - escutando a escandalosa "Je t'aime... moi non plus". Uma espécie de versão déjà vu de "Mania de você" ? O que mais lamento é que essas pessoas que partem não deixam substitutos "a altura. E nós... vamos ficando por aqui, no meio dessa mediocridade pós moderna... </span></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6512702067687053402.post-55033912673096114842023-06-06T05:56:00.001-07:002023-06-06T06:03:17.546-07:00<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcTVlm2u40FF2WHy1z_Yjlv09nM76Xy8Ha-chtSmm00EMd44LBm2wuA2Oxe3OKKC82C8BzGajjhApIg47EpTtT9-_zjZqn_alxqqQG-L4dr6ivhQzzUqOyZvjzOcNpkMVvMr9EPbsr2WmKja0wZXmTuDmiEN14rM3VTf83aryNLTSmm1Hjv_o2jOze/s600/R-442355-1251048933.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="593" data-original-width="600" height="632" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcTVlm2u40FF2WHy1z_Yjlv09nM76Xy8Ha-chtSmm00EMd44LBm2wuA2Oxe3OKKC82C8BzGajjhApIg47EpTtT9-_zjZqn_alxqqQG-L4dr6ivhQzzUqOyZvjzOcNpkMVvMr9EPbsr2WmKja0wZXmTuDmiEN14rM3VTf83aryNLTSmm1Hjv_o2jOze/w640-h632/R-442355-1251048933.jpg" width="640" /></a></div><br /><p></p><p style="text-align: justify;"></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: helvetica;">É... Astrud se foi ontem aos 83... Não será muito
homenageada por aqui. Fo a primeira mulher a ganhar o Grammy de Música do Ano,
Superou muitos desafios por ser mulher e casada com um cara com um talento pra
música que era tão grande quanto seu ego. Inventaram que ela foi
"descoberta" pelo marido e por Tom Jobim. Não apareceu nos créditos
do álbum "Getz/Gilberto" que vendeu milhões de cópias e lançou Garota
de Ipanema mundialmente. Aliás ela recebeu apenas US$ 120,00 pela sessão de
gravação e poucos meses depois um pé na bun** do marido. Mas continuou a
carreira e lançou mais 18 discos e muitos shows pelo mundo. Morreu nos EUA,
para onde se mudou em 1963. Foi uma das maiores divulgadoras da bossa nova, mas
por aqui nunca reconheceram isso.</span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: helvetica;">Pra matar a saudade que vai ficar...</span></p><p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="343" src="https://www.youtube.com/embed/K36jVnKpC98" width="567" youtube-src-id="K36jVnKpC98"></iframe></div><br /><span style="font-family: helvetica;"><br /></span><p></p><p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6512702067687053402.post-17158320706456914462021-09-18T11:19:00.006-07:002021-09-18T11:20:44.772-07:00Erro histórico corrigido...<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwa-5iurf-NqLsIQ8ACybi3rhjtZ7SHgofVm9No636xPEW3ZEouBBXHvVFeDu1NmkTUF-9tVlYcJYp9t_j7_sDrfuOliivLxOZKU1q4aI5tnxZsQLK8HWUby_YVycmhpPFxn8p9OunApU/s2048/iphone-13-pro-gallery-2+copiar.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwa-5iurf-NqLsIQ8ACybi3rhjtZ7SHgofVm9No636xPEW3ZEouBBXHvVFeDu1NmkTUF-9tVlYcJYp9t_j7_sDrfuOliivLxOZKU1q4aI5tnxZsQLK8HWUby_YVycmhpPFxn8p9OunApU/w640-h480/iphone-13-pro-gallery-2+copiar.jpg" width="640" /></a></div><br /><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Foram onze anos de espera para ver que eu tinha razão! Em
2010 a Apple lançava o iPhone 4. O design, em minha opinião, foi o mais bonito
até hoje criado para um celular. Em 2014 a Apple lançou o iPhone 6 com o
famigerado design que perdurou sete anos. Copiado das "tendências" de
outros fabricantes e depois recopiado por estes. Levaram onze anos para
reconhecer o erro. E o belo e harmonioso design finalmente volta com o iPhone
13. Penso que tudo na vida e na natureza evolui para atingir uma forma quase
perfeita, que depois se tornará inigualável e eterna. No mundo do design essa
noção vem sendo esquecida pelo apelo de popularidade e mais vendas. Ou por
simples mau gosto dos designers. Mas felizmente alguns reconhecem o erro e
voltam à boa forma.</span><o:p></o:p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6512702067687053402.post-58331440653622669032021-05-07T18:18:00.004-07:002021-05-07T18:18:35.588-07:00Brasil e Índia, tristes coincidências...<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghAfQDZcGaDSp27MdpKTs2Q-TYTiJt6BcwsBiqaUDxzF7prBRA88IdOcZ1s7Q4IaQIpvKTZzUaEKR8Lg1fjNBE9h5mzEc68yTYhB-rMMCXXhobIpMb6srD1iBhuc6Z50MgqLsdJU9tuFA/s1000/covid-crematorium-workers-safety-.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="523" data-original-width="1000" height="334" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghAfQDZcGaDSp27MdpKTs2Q-TYTiJt6BcwsBiqaUDxzF7prBRA88IdOcZ1s7Q4IaQIpvKTZzUaEKR8Lg1fjNBE9h5mzEc68yTYhB-rMMCXXhobIpMb6srD1iBhuc6Z50MgqLsdJU9tuFA/w665-h334/covid-crematorium-workers-safety-.jpg" width="665" /></a></div><br /><p></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #0070c0; font-size: 8.0pt; line-height: 115%;">Um
trabalhador de um crematório carrega madeira para a cremação de vítimas que
morreram de Covid-19 em terreno na margem do rio Ganges, em Allahabad em
27/04/2021. Foto</span><span lang="EN-US" style="color: #0070c0; font-size: 8.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: EN-US;">: Ritesh Shukla/NurPhoto via Getty
Images.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span style="font-family: helvetica;">A escalada da epidemia na Índia reforça duas constatações
cruéis e historicamente arraigadas na atual cultura global. A divisão do mundo
em castas e a desigualdade social. A pandemia de Covid19, ao contrário de
outras epidemias e doenças transmissíveis ou não, não poupa os mais ricos. Mas
com certeza atinge de forma desproporcional as populações mais carentes e
desassistidas ao redor do mundo. Durante décadas uma pequena parte da população
mundial se acostumou confiar nos seus sólidos sistemas de saúde, acesso a medicamentos
e recursos médicos avançados e a falsa noção de segurança de que catástrofes
sanitárias, como a atual epidemia de SarsCov2, teriam ficado no passado, como a
Gripe Espanhola, que dizimou muito mais vidas, em números absolutos e relativos,
que o vírus causador da Covid. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span style="font-family: helvetica;">O mundo desenvolvido sempre virou as costas para a
desigualdade dos países mais pobres. E mesmo em seus próprios territórios a
pobreza e desigualdade social foi sempre camuflada, disfarçada e jogada para
baixo do tapete da falsa pujança econômica. Talvez por isso tenham sido pegos
de surpresa. Países com alto grau de desenvolvimento econômico estão sendo fortemente
afetados e experimentando apagões em seus sistemas de saúde. Agora a Índia
assusta o mundo com a escalada de uma segunda onda da pandemia sem precedentes
em número de mortos e casos diários de contágio. O medo do surgimento de novas
variantes mais contagiosas e letais e mesmo um senso humanitário, pautado por uma
certa etiqueta internacional, que só se coloca em movimento em casos de grande repercussão
midiática, começa a movimentar o envio de equipamentos, insumos médicos e
profissionais de saúde para tentar auxiliar uma emergência, que pelo tamanho da
população envolvida e as condições precárias de assistência hospitalar, parece
ser uma tarefa sem chances de sucesso a curto prazo.<span></span></span></span></p><a name='more'></a><span style="font-family: helvetica;"><o:p></o:p></span><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span style="font-family: helvetica;">A realidade é que a Índia, o segundo país mais
populoso do mundo, ao contrário de seu vizinho, a China, parou no tempo no que
se refere a desenvolvimento social e distribuição justa da riqueza produzida
internamente. É um país de contrastes. Produzem e exportam produtos e serviços
de alta tecnologia, principalmente na área de programação e informática, lançam
satélites ao espaço, produzem quase 80% das vacinas usadas no mundo e outros
medicamentos em larga escala. Há uma minúscula elite econômica que retém a
quase totalidade do PIB produzido. São bilionários que controlam gigantescas
multinacionais. Mas os processos de produção ainda são baseados na utilização,
em regime de quase escravidão, da vasta mão-de-obra pobre e faminta, que aceita
trabalhar por migalhas. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><span style="line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">As grandes favelas, as maiores do mundo estão dentro e
ao redor das principais cidades. Nelas famílias numerosas vivem em barracos de
lata, sem escolas, hospitais ou saneamento básico. Essas famílias, divididas
pelo abjeto sistema de castas, permanecem nessas condições a muitas gerações. O
sistema público de saúde é quase inexistente, as leis que regem as relações de
trabalho são diferentes, dependendo do regime político de cada estado e da
casta a qual pertença o trabalhador. Isso se ele pertencer a alguma. Pois mesmo
entre os sem casta, os <i>dalit</i>, ou como
o governo os denomina oficialmente “</span><i>Scheduled
Castes”,</i> também há separação entre castas mais ou menos favorecidas. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Assim, um trabalhador que limpa
fossas e recolhe excrementos humanos ou de animais é considerado inferior pelos
<i>chandalas</i>, a casta dos coveiros ou
trabalhadores dos <i>shmashānas</i>
(crematórios). Nesses locais considerados sagrados, hoje enfrentando uma
sobrecarga imensa pela quantidade de corpos a serem incinerados, vivem os <i>dombas</i> que são a casta de intocáveis responsável
por manter o fogo sagrado. Este é passado aos <i>chandalas</i> para que acendam as piras funerárias. Pela tradição hindu
o morto deve ser cremado somente com o fogo sagrado mantido pelos <i>dombas</i>, caso contrário, a alma não irá
ao paraíso. Um <i>domba</i> recebe cerca de
R$ 15 reais por cada corpo. Já o trabalhador que cuida da pira funerária, o <i>chandala</i> recebe menos, cerca de R$ 7,00.
Já o Brâmane que é de uma casta elevada, cobra cerca de R$ 1.500,00 para
recitar os versos sagrados durante a cerimônia e não corre riscos de
contaminação e nem é considerado impuro, pois não toco nos corpos. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Por conta de serem intocáveis, um
<i>domba</i> ou um <i>chandala</i> não podem, por exemplo, comprar uma motocicleta, pois
teriam que tirar a carteira de habilitação e nenhum instrutor ou autoescola
aceitam ter contato físico com eles. Por isso a cremação do corpo de um
cremador de corpos não pode ser feita no mesmo <i>shmashāna</i> (crematório) reservado para os mortos das demais castas. Esse
complexo sistema social baseados em castas que já existe a mais de três mil
anos, embora tenha sido eliminada pela constituição indiana quando da sua independência
da Inglaterra, ainda persiste fortemente na cultura e na tradição das famílias
e grupos religiosos. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">O sistema de castas divide os hindus em quatro
categorias principais: <i>Brahmins,
Kshatriyas, Vaishyas e Shudras</i>. No topo da ordem hierárquica estão os
brâmanes, que são principalmente líderes religiosos, professores e
intelectuais; acreditam que são descendentes de Brahma, um dos deuses indús. Em seguida vem os <i>Kshatriyas</i> ou os guerreiros e governantes, supostamente criados dos
braços de Brahma. Depois os <i>Vaishyas</i>,
ou mercadores, criados a partir de suas coxas. E, por último, os <i>Shudras</i>, que vieram dos pés de Brahma e
faziam todos os trabalhos braçais. Fora desse sistema de castas estão os <i>Dalits</i> ou Intocáveis. Na prática o
sistema de castas é bem mais complexo, já que as castas foram divididas em mais
de 3 mil outras castas e 25 mil sub-castas, cada uma com sua ocupação
específica.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Essa divisão, que regula as oportunidades de
ascensão social, cota de empregos, casamentos e acesso a benefícios sociais tem
uma leve semelhança, no mundo ocidental, às entidades de classe, sindicatos de trabalhadores
e mesmo organizações religiosas. Mas essa estratificação social baseada em “direitos”
de sangue, nobreza, nacionalidade, profissão, escolaridade e quantidade de
dinheiro que um indivíduo possui está presente em todas as sociedades. E de
maneira similar ao sistema que ainda vigora na Índia, pode manter uma pessoa
com o estigma da classe a que pertença, mesmo quando ela consegue subir, seja
em grau de escolaridade, posição profissional ou acúmulo de riqueza. No Brasil
poderíamos simplificar essa divisão em quatro grandes grupos. Brancos e negros,
ricos e pobres. E dentro dessas quatro categorias, outros parâmetros como a
identidade territorial (sulistas e nordestinos), profissão ou ocupação
(políticos, ocupantes de altos cargos públicos, trabalhadores comuns,
desempregados, etc.). Há ainda o preconceito e a divisão por orientação
religiosa e de gênero. </span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Como na Índia, um indivíduo negro pode galgar os
mais altos graus de educação formal, ter um excelente emprego e renda, ser um
grande empresário, mas certamente vai ser em algum momento de sua vida, vítima
de racismo direto ou velado. Direitos e privilégios também são exclusivos de
certas categorias sociais, bem como a qualidade e distribuição dos serviços
públicos e sociais. Os nobres dignitários de cargos públicos, como por exemplo,
no Congresso Nacional, tem direito a um sistema privado de saúde de alto nível.
Já a grande maioria dos trabalhadores comuns, que pagam seus salários e os
demais benefícios exclusivos, sequer possuem plano de saúde. Têm que se
resignar a morrerem à porta dos hospitais públicos sem atendimento ou dentro,
pela falta de insumos fundamentais como oxigênio e medicamentos. Morar em
locais sem as mínimas condições sanitárias e, na grande parte dos casos, sem a
presença de serviços básicos de saúde, transporte e educação. </span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Se a Índia, um pai considerado extremamente espiritualismo,
com milhares de mosteiros, de diferentes religiões, entre elas o Budismo, com
milhares de anos de existência, ainda segue amarrado a um sistema de segregação
cruel, estratificado e sem mobilidade social, o que dizer do Brasil? Um país
bem mais jovem e sem tradições milenares próprias. Formado por uma amálgama de
religiões e hábitos sociais assimilados de outros povos que aqui chegaram, em
diversos períodos, muitos destes impondo uma cultura e religião que não eram a
dos povos que aqui viviam? Povos com crenças por vezes mais humanas e voltadas
ao coletivo e a preservação da natureza, que foram e ainda são dizimados ou
obrigados a aceitar essas culturas exógenas como forma de sobrevivência? A
Índia também sofreu esse processo, mas conseguiu se libertar do colonizador. Entretanto
o estrago estava feito. O colonialismo baseado na supremacia branca europeia baseada
em um regime monárquico, com sua divisão social encontrou um terreno fértil e
adubado pela cultura estratificada e rígida das castas. </span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><o:p></o:p></span></p><p>
</p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">O povo hindu, acostumado a milênios de conformismo
e aceitação de seus direitos e deveres como forma de respeito a sua extrema
religiosidade, permaneceu apático. Os Marajás também aceitaram os colonizadores
como forma de garantir poder, ainda que limitados, status social e suas
fortunas. Exatamente como acontece em nosso país, desde os tempos do
descobrimento até os dias atuais. Vem-me a memória a fala do geografo Milton
Santos, quando falava sobre os mais ricos e a classe média muito diferente da
atual: “A globalização mata a noção de solidariedade, devolve o homem à condição
primitiva do cada um por si e, como se voltássemos a ser animais da selva,
reduz as noções de moralidade pública e particular a um quase nada”.<o:p></o:p></span></p><p><br /></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6512702067687053402.post-91085127522855943702021-05-01T18:35:00.001-07:002021-05-01T18:35:42.426-07:00A vacina Tríplice Viral (MMR) teria ajudado a frear a pandemia?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmTlkxS_FCh32KsxBRBiaqMhrLl8KO6SwlLlhkleBzGd11m7Z517HZP279o7oOc-G_JnLdXwJvWBtJP0wk6ttw5_NVgcWb0a1iDrp5vO0_HoVPLaaKNB2ZJcRD9K8YvGWLPlbDAl2q9Sk/s1366/mmr-covid-vaccine.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="1366" height="376" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmTlkxS_FCh32KsxBRBiaqMhrLl8KO6SwlLlhkleBzGd11m7Z517HZP279o7oOc-G_JnLdXwJvWBtJP0wk6ttw5_NVgcWb0a1iDrp5vO0_HoVPLaaKNB2ZJcRD9K8YvGWLPlbDAl2q9Sk/w667-h376/mmr-covid-vaccine.jpg" width="667" /></a></div><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Nos primeiros meses da pandemia
de Covid, em março de 2020, começaram a surgir nas revistas médicas,
especializadas em publicar artigos científicos, os primeiros trabalhos
mostrando evidencias plausíveis de que a imunização prévia com algumas vacinas,
regularmente aplicadas em quase todo o mundo,
especialmente a MMR (no Brasil conhecida como Tríplice Viral) produziam
forte resposta imune cruzada contra o vírus SarsCov2. Polêmicos, esses artigos
foram alvo de revisão por pares ao longo do ano de 2020. hoje, passado um ano,
quando se pesquisa o assunto "MMR and Covid" no Google, aparecem
dezenas de trabalhos já publicados. Alguns são meta-análises de outras
publicações. Em todos os trabalhos publicados, em suas conclusões finais, os
autores ressaltam que é necessário o aprofundamento dessas pesquisas, com
grupos maiores e métodos de controle científicos para confirmar os estudos
iniciais. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">A partir do segundo semestre de
2020 as notícias promissoras em relação a pesquisa e início da produção de
várias vacinas específicas contra o vírus causador da Covid19 ofuscaram o
interesse e talvez até o apoio financeiro para verificar a viabilidade de se
usar vacinas seguras, amplamente disponíveis e já testadas e aprovadas a
décadas para tentar conter a pandemia. A celeridade com que foram conduzidas as
pesquisas e testes dos novos imunizantes para proteger contra o SarsCov2 e sua
posterior aprovação para uso emergencial ou definitivo deu uma sensação de
segurança a comunidade científica e a população mundial. Mas esse excesso de
otimismo também se refletiu na previsão que se poderia fabricar em tempo
recorde os bilhões de doses necessárias para imunizar toda a população mundial
no espaço de tempo necessário para parar a doença e evitar o desenvolvimento
das variantes perigosas.<span></span></span></p><a name='more'></a><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica; text-align: left;">Hoje vemos o mundo
dividido em uma guerra de interesses econômicos e políticos e a falta de doses,
principalmente para os países mais pobres. Os poucos laboratórios que podem
produzir os novos imunizantes e as dificuldades logísticas para adaptar linhas
de produção para dar conta da quantidade astronômica de doses tem feito os
programas de vacinação, à exceção de alguns países, patinar no recebimento de
doses e na inoculação nos prazos planejados. Os consórcios formados pela
Organização Mundial de Saúde e parceiros de organismos de assistência
humanitária também não conseguem fazer com que doses suficientes das vacinas
cheguem aos braços dos mais pobres e com maior risco de enfrentarem uma
pandemia que ainda não mostra sinais de trégua. Nesse contexto, seria possível
que outros imunizantes existentes pudessem ajudar nesse combate? Será que, no futuro, a ciência perceba ter cometido um erro histórico, tendo deixado escapar uma solução efetiva e concomitante ao esforço que foi feito para livrar o mundo de uma das piores pandemias já registradas? Vejamos o que mostra
um estudo, escolhido por ter sido um dos primeiros a serem publicados. </span><span style="font-family: helvetica;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">No gráfico abaixo estão
superpostos dados da pesquisa americana publicada na Sociedade Americana de
Microbiologia (MBio), em 28/08/2020, com o título original “Analysis of
Measles-Mumps-Rubella </span><span style="font-family: helvetica;">(MMR) Titers of Recovered COVID-19 Patients”</span><a href="file:///D:/Documentos/Texticulos/cronicas%20pandemia/MMR%20e%20uma%20poss%C3%ADvel%20prote%C3%A7%C3%A3o%20contra%20covid.docx#_edn1" name="_ednref1" style="font-family: helvetica;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">[i]</span></span></span></a><span style="font-family: helvetica;">, que relata a imunidade cruzada de
indivíduos vacinados com a vacina tríplice Viral (MMR) contra o vírus causador
da Covid-19 e as taxas de mortalidade pelo SarCov2 no Brasil. Outros
pesquisadores em diversos países também vem publicando estudos parecidos. Os
resultados são semelhantes. Basta uma pesquisa rápida na internet para achar
mais de uma dezena de artigos com conclusões semelhantes. Em todos eles os autores
são prudentes ao afirmar que os resultados são promissores, mas precisariam ser
confirmados por estudos mais abrangentes e com maior número de participantes.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtqeHsv09Yaq2O1ZXTRRm0WQ1cXoSdy4ny08LyHSjAwfbEdKQS2Q3V7wLrv0FFr_c5sk0V0nmTWnHQZhix2cIGaFJbMsX4XbVo6sncROISR_84Xw8hk_Eq6lcj2YDPLiy2V4QU7uMPxEo/s1390/prote%25C3%25A7%25C3%25A3o-cruzada-da-vacina-triplice-viral-para-covid.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="757" data-original-width="1390" height="362" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtqeHsv09Yaq2O1ZXTRRm0WQ1cXoSdy4ny08LyHSjAwfbEdKQS2Q3V7wLrv0FFr_c5sk0V0nmTWnHQZhix2cIGaFJbMsX4XbVo6sncROISR_84Xw8hk_Eq6lcj2YDPLiy2V4QU7uMPxEo/w665-h362/prote%25C3%25A7%25C3%25A3o-cruzada-da-vacina-triplice-viral-para-covid.jpg" width="665" /></a></div><br /><span style="font-family: helvetica;"><br /></span><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Todos deixam claro, nas
conclusões finais, que as pesquisas não sugerem que a vacinação com imunizantes
específicos para a Covid-19 deixe de ser fundamental, mas salientam que, ante a
escassez atual de vacinas, insuficientes para imunizar toda a população, a
demora na logística de distribuição e aplicação, a estratégia de aplicação de
uma vacina alternativa (Tríplice viral), já amplamente utilizada, testada e
disponível em grandes quantidades, poderia ser utilizada como reforço para as
doenças a que se destinam e, como efeito secundário, garantir alguma proteção
contra o novo coronavírus. A vacina Tríplice viral (MMR) já faz parte do
calendário vacinal em dezenas de países, principalmente os mais pobres e
afetados por epidemias de rubéola, sarampo e caxumba. Tem produção em larga
escala e estoques regulares, além de preço irrisório, quando comparado ao valor
das doses das vacinas contra a Covid19.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Pelo gráfico podemos ver que,
tanto a incidência de casos nos Estados Unidos, quanto a mortalidade por faixas
etárias no Brasil, são substancialmente mais baixas entre indivíduos com idades
no intervalo entre um e quatorze anos de idade, seguidas de leve subida até os
dezenove anos. No Brasil, dos 160 mil casos de óbitos por Síndrome Respiratória
Aguda Grave (SRAG), segundo dados do Ministério da Saúde, ocorridos no ano de
2021, houve apenas 325 mortes entre crianças e adolescentes na faixa etária de um
a dezenove anos. Em recém-nascidos até um ano de idade foram registradas 158
fatalidades por SRAG. A partir dos 20 anos – e agora com as novas cepas em
circulação – o número de internações e óbitos crescem acentuadamente, ocorrendo
o rejuvenescimento da pandemia. A faixa etária dos 60 aos 69 anos é atualmente
a que mais registra internações e mortes por SRAG. A partir da primeira semana
de abril ouve uma queda perceptível no número de internações e óbitos de
pessoas acima dos 80 anos. Provavelmente pelo efeito da vacinação desse grupo,
que em sua maioria, já recebeu as duas doses das vacinas. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">O padrão de número de óbitos maior
entre pessoas mais idosas mudou. No Distrito Federal essa tendência é mais
clara. A soma de óbitos das faixas entre pessoas entre 70 e 79 e acima de 80
anos foi menor que a soma total de fatalidades na faixa etária de 60 a 69 anos.
Ainda no DF, segundo dados da Secretaria de Saúde, entre os 3491 óbitos por
Covid no ano de 2021, houve apenas cinco mortes entre pessoas entre zero e 19
anos. Essa tendência também se observa no total de óbitos em todo o país. As diversas
hipóteses levantadas para explicar essa discrepância acentuada na menor incidência
de casos sintomáticos e óbitos entre crianças e adolescentes até os 19 anos,
não são conclusivas e deixam lacunas. Mas nesse artigo quero focar em uma
delas. A teoria da provável imunidade conferida
por outras vacinas, em especial a Tríplice Viral (MMR). Em resumo, as pesquisas
realizadas até agora, todas fora do Brasil, mas em países diferentes, apontam
algumas hipóteses:<o:p></o:p></span></p><p class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin-left: 55.65pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;"></p><ul><li><span style="font-family: helvetica;">A imunidade cruzada, onde o sistema imunológico
fica mais fortalecido pela reação imunológica contra as doenças alvo das
vacinas para outras doenças;</span></li><li><span style="font-family: helvetica;"><span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;"> </span><!--[endif]-->A constatação, no caso da vacina tríplice viral,
que os níveis de anticorpos contra uma das doenças para as quais a vacina foi
projetada – no caso a caxumba – influenciam a proteção contra o SARsCov2; </span></li><li><span style="font-family: helvetica;">Em relação a caxumba e o sarampo foram encontradas
sequencias homólogas entre estas e as proteínas de fusão do Sars-Cov-2 e 29% de
sequencias homólogas de amino ácidos entre
o vírus da rubéola e os macro domínios (ADP-ribose-1-fosfatase) do Sars-Cov-2,
que poderia explicar um reconhecimento mais eficiente do sistema imunológico do
vírus da Covid19 assim que ele entra no organismo;</span></li><li><span style="font-family: helvetica;">Nesses estudos foi constatado que recém nascidos
até um ano, adoecem mais que crianças a partir dessa idade. Exatamente porque
elas só recebem a primeira dose de Tríplice viral aos 12 meses de idade (vide
letra B no gráfico).</span></li><li><span style="font-family: helvetica;">Após a primeira dose da tríplice as crianças
adoecem menos de Covid19 e o número de mortes cai. Aos cinco anos as crianças
recebem a segunda dose de tríplice viral (reforço) e a titulação de anticorpos
específicos para a caxumba pode chegar a 300 AU/ml (letra C no gráfico). Esses
níveis decaem gradativamente para valores de134 AU/ml (posição D no gráfico) em
um período de nove anos. E exatamente a partir dessa idade começa o aumento dos
casos de infecção grave e mortes pelo Sars-Cov-2;</span></li><li><span style="font-family: helvetica;">Embora a queda na titulação de anticorpos não
afete significativamente a proteção permanente da vacina tríplice viral para a prevenção
das enfermidades a que ela se destina, a imunidade decai com a idade. Em muitos
países são feitas campanhas de reforço quando surtos são detectados. Uma dose
de reforço é oferecida a toda população afetada, com a finalidade de evitar o
surgimento de uma nova epidemia. Recentemente no Brasil houve uma campanha de reforço
que estendeu a aplicação da tríplice para pessoas até 59 anos;</span></li><li><span style="font-family: helvetica;">Segundo o estudo citado, no início desse artigo,
quando o nível de titulação de anticorpos para caxumba cai abaixo de 61 AU/ml,
foi constatado que pessoas vacinadas com a tríplice viral passaram a apresentar
sintomas leves de Covid, evoluindo para casos moderados e graves (menos de 8
AU/ml).Outros trabalhos científicos correlacionaram casos específicos, em diversos
países e/ou grupos específicos, onde a incidência de casos e mortes por Covid19
foi inexistente ou teve menor intensidade, quando comparados com outras
populações ou locais próximos, onde a pandemia está sendo mais grave e letal. O
gráfico abaixo mostra essa correlação.</span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEht8-OLg2YOQvhsr50ykWSGN-XDW7hqiQKo9s7-xsWwKBebPWPIbSVuNaCe2u-xcyZG5remIvFMXPfeVIC29dHjWd_fWYdnDgmiYWfXXN1gjbzMeMdl0eT6jjB-6AJKFo1vbY5cN5cfZtI/s1280/severidade-vs-mmr.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; display: inline !important; font-family: helvetica; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="723" data-original-width="1280" height="350" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEht8-OLg2YOQvhsr50ykWSGN-XDW7hqiQKo9s7-xsWwKBebPWPIbSVuNaCe2u-xcyZG5remIvFMXPfeVIC29dHjWd_fWYdnDgmiYWfXXN1gjbzMeMdl0eT6jjB-6AJKFo1vbY5cN5cfZtI/w619-h350/severidade-vs-mmr.jpg" width="619" /></a></li></ul><!--[if !supportLists]--><p></p><p class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin-left: 55.65pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;"><o:p></o:p></p><p>
</p><div><!--[if !supportEndnotes]--><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Portanto seriam necessários
estudos mais aprofundados, duplo-cegos, com um maior número de participantes para
demonstrar ou descartar essa hipótese. Infelizmente talvez não vejamos esses
estudos. Na atual crise pandêmica, infelizmente e de forma antiética, estamos
vendo uma corrida por pesquisas e produção de vacinas específicas para a
Covid19 que estão gerando lucros de bilhões de dólares para diversos
laboratórios. Vários artigos tem destacado a imoralidade da recusa desses
laboratórios em abrir as patentes de fabricação das vacinas existentes,
inclusive contra os pedidos da Organização Mundial de Saúde. Destacam a
distribuição imoral de dividendos oriundos da valorização das ações desses
laboratórios aos seus acionistas.<o:p></o:p></span></p>
<span style="line-height: 115%;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Como ressaltei no
início desse artigo, talvez estejamos cometendo um erro histórico e
desperdiçando uma oportunidade de mitigar o sofrimento de bilhões de pessoas,
seja pela escassez da produção ou pelos preços cobrados pelos laboratórios, deixando
de experimentar a aplicação de uma dose de reforço, em pessoas já vacinadas, ou
o esquema de duas doses com intervalo menor em quem nunca tomou a tríplice viral.
Essas pesquisas em relação a tríplice viral e prováveis efeitos protetores
contra a Covi19 surgiram a mais de um ano. Uma campanha global de vacinação
poderia ter sido iniciada no pico da primeira onda e poderia ter contribuído para
conter as vagas subsequentes, a duração e os efeitos catastróficos em número de
vidas perdidas e danos às economias ricas ou pobres do mundo que a pandemia já
causou. E como foi citado por um dos pesquisadores, mesmo que não houvesse o
efeito observado, nas pesquisas em pequena escala, contra o SarsCov2, pelo
menos todos se beneficiariam com a proteção renovada contra o sarampo, a
rubéola e a caxumba. Doenças que ainda causam milhares de mortes, principalmente
nos países mais pobres, que ainda sofrem pela falta de vacinas mais simples e
rotineiras, quanto mais agora pela tão disputada e escassa vacina para a
Covid19.</span></div></span>
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="edn1">
<p class="MsoEndnoteText"><a href="file:///D:/Documentos/Texticulos/cronicas%20pandemia/MMR%20e%20uma%20poss%C3%ADvel%20prote%C3%A7%C3%A3o%20contra%20covid.docx#_ednref1" name="_edn1" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[i]</span></span><!--[endif]--></span></a> Link para artigo: <a href="https://doi.org/10.1128/mBio.02628-20" target="_blank">https://doi.org/10.1128/mBio.02628-20</a><o:p></o:p></p>
</div>
</div><br /><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiv1tpWTTMW-PP6cuoVjt4x5zQq_dzkmGt5Ep6HH6EKP76ZZzSKO9qL9eyRQ1ucGqHzHFBvt9byeLBdnRTUxV2lDCqCmKAymnur8GOVZKUvtF15povLeFvTr_R7rzCd-vXoWNOlRnidWAE/s1366/mmr-covid-vaccine.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><br /></a></div><br /><p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6512702067687053402.post-88634340035221012992021-04-11T11:07:00.003-07:002021-04-11T17:18:54.677-07:00Morreremos mais cedo, trabalharemos mais... outros reflexos da pandemia.<p style="text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxDk0fBaxX4tbxZGiq2pH7KVznWee4Uepc5UROd4jCVXb-kOiwXYNuS25qPyW_uKuVNoZS0FwoZbCScJdCDbAwuI9tRhseYos0CUrRZjvm2Lj8g8HIQjMv8GyR2uOUbQoDQ-AXP0tCtDA/s1024/exp-vida.jpg" style="clear: left; float: left; font-family: helvetica; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="633" data-original-width="1024" height="396" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxDk0fBaxX4tbxZGiq2pH7KVznWee4Uepc5UROd4jCVXb-kOiwXYNuS25qPyW_uKuVNoZS0FwoZbCScJdCDbAwuI9tRhseYos0CUrRZjvm2Lj8g8HIQjMv8GyR2uOUbQoDQ-AXP0tCtDA/w668-h396/exp-vida.jpg" width="668" /></a><span style="font-family: helvetica; font-size: large;">A
pandemia está causando impacto na saúde coletiva e na economia para além de
mortes e desemprego. Estudos mostram uma diminuição de até dois anos na expectativa de vida de
homens e mulheres, em vários países. As recentes alterações
nas regras de aposentadoria, baseadas na premissa anterior à pandemia, que
indicavam maior longevidade da população, devem ser revistas? Leia a seguir.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Um
estudo feito pela Universidade de Harvard em parceria com a Universidade
Federal de Minas Gerais<a href="file:///D:/Documentos/Texticulos/cronicas%20pandemia/Morreremos%20mais%20cedo.docx#_edn1" name="_ednref1" style="mso-endnote-id: edn1;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 11pt; line-height: 115%;">[i]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> aponta
que a pandemia de Covid-19 reduziu em quase dois anos a expectativa de vida do
brasileiro ao nascer. A redução varia levemente entre os estados da federação. O
Distrito Federal teve uma queda de 3.68 anos na taxa, a maior no Brasil. A
expectativa de vida dos brasileiros (média entre homens e mulheres), que
mantinha uma tendência de crescimento por anos consecutivos, passou de 76,6
anos em 2020 para prováveis 74.6 anos, quebrando a série positiva. O fenômeno
não é visto no apenas no Brasil. Outros países do mundo já detectaram essa
tendência. Nos Estados Unidos a redução foi menor, cerca de um ano de vida. A
quantidade de fatalidades causadas pela pandemia tem colocado por terra décadas
de esforços em todo o mundo, através de investimentos em saúde e medicina
preventiva, no sentido de aumentar a longevidade das pessoas. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Esses
números provavelmente vão impactar também a taxa de fertilidade. Segundo o
segundo o neurocientista
Miguel Nicolelis, podemos ter mais mortes do que nascimentos em 2021. Agora, em
março de 2021, em alguns estados e cidades brasileiras, houve mais óbitos que
nascimentos. Em relatório divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a região
Sudeste teve, pela primeira vez, mais mortes que nascimentos. <span></span></span></p><a name='more'></a><span style="font-family: helvetica;"><div style="text-align: justify;">E que a doença tem capacidade de
mudar a configuração da população brasileira. A letalidade aumentou muito a
população em plena fase produtiva, atingindo a força de trabalho. Na faixa
etária de 30 a 39 anos, o número de casos aumentou 1.218,33%, e 1.217,95% entre
quem tem de 40 a 49 anos. Já entre os que tem de 20 a 29 anos, a letalidade
aumentou 872,73%. Se a pandemia continuar avançando, a população brasileira
poderá sofrer um fenômeno, que estava previsto para começar em 2043, onde o
Brasil teria cerca de 235 milhões de pessoas e começaria a registrar redução contínua
e gradual da população.</div><o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Os
impactos disso na economia e na vida social serão muitos. Com a taxa de
fertilidade em queda há várias décadas, estando hoje em torno de 1,7 filhos por
casal, o Brasil vê sua população envelhecer. Com menos pessoas jovens e mais
idosos, no futuro serão necessários mais leitos em hospitais, em abrigos para
idosos e mais pessoas trabalhando como cuidadores. Os setores produtivos terão
menos mão-de-obra disponível. Com menos crianças, a educação terá que ampliar a
oferta de formação e qualificação de adultos jovens, para ocupações que requerem
cada vez mais profissionais especializados. Com menos nascimentos e menos
crianças, o sistema educacional também deverá migrar. Os estabelecimentos de
ensino fundamental e os docentes que neles atuam, terão que ser requalificados
para uma formação que atue mais na formação de técnicos de nível médio. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Nesse
momento todos os esforços têm sido dedicados, com propriedade, para estancar a
progressão da doença no mundo e diminuir os números de mortos e doentes curados
que ficarão com sequelas de longo prazo ou permanentes. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>E é o correto a ser feito. Paralelamente,
outras ações tentam reduzir os impactos econômicos e sociais na vida das
pessoas e empresas. Tentam evitar o colapso econômico e financeiro que se
sucede a grandes catástrofes. Os danos perdurarão por anos ou décadas,
ameaçando o combate a desigualdade, a fome e ao desemprego. Os sistemas de
saúde pública terão que ser revistos para evitar, em crises futuras, o colapso
que se observa agora. A falta de profissionais de saúde, em diversas áreas,
seja pelo número expressivo de mortes de médicos, enfermeiros e auxiliares e
pela aposentadoria ou afastamentos de longo prazo causados pelo estresse físico
e psicológico exigirá a formação de novos profissionais. Dentre todas as
profissões, a formação de especialistas nessa área é uma das mais demoradas e
caras. Em média são necessários de sete a oito anos para que um estudante
esteja apto a exercer sua função. Isso não levando em conta os anos posteriores
de experiência adquirida com a atuação e a especialização.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Também
os sistemas públicos e privados de previdência e assistência social serão
impactados. Durante a pandemia em muitos países a atenção básica à saúde está
sendo prejudicada. Milhares de tratamentos e cirurgias para doenças crônicas,
degenerativas e outras com alta incidência na população estão sendo deixados em
segundo plano. Seja pelo risco de exposição ao vírus em clinicas e centros
hospitalares, seja pelo deslocamento de equipes inteiras para os setores de atendimento
de urgência ou medicina intensiva. Depois da epidemia controlada, muito mais
pessoas voltaram ao atendimento de suas doenças preexistentes com grau de
agravamento maior. Exigindo mais recursos médicos e de reabilitação e mesmo de
aposentadorias precoces ou definitivas. Não se podem deixar de lado também as
sequelas psicológicas que já acometem pacientes recuperados e profissionais de
saúde. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Por
outro lado, o desemprego, o fechamento de muitos estabelecimentos
comerciais e industriais deixarão centenas de milhões sem emprego. Muitas
dessas vagas serão fechadas de forma definitiva, reflexo das mudanças de
hábitos de consumo e pela forma como os consumidores se acostumaram a fazer
compras. Não é sem motivos que as grandes corporações de comercio eletrônico tiveram
um crescimento recorde durante a pandemia. Grandes fabricantes de bens de consumo
passaram a vender diretamente ao consumidor seus produtos. Tirando da cadeia de
distribuição as lojas de varejo e representação comercial. Mesmo tendo
experimentado crescimento esses setores, por suas características de otimização
de custos, empregam menos pessoas que o sistema de vendas tradicionais de lojas
de rua. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">O
trabalho remoto em home office, que já era pensado antes da pandemia, se
consolidou de forma definitiva. Muitos escritórios comerciais serão fechados, gerando
retração dos negócios imobiliários, construção civil e manutenção predial. Postos
de trabalho, para pessoas com baixa qualificação, que atuavam nos serviços de
suporte nesses escritórios e prédios, deixarão de existir, aumentando ainda mais o desemprego
em uma parcela da população que não terá acesso às novas vagas criadas na
economia digital, por falta de qualificação adequada. Algo parecido com a
indústria agropecuária, que mesmo tendo aumentado a produção de alimentos,
passou a empregar o uso extensivo de máquinas e processos de produção
automatizados, encerrando postos de trabalho no campo, que tradicionalmente
empregavam também mão-de-obra pouco qualificada. Processo que resultou na
migração de grande número de pessoas do campo para a periferia das cidades, vivendo
em aglomerações sem as mínimas condições de salubridade e assistência médica e
social, aumentando os números da miséria, da fome e da evasão escolar. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Os
gastos com assistência emergencial a esses grupos já vinha aumentado antes da
pandemia e só tende a se agravar no futuro. A fome e a miséria, que vinham
sendo combatidas a passos lentos antes da pandemia, com resultados modestos, experimentam
escassez de recursos. Os países ricos, às voltas com o combate dos efeitos
econômicos da pandemia em seus territórios, diminuíram as doações para os
organismos internacionais e organizações humanitárias. É preciso criar
urgentemente emprego e formas de geração de renda para bilhões de pessoas
vivendo em situação de pobreza e desigualdade social. Mas um novo modelo de
inclusão deve ser pensado. A ideia não é nova. A relação predatória entre o
capital e o trabalho está presente na sociedade humana provavelmente desde o
início da civilização. Os modelos econômicos vigentes nunca funcionaram
adequadamente. Inclusive estão diretamente ligados, seja de forma direta ou
indireta, a atual pandemia. Trabalho mal remunerado, concentração de riqueza, crescimento
não sustentável, degradação do habitat, poluição, extermínio de culturas e
sociedades que detinham saberes milenares de produção e sustento de suas
comunidades mantendo a proteção ao ecossistema onde estavam inseridas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Mas
gostaria de terminar esse artigo focando em um dos problemas que abordei. A previdência
social. Nas últimas décadas diversos países, inclusive o Brasil, fizeram
mudanças profundas nas regras de concessão de benefícios, seus valores e
principalmente no tempo de trabalho e contribuição e idade mínima para o
trabalhador conseguir se aposentar. Assunto polêmico. O principal ponto de discórdia
e insatisfação sempre foi o aumento no limite de idade para concessão dos benefícios. Em todos os estudos econômicos, que levaram a aprovação dessas
mudanças, havia a premissa que a expectativa de vida do ser humano havia
aumentado, como consequência de melhores condições de vida e dos avanços na
medicina preventiva e curativa. O fato em si é verdadeiro, embora as condições
para esse aumento de longevidade fossem distribuídas de maneira não uniforme
entre toda a população. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">No
Brasil, na recente reforma da Previdência, a idade mínima para aposentadoria
para homens passou de sessenta para sessenta e cinco anos. E para as mulheres
essa idade mínima, que era menor, vai gradativamente aumentar, se igualando a
dos homens daqui a alguns anos. Nos estudos apresentados no projeto, posteriormente aprovado, estava previsto que nos próximos anos a expectativa de
vida média do povo brasileiro ultrapassasse os oitenta anos. Quando foi
aprovada a nova lei da previdência a expectativa média entre homens e mulheres
era de 76 anos. Se os estudos que citei ao início estiverem corretos, hoje esse
valor deve ter caído para os 74 e pode cair ainda mais dependendo do impacto
ainda incerto no número de mortes até que se consiga controlar a pandemia. A
extinção da modalidade de tempo mínimo de contribuição, para os que ingressarem
agora no mercado de trabalho, fará com que um jovem que comece aos 18 tenha que
trabalhar e contribuir durante 47 anos para se aposentar. E depois poderia
desfrutar do descanso remunerado, mesmo levando em conta que conseguisse viver
até os 80, por apenas 15 anos. Não parece justo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Em
se confirmando a queda de dois anos ou mais nessa média, esse tempo de descanso
será no máximo de 10 anos. Por outro lado, mesmo os que já trabalhavam e contribuíam
antes da aprovação das novas regras, com os pedágios que foram inseridos na
nova lei, terão que trabalhar mais que os 35 anos mínimos anteriores e ao invés
de se aposentarem aos 60 anos de idade vão ter que esperar, no mínimo, completarem
62 anos. Com isso ficarão mais tempo em seus empregos no mercado de trabalho. Atualmente
com mais de vinte milhões de desempregados e um número provavelmente maior de
pessoas ocupando trabalhos informais (e portanto) não contribuindo para a previdência
social, sendo uma boa parcela constituída de jovens em busca do primeiro
emprego, situação que tende a se agravar mais com a demora em se controlar a
pandemia, precisaremos criar novos postos de trabalho em quantidade e velocidade
que não poderemos alcançar, em virtude da situação econômica do país e do baixo
crescimento do PIB que se projeta para os próximos anos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><br />
A solução dos auxílios emergenciais, embora tenha ajudado a mitigar a crise e
garantir, pelo menos um pouco mais de comida mesa dos mais pobres, não
resolverá o problema a médio e longo prazo. Por ser uma verba de caráter emergencial,
não prevista no Orçamento Geral da União ou nas previsões de investimento e
crescimento de anos passados, ajuda a aumentar o déficit das contas publicas e
necessita de aprovação em caráter excepcional pelo Congresso Nacional. Uma
solução possível e justa seria a redução temporária dos critérios atuais de
idade<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>e outras condições para requerimento
da aposentadoria, para as pessoas que já completaram a idade e os tempos
mínimos de contribuição anteriores à promulgação da nova Lei da Previdência Social.
Situação que poderia ser revista daqui a alguns anos quando a economia do país
voltasse a crescer em níveis adequados. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Tal
medida é justa também do ponto de vista da saúde física e emocional, que se
deteriora rapidamente como efeito dos danos causados pela pandemia.
Principalmente para os profissionais de saúde e outros trabalhadores, que
durante essa atual crise, foram obrigados a continuar trabalhando, mesmo em
condições insalubres e perigosas, por força de suas ocupações. O número de
mortes, afastamentos por problemas físicos e psicológicos, principalmente dos
que trabalham na linha de frente ao combate a pandemia, é expressivo. Mesmo
depois de controlada a pandemia, problemas psicológicos, afastamentos por
problemas de saúde, não apenas causados pelo vírus, mas pelo estresse, vão
diminuir a qualidade e expectativa de vida dessas pessoas. Nada mais justo que
possam se aposentar em um tempo menor que o atual.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Além
disso, um programa bem implementado de aposentadoria, baseado na redução temporária, da idade
mínima de concessão dos benefícios, criaria imediatamente milhões de postos
de trabalho para os mais jovens e desempregados. Provavelmente o argumento dos
planejadores econômicos do governo seria de que tal medida criaria impacto e
mais déficit na Previdência. Mas se levarmos em conta os gastos com programas
de assistência, anteriores até à pandemia, a desempregados e pessoas em
situação de pobreza, aos gastos com afastamentos do trabalho por auxílio doença
e ao próprio déficit previdenciário pela diminuição da arrecadação de
contribuições, face ao número de pessoas desempregadas que estão sem
contribuir, somados aos benefícios do acesso, da parcela atualmente fora do
mercado consumidor e ao consumo de bens e serviços, por não terem renda, criaria
um crescimento sustentado da economia e aumento da produção de bens duráveis e
não duráveis e bens de capital. E o imposto gerado nessas transações
sustentaria o aumento dos gastos previdenciários com essas aposentadorias fora das
regras atuais. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Não
se pode esquecer que poucos anos atrás os geógrafos e estatísticos já haviam alertado
que o Brasil estava entrando em uma janela demográfica causada pela diminuição
de nascimentos e consequente estabilização do crescimento da população. Que o Brasil
deveria aproveitar essa janela, onde seriam necessários menos recursos na educação
pré-escolar e do primeiro ciclo (por haverem menos crianças) e concentrar
esforços na capacitação de jovens e adultos, preparando-os para um mercado de
trabalho mais exigente. E também que o investimento estatal na geração de novos
empregos poderia diminuir, pois com a estabilização do crescimento da
população, o foco mudaria para a manutenção e melhorias salariais e competências
dos já empregados. Esse movimento se traduziria pela inserção do Brasil no
mercado produtor de bens e serviços com maior valor agregado, para que
passássemos da condição de importadores de produtos com alto grau de tecnologia
para exportadores desses bens, diminuindo a necessidade de exaurimento e
degradação ambientais causadas pela extração e exportação de produtos e
commodities in natura, com baixo valor de troca.<o:p></o:p></span></p>
<div style="mso-element: endnote-list;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><br /></span></div><!--[if !supportEndnotes]--><hr size="1" style="text-align: left;" width="33%" />
<!--[endif]-->
</div><div style="mso-element: endnote-list;"><div id="edn1" style="mso-element: endnote;"><p class="MsoEndnoteText" style="text-align: left;"><span style="font-family: helvetica;"><a href="file:///D:/Documentos/Texticulos/cronicas%20pandemia/Morreremos%20mais%20cedo.docx#_ednref1" name="_edn1" style="mso-endnote-id: edn1;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">[i]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <span style="mso-no-proof: yes;">CASTRO, M. C. et al (9 de Abril de 2021). <i>Redução
na Expectativa de vida no Brasil após a Covid-19.</i> Acesso em 10 de Abril de
2021, disponível em medRxiv:
https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2021.04.06.21255013v1.article-info</span></span></p></div></div><div style="mso-element: endnote-list;"><div id="edn1" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText" style="text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
</div>
</div><br /><p></p>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6512702067687053402.post-44200138719779579182021-04-09T20:57:00.002-07:002021-04-10T08:08:42.739-07:00Os lucros bilionários (e imorais) por trás das vacinas e da pandemia<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-QsJgDCtjePngCOjecdntKNbyB6siHKcRf0eTbsXOY6qylS7HCLAc174xPK5AJJhXjEUDnXJyJcaReeTUPFxWHn1NZXp4syn4HEgKX3MfnnvRVMsv-Hv-i5qf3xEZAB4ccaXvQtZKd5s/s934/bolsa-vacina.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="580" data-original-width="934" height="398" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-QsJgDCtjePngCOjecdntKNbyB6siHKcRf0eTbsXOY6qylS7HCLAc174xPK5AJJhXjEUDnXJyJcaReeTUPFxWHn1NZXp4syn4HEgKX3MfnnvRVMsv-Hv-i5qf3xEZAB4ccaXvQtZKd5s/w664-h398/bolsa-vacina.jpg" width="664" /></a></div><br /><p></p><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Mesmo quando o mundo enfrenta um
problema sério e comum a lógica do capitalismo globalizado e sem fronteiras e
os interesses políticos se colocam acima do bem comum que é a saúde dos
habitantes do planeta. </span><span style="font-family: helvetica;"> </span><span style="font-family: helvetica;">Vidas humanas e a
obrigação ética da solidariedade não tem vez quando o dinheiro e o poder falam
mais alto. A indústria farmacêutica sempre soube que vacinas não são um bom
negócio. Vacinas são geralmente baratas e aplicadas uma ou duas vezes em cada
indivíduo. Ao contrário, remédios mais caros, principalmente os mais modernos,
serão usados muitas vezes por cada paciente. Lucro de bilhões de dólares garantidos.
Vacinas, principalmente voltadas para doenças que afetam os países mais pobres
são sempre subsidiadas por governos e instituições filantrópicas. Só dessa
forma o custo de pesquisa e produção e os riscos de eventuais fracassos passam
a interessar os fabricantes de medicamentos.<span></span></span></p><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Muitas doenças e epidemias foram
controladas e mesmo erradicadas no planeta desde a invenção das primeiras
vacinas. Dessa forma as quantidades hoje necessárias são bem menores, usadas em
campanhas de reforço ou durante o surgimento de focos de certas doenças. A consequência
desse desinteresse em um produto que não dá lucro fez com que muitas fábricas
de vacinas fossem fechadas em vários países. Países como a China, a Índia e
mesmo o Brasil se tornaram então grandes produtores e exportadores de vacinas,
principalmente para países mais pobres e mesmo para as altas demandas locais.
Isso só foi possível com apoios financeiros governamentais em pesquisa e compra
garantida da maior parte da produção.<span></span></span></p><a name='more'></a><span style="font-family: helvetica;"> <o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Os laboratórios multinacionais
que negociaram patentes ou cederam tecnologias o fizeram, como disse antes, por
falta de interesse em manterem a produção em fábricas que seriam mais rentáveis
produzindo medicamentos de uso contínuo, mais caros e com grandes margens de
lucro. Esse fato nos leva a atual pandemia de Covid, onde países ricos como a
Alemanha, os Estados Unidos e a Inglaterra, apesar de ser sede de grandes
laboratórios de pesquisa e produção de medicamentos, estejam agora tendo que
depender de outras nações para obterem as quantidades milionárias de doses dos
novos imunizantes que necessitam com urgência. De acordo com os últimos dados
da OMS, mais de 700 milhões de doses já foram administradas pelo mundo. Mas 87%
delas foram para os países ricos e as grandes economias emergentes, entre elas
o Brasil. Já os países mais pobres do mundo receberam apenas 0,2% das vacinas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Alguns países com grande poder econômico
chegaram a fechar contratos de compra de vacinas suficientes para imunizar quatro
vezes o total de sua população. A guerra de vacinas e a forma desigual de
distribuição que estamos vendo hoje no mundo todo, prejudicando principalmente as
nações mais pobres, é resultado direto dessa logica perversa de mercado. Hoje
nenhum laboratório detentor das patentes das novas vacinas contra o SARSCov2
aceitam abrir mão das patentes e dos ganhos com direitos intelectuais. Os
acordos e contratos firmados entre estes e grandes fábricas da China e da Índia
prevê que parte da produção tenha que ser enviada para os para os países ricos
detentores das patentes. Além disso, o preço final dessas vacinas é determinado
pelos acordos comerciais envolvidos e pela lógica gananciosa de lucro. Afinal
essas empresas são controladas por grandes investidores que negociam suas ações
no mercado financeiro.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">O caso mais emblemático na crise
atual de escassez de vacinas que afeta não apenas o Brasil mas mesmo as
economias mais poderosas do mundo – e aqui vale ressaltar que não se trata de
quantidades adquiridas, mas da capacidade dos laboratórios em entregar o que
venderam – é o da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford. Inicialmente
a instituição havia declarado que iria ceder a patente para qualquer empresa
que quisesse fabricar o novo imunizante descoberto. Um acordo inicial foi
firmado com o Instituto Serum da Índia. Mas poucos meses depois, em uma
reviravolta surpreendente veio a notícia que a AstraZeneca havia obtido um
acordo de exclusividade de comercialização e produção firmado entre a
Universidade De Oxford e uma startup criada dentro da universidade por um casal
de cientistas pesquisadores, que foi financiada com verbas públicas da
Universidade e de fundações como a de Bill Gates (Bill e Melinda Gates Foundation),
chamada Vaccitech. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">O acordo inicial entre a
universidade inglesa e a empresa indiana de vacinas, foi alterado pela
AstraZeneca de modo a dar poderes a esta última para gerir a exportação e
determinar o preço de venda das vacinas. Pelo acordo, metade da produção poderia
ser comercializada pela AstraZeneca para países fora do consorcio global de
vacinas Covax Faccility. Isso diminuiu pela metade a oportunidade dos 92 países
pobres que assinaram o acordo capitaneado pela OMS. Para piorar as coisas o
governo indiano declarou como de interesse soberano o bloqueio parcial de
exportações das vacinas produzidas pela Serum para atender a campanha de
vacinação interna. A Índia tem hoje o terceiro lugar em número de mortos pela
pandemia e luta com um aumento crescente de casos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">O Brasil também está sendo
prejudicado por esse bloqueio de doses prontas e também pela dificuldade de importação
do ingrediente ativo (IFA) para a produção de doses pela Fiocruz, que tem tido
problemas também com a linha de produção e envaze. O problema se reflete também
nos países europeus, com a União Europeia pressionando a AstraZeneca a entregar
as doses prometidas e já compradas pelos países membros e agora proibindo a exportação,
para países fora da comunidade, das vacinas produzidas nas plantas fabris
situadas na Holanda, Bélgica, Itália e Alemanha. Mesmo a Inglaterra que possui
uma unidade de produção e que saiu recentemente do grupo de países membros, tem
sido pressionada a exportar para a Europa parte da produção. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Pelo que se vê hoje, parece claro que quase
todas as farmacêuticas com vacinas prontas ou em fase final de testes andaram
fazendo promessas de prazos de entrega e volumes que não conseguem cumprir.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Por outro lado, países que
apostaram na vacina Coronavac produzida na China, como o Brasil, Chile, Turquia
e Indonésia, também enfrentam dificuldades para recebimento de doses compradas
e, no caso brasileiro, de recebimento do ingrediente ativo (IFA), para produção
local (pelo Instituto Butantã) por conta da pressão do governo chinês sobre a
fabricante para que a produção seja priorizada para o programa interno de vacinação.
Na União Europeia alguns países membros pressionam para comprar diretamente da
Rússia a vacina Sputinik V, mas enfrentam o ceticismo da Agencia Europeia de
Medicamentos em aprovar o imunizante. A relutância se deve não apenas a desconfiança
da veracidade e transparência dos estudos clínicos como também por questões
diplomáticas envolvendo o bloco e o presidente russo Vladimir Putin. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Aqui no Brasil, questões
políticas e burocráticas também emperram o acordo firmado entre a empresa farmacêutica
União Química e o Fundo Soberano Russo para iniciar a produção local do imunizante
e compra de doses prontas. Em resumo, em todo o planeta se vêm questões
financeiras, políticas e científicas prejudicado bastante a distribuição
igualitária e acessível financeiramente para que as vacinas já disponíveis
cheguem aos braços dos cidadãos aflitos por se protegerem da catástrofe da
pandemia. E quanto mais pobre e sem recursos for o país mais difícil fica a
situação. Apesar de vários países liderados pela Índia estarem pressionando a
ONU e a Organização Mundial de Saúde pela quebra das patentes das vacinas em
virtude da situação de calamidade global, a resistência de governos,
laboratórios farmacêuticos e seus investidores tem se negado a negociar o
assunto. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Paradoxalmente essa posição na
defesa das patentes e propriedade intelectual é sustentada e fortemente
influenciada pelo maior doador de recursos para pesquisas e fornecimento de remédios
e vacinas para os países mais pobres – Bill Gates, o segundo homem mais rico do
planeta – que acredita fortemente na propriedade intelectual como geradora de
recursos para investimentos em pesquisas científicas e atividades filantrópicas
de ajuda a países sem recursos. A lógica é questionada por muitos críticos que
vêm a Fundação Gates - pesada investidora em vários projetos de vacinas, entre
eles o Gavi e o CEPI - como uma defensora dos direitos tradicionais de patentes
para as companhias farmacêuticas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">No obscuro universo da economia
globalizada dominada por investidores como o próprio Gates e outros bilionários
filantropos, o que se vê é um emaranhado de holdings, fundos de participação e
empresas de tecnologia que detêm grande parte dos capitais bilionários do
negócio global de medicamentos e pesquisa científica de novas drogas. E não se
pode esquecer que muito dinheiro público dos contribuintes que esperam esses
medicamentos e vacinas também está nebulosamente associado a esses investimentos
privados. E agora, além de terem financiado, como contribuintes, o investimento
em pesquisas, vêm seus governos tendo que gastar vultosas somas do orçamento público
para pagar por essas vacinas e remédios que, no final, mesmo sendo distribuídos
“gratuitamente” aos cidadãos, acabaram custando o suor do trabalhador para o
pagamento de impostos que compõem grande parte do orçamento público de seus
países.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Todos que conseguem receber sua
dose da vacina contra a Covid saem dos locais de vacinação aliviados e
agradecidos. Devemos agradecer muito aos profissionais de saúde que trabalham turnos
de até 12 horas em pé vacinando, muitas vezes setecentas pessoas por dia. Haja
punho. E a todos os médicos, enfermeiros e técnicos que tem trabalhado de forma
sobre-humana, com parcos recursos e correndo, eles mesmo, grande risco de vida.
Centenas de milhares deles já morreram no mundo todo. As pessoas que recebem a
vacina querem se certificar que todo o líquido salvador da seringa foi injetado
em seus braços. Com razão, já que aconteceram algumas fraudes. Mas deveriam
também pensar também nos lucros bilionários desse processo de vacinação. Apesar
de não pagarem nada pelas vacinas que recebem, deviam entender que já pagaram,
e bem caro por elas. E que seus governantes não lhes fazem favor algum.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Que além da vacina, saem das pontas das
agulhas bilhões de dólares que serão injetados em poucas economias globais e no
bolso de um punhado de pessoas que controlam essas economias. Algumas centenas
de super-ricos que detêm mais recursos financeiros que a soma das posses de
todos os mais de sete bilhões de habitantes do planeta. </span><o:p></o:p></p><br /><p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6512702067687053402.post-32630477253407953642021-04-05T19:47:00.005-07:002021-04-05T19:47:36.919-07:00Tic-tac-tic-tac... ainda é possível desarmar essa bomba?<p><span style="font-family: helvetica;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: helvetica;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8yVpsOrJVqSHMFyixaWPgz0k4JnXi1NwQQbrfXGvWdxFjZYCD0Tv2qa8DDN6XFtIth9dmPQCfFHa-L5a0d_QpSs_Kyyu25Lh7a-l4j3bC0u-nMrlEt5tHpofhUu2JzLjApZ2n1U_645o/s1366/tic-tac.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="1366" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8yVpsOrJVqSHMFyixaWPgz0k4JnXi1NwQQbrfXGvWdxFjZYCD0Tv2qa8DDN6XFtIth9dmPQCfFHa-L5a0d_QpSs_Kyyu25Lh7a-l4j3bC0u-nMrlEt5tHpofhUu2JzLjApZ2n1U_645o/w665-h360/tic-tac.jpg" width="665" /></a></span></div><span style="font-family: helvetica;"><br /> </span><span style="font-family: helvetica; text-align: justify;">A pandemia de Covid não está só levando milhões de
vidas e deixando tristeza e muitas famílias sofrendo perdas irreparáveis. A
pandemia está derretendo não apenas economias fortes e estáveis, mas dizimando países
que já vinham sofrendo décadas de desigualdades e miséria. Em comparação a
2019, o número de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza pode aumentar em
120 milhões de indivíduos. Esse número é baseado na premissa que a economia
global comece a se recuperar em 2021. O que é pouco provável, se considerarmos
que a pandemia não mostra sinais claros de arrefecimento, principalmente devido
à escassez de vacinas e a dificuldade enfrentada por muitos países em controlar
o aumento de casos e índices de transmissão.</span><span style="font-family: helvetica; text-align: justify;">
</span><span style="font-family: helvetica; text-align: justify;">Como é o caso do Brasil.</span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Nesse cenário, mais pessimista e realista, a
perspectiva de longo prazo é que metade dessas pessoas, cerca de 60 milhões,
pode permanecer permanentemente na situação de miséria extrema. Isso significa
que o avanço, mesmo que pequeno, na diminuição da pobreza, conquistado desde
2018 seja perdido e que, em 2030 esse número seja ainda maior que os existentes
em, antes da pandemia. As previsões
mostram ainda que as maiorias dessas pessoas estarão em países da África.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Quando se trata de recuperação econômica e proteção
aos cidadãos, nas economias mais ricas, os gastos e investimentos, feitos por
esses países com ajudas financeiras em prol da diminuição da pobreza para as
nações mais pobres, em valores de 2018, representa cerca de 1% do total que
será gasto pelos países ricos para conter os danos causados pela pandemia.
Estima-se que cerca de U$ 13 trilhões de dólares serão investidos, contra pouco
mais de U$ 130 bilhões que foram gastos com ajudas aos países mais pobres.<span></span></span></p><a name='more'></a><span style="font-family: helvetica;"><o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Porém mesmo nos países mais ricos e com maior qualidade
de vida, a desigualdade social está presente e é responsável por um número
expressivo de pessoas também vivendo na miséria ou em condições bem diferente
dos cidadãos mais ricos. Se o montante gasto com o alívio dos danos causados
pela pandemia é muito desproporcional nas ajudas oferecidas aos habitantes das
áreas mais ricas e as mais pobres do planeta, assim são as vacinas e os
recursos de assistência médica.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">A imensa maioria das mortes causadas pela Covid 19,
em todo o planeta, está entre as pessoas mais pobres e vulneráveis. Seja na
Inglaterra, que possui um bom sistema de saúde pública (NHS) ou na África Subsahariana,
onde estão os cinco países mais pobres do mundo (República Democrática do
Congo, Moçambique, Uganda, Ruanda e Zimbábue). A pandemia do coronavírus
escancarou as profundas desigualdades sociais no mundo inteiro. E elas são
raciais, geográficas e políticas.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Em todos os países do globo pessoas são segregadas
por sua nacionalidade ou etnia, pela cor da pele, pelo idioma, pelas crenças religiosas
ou posições políticas. O são também por seu género e orientação sexual. Médicos
e cientistas têm alertado e denunciado as diferenças nos padrões de contágio,
severidade e morte de pacientes admitidos ou não em unidades hospitalares. A severidade da doença e a taxa de letalidade
é agravada por fatores como doenças preexistentes como diabetes, doenças
cardiovasculares, doenças pulmonares, hipertensão e obesidade.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Essas pessoas, apesar de serem pacientes de alto
risco, muitas vezes porque não receberam ao longo da vida e desde a infância
assistência médica adequada. Muitas não receberam vacinas, mesmo as mais comuns
e a maioria nunca teve acesso a alimentação adequada e mesmo em quantidade
suficiente. Geralmente moram em unidades familiares superlotadas e em muitos
locais sem as condições básicas de higiene, como água potável ou rede de
esgotos. Vão crescendo, envelhecendo com patologias que poderiam ser evitadas
ou curadas se tivessem tido acesso a tratamentos médicos e medicamentos
adequados. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">São também pessoas que vivem como emigrantes legais
ou ilegais na periferia de centros urbanos. Ou em comunidades mais afastadas,
porém carentes de recursos, como campos de refugiados e assentamentos de
deslocados por guerras ou pela crise climática. Muitas dessas pessoas são as
que, inclusive estão fora das estatísticas de infectados e mortos pela
pandemia, pois adoecem, se curam ou acabam falecendo sem sequer chegar a um
centro médico. Os números oficiais da pandemia em todo o planeta não são
precisos e são apontados como subnotificados por muitos pesquisadores e
entidades de saúde e ajuda humanitária.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Os que mais correm riscos adoecem e morrem são os
trabalhadores em situação de subempregos, trabalho temporário, autônomos e os
desempregados. A maioria não se qualifica para trabalhos remotos, para ajudas
financeiras durante os confinamentos seja pelos empregadores ou pelos governos
quando se encontram sem trabalho. Tem que fazer a escolha entre ficarem em casa
e não terem o que comer ou como pagar suas contas ou se arriscarem em trabalhos
sem nível de proteção adequado, viajando em transportes públicos superlotados.
Em muitas situações as crianças não tem acesso a aulas remotas e se continuam
frequentando as aulas podem adoecer e levar a doença para seus pais.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Nesses tempos de agravamento da pandemia ainda vejo
muitas declarações de que pessoas e países, ricos ou pobres estão engajados em
combatê-la porque ela afetaria ricos e pobres. Ao contrario de certas doenças
endêmicas negligenciadas por falta de ajuda financeira e humanitária por não
acometerem as economias mais ricas. Mas isso não é verdadeiro. Basta ver a
distribuição desigual das doses de vacinas pelo mundo e a diminuição da ajuda
humanitária, que vem ocorrendo no último ano de pandemia. Hoje temos uma guerra
política e econômica em torno das vacinas. Países com vacinas sobrando e outros
que nem iniciaram a vacinação.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Até mesmo os organismos criados para a distribuição
de vacinas de forma mais igualitária e acessível, que deveria beneficiar as
nações mais pobres, tem se visto envolvidas em polêmicas e dificuldades para
fazer as doses chegarem aos braços dos mais necessitados. A aliança COVAX
Facility, criada pela Organização Mundial de Saúde, e as parcerias
público-privada GAVI (The Vacine Alliance) e CEPI (Coalizão para Inovações em
Prevenção de Epidemias), tem sido acusadas de ceder a pressões políticas e
financeiras. Por trás dessas três instituições estão as mãos de grandes
entidades filantrópicas e doadores bilionários. A mais conhecida é a Fundação
Bill e Melinga Gates, criada e administrada pelo casal dono da Microsoft. Bill
gates é atualmente o segundo homem mais rico do planeta. </span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Sem dúvida que é louvável o trabalho, o empenho e
os bilhões de dólares doados por essas instituições e outros bilionários para
ajudar no combate a pobreza e a doenças endêmicas na parcela mais pobre da
população mundial. Mas o modelo econômico dessas instituições e os contratos de
ajuda e financiamento em ações diretas e pesquisas cientificas ainda adota a
velha e distorcida lógica do capitalismo. O exemplo mais recente é o caso da
vacina desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Oxford (Jenner
Institute) com uma parte substancial das verbas garantidas pela fundação de
Bill Gates.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">A intenção inicial dos pesquisadores daquela
universidade era doar os direitos da patente, de forma gratuita e pública, para
governos e empresas que quisessem fabricar a vacina. Uma primeira parceria foi
firmada com o Instituto Serum da Índia. Esse laboratório é o maior fabricante
de vacinas do mundo. Cerca de um mês depois da assinatura do contrato, por
orientação e influencia de Bill Gates e de sua fundação, a Universidade de
Oxford deu um passo atrás e resolveu firmar um contrato de exclusividade de
direitos com a multinacional britânica AstraZeneca, que assinou um novo
contrato com a Serum. A partir daí as coisas tomaram um rumo não previsto e
criaram um impasse na distribuição de vacinas.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Pelo novo contrato a Serum ficaria responsável por
produzir para todos os países pobres elegíveis pelo consórcio GAVI (coordenado
pela OMS). Esses 92 países escolhidos representam metade da população do
planeta (cerca de 4 bilhões de pessoas). E somente a Índia, incluída entre
esses, ficaria com cerca de 35% da produção (por conta do critério de número de
habitantes). Mas uma cláusula não oficial permitiria que a Índia ficasse com
50% da produção para uso doméstico. Nesse contrato também há uma clausula que
permite a AstraZeneca aprovar ou não a venda para outros países não listados no
contrato, como a Inglaterra e o Canada. Não é justo que esses países, que já
compraram de outros fabricantes doses mais que suficientes para imunizar todos
os seus cidadãos, tirem a oportunidade dos países mais pobres de receberem suas
doses. </span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Mesmo porque a AstraZeneca, agora detentora
exclusiva dos direitos da vacina de Oxford, possui outras fábricas fora da Índia
onde também está produzindo essas imunizantes. Diversos países, entre as nações
mais ricas também estão comprando praticamente toda essa produção. Não apenas
desse laboratório, mas dos outros que estão fabricando vacinas. A Organização
Mundial de Saúde está vendo seus esforços em criar a Aliança de Vacinas Covax
patinar. E não tem tido sucesso na criação de um tratado, mesmo que temporário,
para permitir a quebra de patentes das vacinas já descobertas e de outras em
fase de pesquisa e testes. Entre os que se opõem a essa iniciativa estão países
ricos, que já conseguiram comprar imunizantes suficientes para vacinar mais de
uma vez todos os seus habitantes e, paradoxalmente, outros que não tem doses
suficientes para uma vacinação rápida e efetiva, como o Brasil. Esse
desequilíbrio, além de fazer aumentar o número de casos nas áreas mais pobres
do planeta, vai também contribuir para aumentar as desigualdades econômicas e a
pobreza.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Infelizmente as pressões políticas têm influenciado
tanto quanto as questões econômicas, na distribuição dos imunizantes. Os atrasos
para envio ao Brasil de vacinas prontas e ingredientes para produção (IFA)
local do imunizante da AstraZeneca no Brasil são uma retaliação do governo
indiano que pediu e não recebeu de nosso país o apoio na quebra das patentes. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>É preciso entender que o planeta nunca esteve tão
interconectado e dependente de equilíbrios frágeis, entre os diversos sistemas
que o mantem. Sejam sistemas econômicos, políticos ou ambientais. Os modelos
atuais apontam para um futuro sombrio. A ciência tem avisado. Resta saber
quando as nações e seus cidadãos vão perceber e aceitar esses avisos. O relógio
do fim do mundo continua seu tic-tac impassível. Mas talvez ainda haja tempo de
desarmar essa bomba. </span><o:p></o:p></p><br /><p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6512702067687053402.post-9779372005416672842021-04-01T08:43:00.001-07:002021-04-01T08:44:34.001-07:00Teorias da conspiração... Covid fugido de laboratório? Acho que não!<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5-pzJHkO8uiQgjzAKEI8BgIIMyj0R1jjH_v_jymXYFVXtthAWuS-G4yWa36ytXwH7aV287uPKA9WPa52YymVp_jkXs3tnEy1q5EjLTnd2G-sXVyrjttDROUmgTbL_31rH9XqZOyVeUss/s1366/covid-lab.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="1366" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5-pzJHkO8uiQgjzAKEI8BgIIMyj0R1jjH_v_jymXYFVXtthAWuS-G4yWa36ytXwH7aV287uPKA9WPa52YymVp_jkXs3tnEy1q5EjLTnd2G-sXVyrjttDROUmgTbL_31rH9XqZOyVeUss/w669-h360/covid-lab.jpg" width="669" /></a></div><br /><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Embora possa ser algo factível –
um vírus fugir de um dos muitos laboratórios de pesquisa científica oficiais ou
secretos – dificilmente seria o caso do SARSCoV2. Há muitos outros fatos,
facilmente documentados, verificados e disponíveis abertamente para pesquisa,
que permitem conclusões muito mais plausíveis e, inclusive, previstas há mais
de uma década, sobre a hipótese de grandes pandemias causadas por patógenos conhecidos
e outros ainda desconhecidos, por causas diversas. A maioria dos avisos foi
dada por cientistas virologistas, ambientalistas, médicos e até economistas. Esses
alertas contemplaram e ainda se referem aos danos ao meio ambiente causados
pelo homem, como o desflorestamento, as experiências transgênicas, a poluição ambiental,
o efeito estufa sobre o clima e as agora bastante visíveis mudanças climáticas resultantes
dos fatores anteriores. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Para quem tem disposição de ler,
fora do contexto das notícias rasas dos jornais e mídias sociais e das
inevitáveis fakenews, na web se encontram em domínio público, milhares, senão
milhões de artigos científicos e reportagens investigativas sérias sobre esses
assuntos. Basta procurar do jeito certo e nas fontes fidedignas. Nesse artigo
vou falar de coisas aparentemente sem nexo como hábitos de consumo, sustentabilidade,
animais exóticos e outros nem tanto e a relação entre esses temas. Como uma
sucessão de eventos levou aos caos mundial anunciado dessa atual pandemia. E como
isso tudo ainda pode piorar.<span></span></span></p><a name='more'></a><span style="font-family: helvetica;"> <o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Começo pelo ator principal dessa
tragédia global: o SARSCoV2, que também é chamado, de forma equivocada, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>de coronavírus, ou Covid (a doença que ele
causa), pois o nome coronavírus se refere a família da qual ele faz parte. Conhecida
como <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Coronaviridae</i>, seus integrantes são
compostos de uma cadeia de RNA, que pode ser traduzida imediatamente por uma
célula hospedeira, em uma nova cópia desse mesmo vírus. Infecta anfíbios,
pássaros, aves e mamíferos. Entre os tipos que podem infectar seres humanos são
conhecidos sete deles. As epidemias mais conhecidas causadas por esses
coronavírus foram a SARS (2002-2004 na China), a MERS (2012 no Oriente Médio) e
a atual SARS-CoV2, que se iniciou na China em 2020 e está espalhada pelo mundo.
Todos os três vírus são geneticamente bem parecidos entre si e a outros
coronavírus que, por enquanto só infectam animais como os morcegos, seus
principais hospedeiros e reservatórios atualmente conhecidos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">A pergunta de um bilhão de
dólares é saber qual mamífero, fora os morcegos, ou talvez, até esses, passaram
o SARSCov2 para os humanos. O SARSCoV2 já foi detectado em morcegos, pangolins,
civetas, gatos, tartarugas, ferrets, macacos,<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>cachorros, hamsters, búfalos, vacas, ovelhas, porcos e em pombos. Ou
seja, a lista é enorme. E as incertezas são muitas. Em um artigo recente,
segundo Frutos et al. (2020)<a href="file:///D:/Documentos/Texticulos/cronicas%20pandemia/Teoria%20da%20conspira%C3%A7%C3%A3o.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 11pt; line-height: 115%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
os autores dizem que é preciso parar de culpar os pangolins ou outros animais
silvestres pela transmissão do SARS-CoV2 aos humanos. Eles sustentam que muitos
outros fatores decorrentes do comportamento humano, riscos ambientais e
exploração não sustentável de recursos naturais propiciam um meio adequado para
que zoonoses causadas por patógenos, antes restritas aos hospedeiros na vida
selvagem, acabem passando para os humanos, através de adaptações e mutações, em
anos ou mesmo décadas de contatos e contágios não detectados. Exatamente como
vemos hoje, em um espaço de tempo relativamente curto, o surgimento das novas
variantes do SARSCoV2. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Nesse caso uma das hipóteses
sugeridas pelos autores, é que o contato próximo entre as espécies de
coronavírus que infectam os diversos animais já citados, sem detrimento de outros
ainda não detectados e humanos em diversos ecossistemas e locais do planeta, durante
décadas levou ao surgimento de uma mutação em um deles que foi altamente
favorável ao contágio extremamente elevado que vemos na pandemia atual. E isso pode
ser apenas a ponta do iceberg. Segundo virologistas, diversos outros vírus e
bactérias são potenciais candidatos a novas pandemias graves, nos anos
vindouros, se a destruição dos habitats de certas espécies de animais continuarem
no ritmo de degradação atual. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Chegamos então no ponto onde os
hábitos de consumo da sociedade humana moderna, a transformação das florestas
em terras agricultáveis ou pastagens, a pressão dos mercados internacionais de
alimentos e bens de consumo, o poder de mobilidade geográfica das populações, o
turismo não sustentado e a poluição do planeta, todos esses fatores causados
pelas atividades humanas desreguladas e não a vida selvagem em si são os principais
riscos que os humanos causam a si próprios.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Estudos científicos têm mostrado
como os hábitos alimentares e de consumo de bens dos povos ocidentais têm
impactado na derrubada de florestas. Um interessante estudo conduzido pelos pesquisadores
Nguyen Tien Hoang e Keiichiro Kanemoto<a href="file:///D:/Documentos/Texticulos/cronicas%20pandemia/Teoria%20da%20conspira%C3%A7%C3%A3o.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 11pt; line-height: 115%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
, do Research Institute for Humanity and Nature (RIHN), em Kyoto no Japão,
correlaciona a derrubada de árvores das florestas a diversos produtos consumidos
pelos cidadãos com maior poder aquisitivo em países europeus e nos Estados
Unidos. Eles estimam que cada consumidor ocidental em países com alto poder
aquisitivo é responsável pela derrubada de quatro arvores a cada ano nas
florestas de todo o planeta.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">O estudo é o primeiro a fazer uma
correspondência abrangente entre mapas de alta resolução do desflorestamento
global a uma ampla gama de commodities importadas por cada país ao redor do
mundo. Assim demonstram, por exemplo, que o chocolate tão apreciado por ingleses
e alemães é um fator determinante para a destruição de florestas nativas na
Costa do Marfim e em Gana. A carne bovina e a soja importada pelos Estados
Unidos, União Europeia e pela China resultam na destruição das florestas no
Brasil. Os apreciadores de café nos EUA, Alemanha e Itália são uma causa
significante de desflorestamento na região central do Vietnã, enquanto a
madeira bruta ou beneficiada demandada pela China, Coréia do Sul e Japão causa
a perda de árvores no nordeste vietnamita. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A lista continua. Frutas e castanhas da Guatemala,
borracha da Libéria, madeira do Camboja são largamente exportados para os
Estados Unidos. Óleo de palma e produtos agropecuários importados pela China
são responsáveis pela derrubada de árvores na Malásia. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Os danos irreparáveis nas
florestas tropicais e outras zonas de mata ao redor do planeta, além de
afetarem o clima, põem em risco não apenas as populações dessas áreas afetadas.
Todo um ecossistema é destruído com reflexos que vão desde as mudanças
climáticas, extinção de espécies e surgimento de novas epidemias e pandemias.
Aumento da fome, desalojamento de populações nativas, guerras civis motivadas
pela dominação de territórios lucrativos. Chegamos ao ponto de, com nossos hábitos
de consumo não sustentáveis e exagerados a nos colocar também em risco. Somos,
ao mesmo tempo, predadores e predados.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Ligando mais diretamente esse
consumo humano não apropriado a algumas espécies de animais silvestres,
notadamente os já citados no início desse artigo, temos o risco direto de
produção de epidemias de difícil controle. Como já foi dito, a criação de
camelos no norte da África, para produção de carne e exportação para países do Oriente
Médio, aproximou o contato de mais humanos com esses animais, resultando na
epidemia MERS-CoV (Síndrome Respiratória do Oriente médio) em 2012. O consumo
de carne de pangolins (o mamífero mais traficado do mundo) e uso do animal para
fins medicinais, já causou contaminação, mesmo em pequena escala, com os mesmos
sintomas da Covid19 em habitantes de algumas cidades na China. A tal
oportunidade que os coronavírus precisam para pularem para os humanos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">A criação em larga escala de
civetas em cativeiro, na ilha de Sumatra (Indonésia), para produção do refinado
café Kopi Luwak, que chega a custar U$ 3.000 o quilo, coloca os produtores do
grão e demais habitantes do arquipélago em risco, pela proximidade com o animal
originário das florestas e reservatório natural de um tipo de coronavírus.
Morcegos são manipulados por coletores e produtores de guano (fezes do animal) –
usado como fertilizante e para produção de medicamentos - havendo inclusive
criações em cavernas artificiais na China e Vietnã. São apreciados também como
alimento em algumas regiões. E os morcegos são hospedeiros e reservatórios de
vários coronavírus e outros patógenos. Além disso, podem viajar longas
distâncias, são encontrados em quase todo o planeta e facilmente adaptáveis nos
ambientes urbanos. Gatos selvagens e domésticos caçam morcegos. E coronavírus já
foram isolados do sangue dos bichanos, inclusive há casos reportados de gatos
domésticos que foram infectados pelos seus donos com o novo coronavírus. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Outros animais de estimação como gatos,
cachorros, tartarugas, ferrets, e hamsters e macacos também são hospedeiros de
coronavírus. Vamos incluir na lista porcos, búfalos, bois e vacas e ovelhas criados
extensivamente em áreas previamente ocupadas por florestas ou matas nativas e
temos uma tempestade perfeita: milhões ou mesmo bilhões de interações entre
humanos e animais selvagens ou domésticos que são, ou podem se tornar,
reservatórios de uma quantidade ainda incerta de coronavírus e suas várias
cepas querendo apenas uma única oportunidade de se tornarem viáveis na transmissão
entre humanos. Depois, é só uma questão de tempo, desconhecimento ou descaso
para se disseminarem de maneira descontrolada como estamos vendo agora. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Como sugere o título desse
artigo, é muito mais fácil acreditar na ciência e entender que nosso modo de
conviver com o planeta nos coloca em risco como espécie, além de todo o ecossistema.
Acreditar que um vírus escapou de um laboratório ou foi produzido como arma
biológica é mais confortável e nos faz sentir menos culpados por tanta
devastação e sofrimento. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Mas a ameaça
real, o pior vírus é mesmo o comportamento humano ganancioso e irresponsável. E
tudo o que queremos agora é voltar ao tal normal. Sair de nossas tocas, onde
fomos acuados pela nossa própria irresponsabilidade com o planeta, para fazer tudo
igual. Mas esse normal nunca foi natural. O novo normal, de que alguns falam,
nunca realmente será. Pois certamente o queremos como uma espécie de adaptação
confortável do normal antigo. Uma parte muito menor da humanidade tem esse
sonho insano de ser como um Rei Midas antes da desilusão, transformando tudo
que tocamos em ouro para ver que, no fim morreremos de inanição. Ou como no
romance de Ghoete, doutores Fausto sonhando com a obtenção de gozos impossíveis
para depois suplicar a absolvição e entrada no Paraíso. Termino esse artigo
citando uma das falas do Dr. Fausto na cena I do quadro V:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: helvetica;">“FAUSTO<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: helvetica;">Entendamo-nos bem. Não ponho eu
mira<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: helvetica;">na posse do que o mundo alcunha
gozos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: helvetica;">O que preciso e quero, é
atordoar-me.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: helvetica;">Quero a embriaguez de
incomportáveis dores,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: helvetica;">a volúpia do ódio, o arroubamento<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: helvetica;">das sumas aflições. Estou curado<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: helvetica;">das sedes do saber; de ora em
diante<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: helvetica;">às dores todas escancaro
est’alma.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: helvetica;">As sensações da espécie humana em
peso,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: helvetica;">quero-as eu dentro em mim; seus
bens, seus males<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: helvetica;">mais atrozes, mais íntimos, se
entranhem<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: helvetica;">aqui onde à vontade a mente minha<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: helvetica;">os abrace, os tacteie; assim me
torno<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: helvetica;">eu próprio a humanidade; e se ela
ao cabo<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: helvetica;">perdida for, me perderei com ela.”<o:p></o:p></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><div style="text-align: center;"><span style="font-family: helvetica;"><br /></span></div><!--[if !supportFootnotes]--><hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: helvetica; font-size: x-small;"><a href="file:///D:/Documentos/Texticulos/cronicas%20pandemia/Teoria%20da%20conspira%C3%A7%C3%A3o.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> FRUTOS,
Roger et al. <span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">COVID-19: Time to
exonerate the pangolin from the transmission of SARS-CoV-2 to humans. </span>Estados
Unidos: NCBI, 2020. Disponível em: <a href="https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7405773/">https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7405773/</a>
. Acesso em: 31 mar. 2021.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: helvetica; font-size: x-small;"><a href="file:///D:/Documentos/Texticulos/cronicas%20pandemia/Teoria%20da%20conspira%C3%A7%C3%A3o.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="mso-ansi-language: EN-US;"> <span lang="EN-US">HOANG, Nguyen Tien, e KANEMOTO,
Keiichiro. Mapping the deforestation footprint of nations reveals growing
threat to tropical forests. </span></span>Kyoto: RIHN, 2021. Disponível em: <a href="https://www.nature.com/articles/s41559-021-01417-z">https://www.nature.com/articles/s41559-021-01417-z</a>
. Acesso em: 31 mar. 2021.</span><o:p></o:p></p>
</div>
</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6512702067687053402.post-24326836478704893292021-03-22T19:44:00.001-07:002021-03-22T19:44:33.074-07:00O inimigo invisível e uma guerra sem vencedores...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiZi-1dYHNb5XtGftkNeA3rimWot39y61kck_T0mRy9iOyytOB22ZCNCQ0I6PC8gudf95JD3p1lV1rpMMiwkPB2TSpHlAsAmRQXwFFZkWwgG_S1gO6ZVQ7A5SdNSHhNZQ-WLIRrJWVedA/s1366/COVID-WAR.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="1366" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiZi-1dYHNb5XtGftkNeA3rimWot39y61kck_T0mRy9iOyytOB22ZCNCQ0I6PC8gudf95JD3p1lV1rpMMiwkPB2TSpHlAsAmRQXwFFZkWwgG_S1gO6ZVQ7A5SdNSHhNZQ-WLIRrJWVedA/w681-h360/COVID-WAR.jpg" width="681" /></a></div><br /><p><br /></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">D<span style="text-align: justify;">urante séculos, senão em toda a
história da humanidade, os gastos de recursos com a autodefesa, frente a
qualquer ameaça a sobrevivência de nossa espécie, levaram a escolhas de como
gerir os meios de subsistência, de forma a equilibrar esses recursos sempre limitados,
na balança de sucesso ou fracasso na manutenção da vida. Numa comparação
simplória, para os primeiros humanos, gastar materiais combustíveis para
preparar alimentos ou iluminar a entrada do abrigo para afastar as feras, usar
a madeira para fazer o fogo ou esculpir lanças, alimentar melhor os guerreiros
e caçadores do que os mais velhos ou as crianças para garantir indivíduos mais
fortes para a caça ou para a defesa do grupo deviam ser questões muito
discutidas dentro das comunidades.<span></span></span></span></p><a name='more'></a><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Essa equação permanece a mesma,
milhares de anos depois. Não importando que hoje os recursos e conhecimentos de
que o homem dispõe tenham se aperfeiçoado e multiplicado em uma escala quase inconcebível.
Da fogueira a lança esculpida com pedras afiadas aos sistemas de vigilância por
satélites ou mísseis balísticos intercontinentais, apesar do imenso
conhecimento acumulado necessário para se conceber e construir esses sistemas e
artefatos, a balança que deve regular os gastos entre defesa - em tempos de
guerra ou paz - e o orçamento para manter a sobrevivência e a qualidade de vida
de nossa espécie continua pendendo para um ou outro lado. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Diversos países ao longo da
história chegaram a gastar tanto com armas e guerras que acabaram por sucumbir
à miséria e fome de seu povo. Muitos outros apostaram no aperfeiçoamento das
relações diplomáticas e doutrinas não beligerantes como forma de defesa. Com isso
puderam investir os recursos que amealhavam no desenvolvimento da saúde, alimentação
e educação de seu povo. Essa relação danosa ou positiva aparece em diversos
graus em países com diversos níveis de riqueza. Temos países com elevado PIB e
renda per capta com cidadão vivendo quase na miséria. Assim como o contrário. Mas
esse medo atávico do desconhecido, do inimigo declarado ou oculto, assim como a
inclinação a obtenção de mais poder e riquezas à custa de guerras, invasões e
dominação de outros povos ainda subsistem na mente humana. Hoje em dia não
apenas pela guerra real, mas, sobretudo pelas guerras comerciais. Dentro da essência
do capitalismo, que regula a movimentação das riquezas, está implícita a
necessidade da existência do combate, do orgulho de ser vencedor e da
humilhação do derrotado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Mas em 2020, no meio de discussões
e insatisfações de muitas nações, organismos multilaterais e pensadores da
cultura sobre as mudanças profundas nas relações entre nações, capital e
desenvolvimento sustentável, como forma de evitar uma catástrofe futura,
causada principalmente pelo desequilíbrio dos ecossistemas e as consequências climáticas,
um inimigo desconhecido e inesperado nos levou a um estado de guerra mundial. A
extensão e gravidade desse novo conflito mundial tem tal magnitude, envolvendo
todas as nações do planeta, que seria equivocado a denominarmos de uma Terceira
Guerra Mundial. Pois se trata de uma guerra onde o inimigo comum não é nem
humano e não há uma nação hostil a querer dominar outros países. Para a
denominarmos assim teríamos de numera-la como talvez a Quinta Guerra, sendo a
primeira a Peste Negra do século XIV, a segunda a que a história conhece como a
Primeira entre 1914 e 1918, a Terceira sendo a epidemia da Gripe Espanhola em
1918 a quarta de 1939 a 1945 (Segunda guerra Mundial) e a quinta atual pandemia
de Covid19.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Mas tal classificação é inoportuna
e desproporcional. Se olhássemos pelo número de mortos, a pandemia da Peste Negra
foi a mais letal, seguida da Gripe Espanhola, da Primeira Grande Guerra, da
Segunda e finalmente da epidemia atual. Quanto à destruição física de países
inteiros e cidades, a Segunda Guerra foi a mais devastadora. Quanto ao critério
do colapso econômico, talvez a Primeira Guerra tenha sido a mais danosa.
Porque, inclusive, a miséria e a ruptura dos tímidos serviços de amparo social
que estavam se estabelecendo ao final do século XIX, foram responsáveis pela
disseminação rápida e descontrolada da gripe espanhola e as cicatrizes
políticas e econômicas e o sentimento de vingança e reparação acabariam por
fomentar, duas décadas depois, a Segunda Grande Guerra.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">A epidemia de Covid19 não deixa,
portanto de ser uma guerra. Mas trata-se de um conflito com características intrínsecas
e, ao mesmo tempo, diversas, mesmo quando comparada às outras duas grandes
pandemias. Penso que se trata de um resultado cumulativo de fatos e condições
que remetem ao prato desiquilibrado da balança que apresentei no início desse
artigo. Se fosse resumir de maneira simplista, diria que ela é o resultado do
medo do inimigo desconhecido que morava nas trevas das noites dos homens das
cavernas. A extrapolação de uma necessidade necessária e razoável de proteção
da própria existência, levada a extremos pelos subterfúgios da mente sempre
fantasiosa, por vezes irracional do ser humano. Sinto-me tentado a simplificar novamente
meu pensamento falando de números. Os números das guerras. As reais e o
confronto que o mundo trava contra um vírus novo e cheio de artimanhas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Paradoxalmente o mundo entrou em
uma corrida armamentista sem escalas após a Segunda Guerra Mundial. Fatias cada
vez maiores do orçamento de muitos países eram solicitadas por presidentes e
assessores militares para supostamente se prepararem para um possível terceiro
conflito mundial ou simplesmente como forma de, mostrando poderio militar
superior, dissuadir os inimigos a um ataque. Foi a época da guerra fria, que
embora fosse liderada pelos estados Unidos e pela extinta união soviética,
influenciou a política de defesa e compra armamentos de em diversos países. As
tecnologias desenvolvidas durante a Segunda Guerra e posteriormente, elevaram o
nível de sofisticação e letalidade das armas e sistemas de defesa. O custo
desses equipamentos, devido à alta tecnologia envolvida cresceu consideravelmente.
Os EUA até os dias de hoje foi o país que mais gastou e gasta seu orçamento
interno com uma parcela significante de investimento em defesa e armamentos.
Despende o triplo dos gastos feitos pela China, que ocupa o segundo lugar na
economia global. Segundo levantamento de 2019 foram mais de 730 bilhões de
dólares, cerca de 4% do PIB. A China vem em segundo lugar com 261 bilhões que
representam cerca de 2,5% do seu PIB. O Brasil, apesar de aparecer sempre nos
últimos lugares, em indicadores de desenvolvimento econômico e sociais mais
importantes, e tendo caído do 6º para o 12º lugar no ranking dos maiores PIBs
mundiais, aparece em 11º entre as nações que gastam mais com defesa e
armamentos, superando países como Israel, Itália e Canadá. Em 2019 o total
global estimado com gastos em defesa e armamentos chegou a quase 2 trilhões de
dólares. Para comparação esse valor é maior que o PIB brasileiro. Se
dividíssemos o valor total gasto no mundo com armamento e defesa pelo numero de
habitantes do planeta, isso significaria cerca de U$ 250/ano por pessoa ou U$
0,68 por dia. Atualmente, no mundo, cerca de 2,6 bilhões de pessoas vivem com
menos de U$1,00 por dia. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O mundo vem falhando sistematicamente há
séculos em combater as desigualdades. Se antes do surgimento do pensamento
humanista, que ensaia os primeiros passos no final do século XVIII, com as
revoluções que interromperam os ciclos de privilégios dos feudalismos e dos regimes
monárquicos, os séculos XX e XXI viram esses movimentos se tornarem mais ativos
e terem mais voz. Mesmo com a facilidade de propagações de ideias e movimentos propiciados
pela melhoria e agilidade dos meios de comunicação e o surgimento da internet,
a desigualdade ainda está longe de ser resolvida. Os desmatamentos para
atividades de mineração, agropecuária e exploração de recursos das florestas,
visando suprir uma parte privilegiada da humanidade, fez o homem entrar em
contato com doenças e patógenos que viveram milênios contidos nos reservatórios
naturais dentro de áreas antes inabitadas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">A pandemia do Coronavírus é um
desdobramento desse desequilíbrio. Há uma relação indireta entre as epidemias
causadas por vírus de diferentes linhagens, como os causadores das gripes
aviárias e suínas. Alguns pesquisadores teorizam que o abate em massa de aves e
porcos para evitar a propagação entre as criações em diversos países levaram a
redução da oferta de produtos in natura e industrializados provenientes desses
animais. Na China se cogita que o consumo de animais silvestres aumentou
durante e depois da gripe suína, levando os mercados, principalmente nas
cidades do interior a ofertarem carnes de animais silvestres como o pangolim,
do qual se suspeita terem vindo os primeiros casos de contaminação do coronavírus.
O manuseio e consumo dessas espécies facilitou a passagem do vírus dessas
espécies para humanos. A redução das florestas no sudeste asiático fez com que
várias espécies de morcegos, hospedeiros primários de alguns dois oito tipos de
coronavírus conhecidos, passassem a habitar as matas e casas das cidades
próximas a essas áreas desmatadas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">No caso da síndrome Respiratória
Aguda do Oriente Médio (Mers-Cov) o contato do homem com o camelo deu origem às
primeiras infecções passadas de animais para humanos. As primeiras infecções
surgiram na Arábia Saudita, país com longa tradição na criação de camelos.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Mas já foram detectados surtos no Quênia,
país que atualmente tem a maior população de camelos do mundo. Mais uma vez o
que levou pastores e agricultores daquele pais a intensificaram a criação
desses animais foi o desequilíbrio do clima e a pobreza. As secas constantes
naquele país africano dificultaram a criação de bovinos. Os camelos, pela
resistência maior a viverem em ambientes sem oferta regular de água e sua
longevidade, levaram a um maior investimento em sua criação. E em testagens
realizadas nesses animais mostrou que, não apenas eles, mas seus criadores, já possuíam
no sangue anticorpos para o Mers-Cov. O risco desse vírus causar uma pandemia preocupa
cientistas que monitoram a doença. Camelos e morcegos são os hospedeiros
conhecidos, mas pode haver outras espécies. A transmissão entre humanos já
acontece. E a letalidade e taxa de transmissão é ainda mais alta que a do
Covid19.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Com a pandemia atual de Covid, a
ponta desse iceberg foi revelada. Existem muitos inimigos ocultos na natureza
em desequilíbrio constante e progressivo que podem causar mais estragos do que
o Covid19. E os gastos para combater esses inimigos e tentar ganhar essa guerra
são desproporcionalmente altos. Segundo os dados ainda sendo compilados a
maioria dos países, que tradicionalmente gastam as maiores somas em sistemas de
defesa e armas, já gastaram ou vão gastar de 3 a 4 vezes mais recursos de seu
PIB no combate direto a doença e em planos de recuperação econômica. O déficit
nos EUA pode chegar a U$ 5,7 trilhões de dólares até 2030. A Inglaterra gastará
só em 2021 mais de U$455 bilhões de dólares coma pandemia. No Brasil esse custo
deverá ser de U$ 100 bilhões. Ou seja, o custo para combater um inimigo em uma
guerra impensável há um ano, em todos esses países citados e, de modo geral,
nas demais maiores economias do mundo, será cerca de 4 a 7 vezes maior que o
custo em armas e defesa. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Nessa Guerra Mundial atual nenhum
canhão será disparado. Nenhum míssil nuclear lançado, nenhum soldado dará um
tiro. É uma guerra silenciosa, mas não menos mortal que as outras. Os danos a
economia e programas de assistência social e financeira aos cidadãos, empresas
e ao próprio sistema financeiro serão sentidos por décadas. A recuperação será
lenta, pois os estragos atingiram todos os países do mundo. E não podemos
esquecer que todas elas ainda estavam se recuperando ou permaneciam
deterioradas pelos reflexos da crise global de 2008. O desafio é maior ainda
quando se coloca na balança que os estragos causados ao meio ambiente e ao
clima já faziam pressão em quase todas as economias do mundo para diminuírem ou
alterarem os meios de produção e atividades econômicas mais poluentes para
tentarmos salvar o planeta de uma catástrofe cada vez mais visível e eminente –
a permanente alteração climática – que, segundo os mais pessimistas pode, muito
mais que o Coronavírus ameaçar a existência da vida humana em nosso planeta. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Penso que mesmo essa pandemia não
vai alterar a forma de pensar e agir dos seres humanos e seus governos. O que
mais se fala hoje é num retorno a um normal que nunca existiu e nunca poderá
ser como era. Vejo com pessimismo a criação de uma consciência global de ajuda
mútua que mude radicalmente a maneira como temos vivido. Um pacto para
reconstrução do meio ambiente degradado, a erradicação da fome e da miséria, a
diminuição da desigualdade entre os povos. Pensando em uma nova era de paz
permanente entre os povos, mesmo o desvio total dos investimentos em defesa,
armamentos e guerras não seria suficiente para resolver esses problemas. Mas já
seria um caminho a seguir. Uma demonstração de boa vontade entre as nações em
prol da segurança da nossa espécie. </span><o:p></o:p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6512702067687053402.post-38164637118780138252021-03-21T12:02:00.004-07:002021-03-21T17:40:14.989-07:00Pandemia: uma imagem vale mais que mil palavras... <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjfTPqc4prXkmpsJ9eZp2zX9lu6ZDNb2LQ03buAORSxhwicB8YRaWA_unxnYqbuJjZAyk99FUj_ZhlsFJ0PMNJsOQI8fqjKvwd2QRPkqqfOWPsizVrUSVYVDj2ySr40SWQq1MEBBsDF3E/s1366/Sem-T%25C3%25ADtulo-1.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="1366" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjfTPqc4prXkmpsJ9eZp2zX9lu6ZDNb2LQ03buAORSxhwicB8YRaWA_unxnYqbuJjZAyk99FUj_ZhlsFJ0PMNJsOQI8fqjKvwd2QRPkqqfOWPsizVrUSVYVDj2ySr40SWQq1MEBBsDF3E/w681-h360/Sem-T%25C3%25ADtulo-1.jpg" width="681" /></a></div><br /><p><br /></p><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Essa
matéria nem precisaria de texto. A imagem acima fala por si. Mas quem gosta de
escrever não resiste a publicar um artigo apenas com uma foto. Em meados de
janeiro desse ano, muitos países, inclusive Brasil e Portugal, sofreram uma
escalada na pandemia de Covid. Provavelmente pela proliferação de novas variantes
do vírus, relaxamento das medidas restritivas de circulação antes e após as
festas de Natal e Ano Novo. Aqui no Brasil ainda houve o carnaval com
aglomerações clandestinas. Em todo o mundo a pressão das pessoas cansadas dos
confinamentos também faz pressão. As empresas já muito prejudicadas
financeiramente pelos confinamentos, mesmo que parciais leva ao declínio econômico
e desespero de seus proprietários. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Todos
esses fatores fazem pressão sobre governantes e autoridades sanitárias. Houveram
então desconfinamentos considerados precoces e temerários. Médicos, cientistase
autoridades sanitárias alertaram para o risco. Não foram ouvidos. Isso ocorreu
na quase totalidade dos países. Em muitos países a população se rebelou violentamente
contra medidas sanitárias e de restrição á circulação e com o fechamento das
diversas atividades econômicas. Não foi um caso isolado ou que tenha acontecido
de maneira pior no Brasil.<span></span></span></p><a name='more'></a> <span style="font-family: helvetica;"><o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Inclusive,
nesse início da vacinação contra a Covid, ainda existem países onde a população
é mais reticente quanto às vacinas e sua utilidade e segurança. Em muitos
desses países onde não há um sistema estatal robusto e amplamente capilarizado
como temos no Brasil com o SUS, referencia mundial nessa e em outras áreas de medicina
gratuita e universal, programas de vacinação em massa estão sendo montados às
pressas, mesmo em países desenvolvidos. Não por falta de redes de saúde pública.
Em muitas nações desenvolvidas, diversas vacinas, principalmente para doenças
tropicais e outras como a tuberculose não fazem parte dos calendários oficiais
pela baixa incidência ou erradicação das mesmas. Inclusive em alguns, certas vacinas
não são oferecidas gratuitamente. Nesse aspecto nosso país tem talvez o melhor
e mais abrangente sistema de vacinação universal e gratuita do mundo. Mas a
falta de vacinas impede o uso da capacidade total de inoculação que dispomos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Embora
a vacinação contra a Covid esteja mais adiantada em alguns países, a produção
mundial do imunizante ainda apresenta gargalos. Algumas nações garantiram inclusive
muito mais doses que a quantidade necessária para imunizar todos os seus
cidadãos. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Pois se adiantaram a pagar por
elas, ainda na fase de pesquisa, quando nem se sabia se funcionariam. Mas a
entrega das doses, na União Europeia, por exemplo, têm enfrentado atrasos por
falta de capacidade de produção, problemas técnicos e demora de autorização
para uso dos imunizantes de alguns laboratórios. Também fica claro que algumas
empresas prometeram e venderam mais do que podiam efetivamente entregar. É o
capitalismo sendo capitalismo. Essa demora em vacinar rapidamente a população
mundial tem levado ao recrudescimento da pandemia. Novas vagas surgem em muitos
países. E parecem estar ligadas ao surgimento das perigosas variantes do vírus.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">O
que eu descrevi até agora foram similaridades que ocorrem globalmente. Mas a
forma como as diversas nações e seus habitantes encararam, gerenciaram e
desenvolveram ações de combate a pandemia, desde o início, foram bastante
diferentes entre si. Em situações opostas está hoje o Brasil e quase todo o restante
do mundo. Tornamo-nos o pior país em termos de evolução de casos, testagem,
hospitalizações, índices de transmissibilidade, óbitos e falta de estrutura
hospitalar. Estamos sendo alvo de criticas, chacotas, piadas na comunidade
internacional. Mas, principalmente, estamos ficando isolados do mundo. A
variante P1 de Manaus causa pavor lá fora. A forma como o governo negacionista
e incompetente do coveiro-mor conduz a política de enfretamento da crise, desde
o início da pandemia, nos colocou numa situação vergonhosa e temerária aos
olhos do mundo. O isolamento político e ideológico, representado pelo discurso
insano do coveiro presidente e seus admiradores, gerou antipatia e descrédito
na comunidade científica e nos governos mundo a fora.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Em
política internacional há de tudo, menos inocência e desconhecimento. O mundo
sabe que não somos mais um país subdesenvolvido, pobre e sem recursos. Afinal
chegamos a ser a sexta economia do mundo por um breve período. Os organismos econômicos
mundiais sabem que temos capacidade financeira para comprar vacinas e outros
insumos de saúde. Sabem que temos (ou tínhamos até o agravamento da crise) uma
estrutura universal e gratuita de saúde para atender aos doentes. Portanto não
devemos esperar ajuda humanitária e outros subsídios econômicos, que muitos
países realmente pobres e com estruturas de assistência à saúde precárias, principalmente
na África, Oriente Médio e Leste Europeu estão recebendo. Os escândalos
políticos, a corrupção sistêmica, as leis confusas, a burocracia estatal, os interesses
no manejo com fins políticos e eleitoreiros dessa pandemia dificultam as negociações
possíveis com nações e empresas que mantem sempre um pé atrás em tratativas com
nosso país. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Apesar
desses fatores, não chegamos onde estamos por falta de interesse absoluto
desses países e empresas em negociar com o Brasil. No caso das vacinas, ofertas
de compras e tratativas foram oferecidas desde meados de 2020, quando a
epidemia estava mais controlada e os laboratórios desenvolvendo e testando os imunizantes.
E o governo federal, fez todas as apostas erradas e mesmo demonstrou pouco
interesse em negociar. Inclusive emitindo declarações ofensivas e descabidas. Frases
como “é apenas uma gripezinha”, “eu não sou coveiro”, “a vacina do jacaré” e
outras atitudes de nosso coveiro-mor irritaram e ofenderam governos e
instituições. E levaram a boicotes velados no envio de vacinas ao Brasil e
ainda atrapalham a conclusão de acordos de cooperação e transferência de
tecnologias de fabricação e produção de vacinas no território nacional. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Talvez
nosso (in)governante pensasse, que poderia seguir as ideais do defenestrado Trump,
do qual é confesso admirador. Só se esqueceu que entre Brasil e Estados Unidos,
um abismo de poderio econômico, político e militar separam a capacidade de
reverter situações e constrangimentos. Os EUA conseguiram converter rapidamente
a estagnação do processo de vacinação, da subida desenfreada de mortes e numero
de infectados, não apenas pela mudança do presidente. Certamente o carisma e as
posições políticas de Joe Biden facilitaram as coisas. Mas o que contou mesmo
para que lá o processo de imunização e ações de enfrentamento econômico avançassem
rapidamente depois da posse do novo presidente foi o peso da economia americana
e sua influência geopolítica no mundo. Afinal qual país ou laboratório se
negaria a vender a eles as quantidades de vacinas que quiseram comprar? E mesmo
as empresas e instituições de pesquisas americanas não foram impedidas de fazer
pesados investimentos e acordos de cooperação interna e externamente, quando se
iniciaram as pesquisas sobre vacinas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Para
encerrar esse artigo, tomo como exemplo Portugal. Não vou fazer comparações com
o Brasil. As diferenças de extensão territorial, população, localização
geográfica e inserção em uma poderosa comunidade como a União Europeia, tornam
difícil a comparação estatística. Com a imagem que ilustra este artigo, quero
apenas mostrar números comprovados no país ibérico. Portugal, que inicialmente parecia
conduzir bem a pandemia, se viu em meados de janeiro desse ano, na pior posição
mundial em termos de pandemia. Em números relativos obviamente. Mas em pouco
mais de dois meses, conseguiu passar do caos nos hospitais, com UTI´s lotadas,
filas de ambulâncias com doentes a espera de leitos, indicie de
transmissibilidade (Rt) descontrolado, número de novos casos diários mais altos
em todo o período da pandemia, para uma situação dentro do controle. O governo português
tomou medidas enérgicas no final de janeiro e a população e os empresários,
mesmo não concordando totalmente, acataram e respeitaram o decreto de lockdown
total. Não vou me estender aqui, porque prefiro que, como o título desse artigo
indica, prefiro que a imagem fale por si. Basta olhar os números no lado
vermelho e verde da bandeira de Portugal que usei no gráfico. E aos mais
atentos deixo a ressalva que as cores da bandeira foram invertidas
propositadamente, com A faixa vermelha passada para o lado esquerdo. Na bandeira
oficial o verde fica do lado esquerdo. Os números absolutos não são elevados
como no brasil e em outros países. Mas como disse no início do parágrafo, a
população do país é de pouco mais de 10 milhões de habitantes. Então as
internações e mortes, para o contexto demográfico, eram muito altas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Embora
a vacinação já possa estar mostrando resultados, o número de vacinas aplicadas
e o tempo decorrido da aplicação não podem explicar a queda vertiginosa do
número de casos, internações e mortes. Médicos e infectologistas acreditam que
foi realmente o confinamento rigoroso e o respeito da população em seguir as
normas estabelecidas, mesmo à custa de enormes sacrifícios financeiros, que
conseguiram reverter a situação gravíssima para patamares seguros. O que chama
a atenção é que o governo português, ao impor o confinamento rigoroso no final
de janeiro, informou previamente aos cidadãos os parâmetros que precisavam
alcançar no dia 15 de março passado, quando o governo começaria a discutir o desconfinamentos
em fases. E o mais significativo foi que, longe de ilações e projeções não
alcançadas, como acontece a cada semana no Brasil, a meta prevista lá foi
alcançada dois dias antes do prazo previsto e com todos os parâmetros até
abaixo dos inicialmente previstos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Ou
seja: a ciência e a razão sempre devem prevalecer. Vacinas funcionam, como já
se pode ver inclusive no Brasil. O que chamam de resultados da vida real, em
alguns casos superam até as previsões obtidas nas fases de testes das vacinas. Mas
esse processo, como acontece com todas as vacinas já criadas, não é tão rápido
e visível como outras ações profiláticas. As medidas de higiene, o
distanciamento social, a testagem e rastreio de casos e principalmente o
confinamento rigoroso e bem acompanhado, são a primeira linha de defesa em caso
de catástrofes causadas por doenças contagiosas com alto grau de propagação. São
elas que evitam mortes, colapsos no sistema de saúde e dão tempo a ciência de
pesquisar e encontrar a cura e tratamentos profiláticos para os agentes
causadores das doenças. Em nosso país teremos que esperar e confiar na queda
dos números propiciados pela vacinação em massa. O problema disso é que dolorosamente
veremos ainda centenas de milhares de mortes acontecerem e a economia derreter
antes do alívio. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Conforme
alertam os cientistas e médicos, mesmo com a vacinação atingindo o maior número
de pessoas possível, aqui ou em qualquer outra parte do mundo, o vírus SarsCov19
não desaparecerá. Mas a forma como conviveremos com ele, ou seja, o controle de
casos e as mortes decorrentes da doença ainda se farão sentir por muitos anos. Como
acontece com todas as outras doenças para as quais, mesmo por décadas, as
vacinas estão sendo usadas. Erradicação total de doenças infectocontagiosas são
casos raros na medicina. <o:p></o:p></span></p><br /><p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6512702067687053402.post-67844282921234590972021-03-04T11:22:00.005-08:002021-03-04T11:24:57.877-08:00Quando o leitão come o fazendeiro...<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPGkJvCkntXRxDPuDbvIAXHxez75mtELn9VazVvDBo5NDNQ30scYexwwYWR4skHmPJNhRDaF2ErhiQ5lkd7T6mKNwzSGtc9bo9SACFzommjNUy2MkgbS7FHi8-_fcuGRDYzB0CCKHduIw/s600/22mag-eat-image-articleLarge-v3.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="328" data-original-width="600" height="350" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPGkJvCkntXRxDPuDbvIAXHxez75mtELn9VazVvDBo5NDNQ30scYexwwYWR4skHmPJNhRDaF2ErhiQ5lkd7T6mKNwzSGtc9bo9SACFzommjNUy2MkgbS7FHi8-_fcuGRDYzB0CCKHduIw/w657-h350/22mag-eat-image-articleLarge-v3.jpg" width="657" /></a></div><br /><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes;"><span style="font-family: helvetica;">Mal abro o jornal pela manhã e me deparo com a matéria
num canto da primeira página: O presidente descontraído que convidou um
parlamentar a preparar um “almoço temático” – seja lá o que isso sifgnifique em
palácio – cujo prato principal era um leitão. A matéria não deu mais detalhes
de como a iguaria foi preparada. Mas descreveu o estado de animo do governante
e os pratos secundários. Enquanto se regalavam com o banquete, do lado de fora,
mais 1800 brasileiros perdiam suas vidas. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><span style="mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes;">Ainda segundo </span>o noticioso, o presidente estava “alegre
e bem descontraído” como o descreveu o deputado Fábio Ramalho (MDB-MG) “que foi
convidado a preparar um leitão para almoço temático informal”. Consta ainda na
matéria, que o deputado “também preparou linguiça, feijão tropeiro e carne
moída com quiabo para o banquete”. Infelizmente também não constava na matéria
a lista de bebidas. Fosse meu o porco, eu teria servido um Jerez. Mas gostos
são gostos. Ou desgostos.<span></span></span></p><a name='more'></a><span style="font-family: helvetica;"><o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjButfx83zURes4ISDriMHm10W2Rjxi10bkro0Gkefhlq91agLwTin_ZoXQ0ZRknXrIB3NM-J5yqwkCtwlbbhfLEe-9PURQxQ7jDUBpdEUMaSIx_ZYxt-tstmR3FMVTAkYAFxPI2AJ0NCM/s1024/leitao-1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="464" data-original-width="1024" height="290" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjButfx83zURes4ISDriMHm10W2Rjxi10bkro0Gkefhlq91agLwTin_ZoXQ0ZRknXrIB3NM-J5yqwkCtwlbbhfLEe-9PURQxQ7jDUBpdEUMaSIx_ZYxt-tstmR3FMVTAkYAFxPI2AJ0NCM/w661-h290/leitao-1.jpg" width="661" /></a></div><br /><span style="font-family: helvetica;"><br /></span><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Falando de porcos e humanos, especialmente
quando esses últimos resolvem matar os primeiros, me veio à cabeça um trecho do
livro “A Revolução dos Bichos” de George Orwell, escrito em 1944, onde o autor
discorre sobre uma revolta dos animais de uma fazenda, cansados de serem
explorados e maltratados pelo fazendeiro Sr. Jones. No final do conto, os
animais, tendo adquirido as qualidades humanas que tanto detestavam, acabam
criando uma sociedade com privilégios, onde os porcos, considerados mais
inteligentes, se julgavam merecedores de tratamento especial. Cito um trecho a
seguir: <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: helvetica;">“Camaradas! – gritou. – Não imaginais, suponho, que nós, os porcos,
fazemos isso por espírito de egoísmo e privilégio. Muitos de nós até nem
gostamos de leite e de maçã. Eu, por exemplo, não gosto. Nosso único objetivo
ao ingerir essas coisas é preservar nossa saúde. O leite e a maçã (está provado
pela Ciência, camaradas) contêm substâncias absolutamente necessárias à saúde
dos porcos. Nós, os porcos, somos trabalhadores intelectuais. A organização e a
direção desta granja repousam sobre nós. Dia e noite velamos por vosso
bem-estar. É por vossa causa que bebemos aquele leite e comemos aquelas maçãs.
Sabeis o que sucederia se os porcos falhassem em sua missão? Jones voltaria!
Jones voltaria! Com toda certeza, camaradas – gritou Garganta, quase
suplicante, dando pulinhos de um lado para outro e sacudindo o rabicho – com
toda certeza, não há dentre vós quem queira a volta de Jones.”<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Semelhança tão obvia com o que se
passa em muitas sociedades e países, não é mera coincidência, já que o livro
foi escrito por Orwell como critica a era estalinista na extinta União
Soviética. Desde a criação dos primeiros grupos sociais humanos organizados em
comunidades, comida, poder e controle andaram sempre juntos, servindo como
forma eficiente de dominação e subserviência. A comida, fosse a tempos de
fartura ou escassez, sempre motivou guerras, invasões ou rebeliões. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-OBjNU8qQktOgjiAufOwaO8wIvwJ3kaduiQJkcwHfd3n_rQPiZFUylovZShRIA0RgxEet9JEO290IC4Qx7LJE1uLX2pZ-pgvXh_LTNHjKHwbslrsttSqnEm_6GUn9RLdKqI4PyHqKCJM/s1024/leitao-3.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="464" data-original-width="1024" height="290" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-OBjNU8qQktOgjiAufOwaO8wIvwJ3kaduiQJkcwHfd3n_rQPiZFUylovZShRIA0RgxEet9JEO290IC4Qx7LJE1uLX2pZ-pgvXh_LTNHjKHwbslrsttSqnEm_6GUn9RLdKqI4PyHqKCJM/w659-h290/leitao-3.jpg" width="659" /></a></div><br /><span style="font-family: helvetica;"><br /></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">De tempos em tempos, cabeças
coroadas as perderam por conta de fome ou guerras. Costuma-se dizer que por
conta de um brioche Maria Antonieta foi decapitada na Revolução Francesa. Embora
seja mais provável que a frase <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“Se não há
pão, que comam brioches”</i> tenha sido atribuída a ela nos autos de acusação,
mas retirada de um trecho do livro “Confissões” do filósofo Jean-Jacques Rousseau,
escritor de sucesso na época da revolução. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Fico imaginando uma paródia ao
mesmo fato onde um rei ignorante, insensível as mazelas do povo, dissesse “Ora,
se não há leitões que comam picanha!” da sacada do palácio onde em baixo uma
multidão furiosa e faminta, com as cabeças de alguns soldados e um marquês
espetadas em ancinhos e foices, iniciasse uma revolução. Talvez o rei não
acabasse na guilhotina junto com a mulher e outros nobres. Mas certamente teria
o destino do fazendeiro Sr. Jones, que depois de pisoteado pelos bichos
rebelados, fugiria pela porteira da fazenda para nunca mais voltar. Mas o final
só seria feliz, ao contrario do conto de Orwell, se os porcos não se tornassem
mais humanos que os humanos. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span><o:p></o:p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6512702067687053402.post-47123399255292141592021-03-02T18:50:00.002-08:002021-04-11T11:10:17.096-07:00Estamos no buraco...<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifjOItwg2wHy5BbMspkObdn2v09oOgOqhWBDKdtYrL1B7Ne8doN4p7gsNSUA6xzoxTk21p-QbpG5C4JDlvhIhCqW4CT8ciIw4LeAyiEaHKYwzefKznTnmWwUqvd-wxT58kfFm5ThRsWCc/s799/50016466891_e24ce42b18_c.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="533" data-original-width="799" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifjOItwg2wHy5BbMspkObdn2v09oOgOqhWBDKdtYrL1B7Ne8doN4p7gsNSUA6xzoxTk21p-QbpG5C4JDlvhIhCqW4CT8ciIw4LeAyiEaHKYwzefKznTnmWwUqvd-wxT58kfFm5ThRsWCc/w664-h426/50016466891_e24ce42b18_c.jpg" width="664" /></a></div><br /><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Brasil, dois de março de 2021: 1.800 vidas perdidas para a Covid.
Se a média móvel não aumentar – mas tudo indica que vai – em dois de abril
próximo serão mais 50.000 mortes. Passaremos a trágica barreira dos 300 mil
brasileiros perdidos para o vírus. Nesses próximos trinta dias não
conseguiremos vacinar, com duas doses, mais do que 2% da população brasileira. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>E mesmo que conseguíssemos, seriam necessários
mais 30 dias para que a eficácia máxima dessas vacinas fosse atingida. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Precisaremos que mais da metade da população seja vacinada
para que a doença regrida a números que representem as infecções e óbitos
similares a outras doenças que são controladas com vacinas. Como a gripe, o
sarampo, a tuberculose, etc. que acabam por se tornarem endêmicas e
controladas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Portanto, inocular com duas doses cerca de 100 milhões de
brasileiros será uma meta a ser atingida, com muita sorte, somente no início de
2022. Até lá, quantas mais vidas serão perdidas? Serão 300, 400 mil ou, como nos Estados Unidos, mais de meio milhão de pessoas que irão
morrer? Ninguém nesse momento sabe responder. Mas as estatísticas são muito
pessimistas.<span></span></span></p><a name='more'></a><span style="font-family: helvetica;"> <o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Uma saída mais rápida e já experimentada em outros países
seria o esforço pesado, do ponto de vista da saúde mental, do desastre
econômico e de suas consequências futuras por muitos anos, de um lockdown rigoroso
e bem fiscalizado de pelo menos 30 dias. Não é teoria ou especulação. Está acontecendo
em outras nações. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Portugal, que chegou a ter a pior taxa de contágios e mortes
do mundo em janeiro passado, passou dos 16 mil casos diários em registrados em
29/01 para pouco mais de 300 em 30 dias de confinamento rigoroso. As mortes
diárias desceram de 303 para 34 no mesmo período. Quase 90% no número de óbitos
em um mês. As internações em leitos de enfermaria e UTI´s tiveram quedas
suficientes para tirar os hospitais da situação de colapso total para outra,
onde diversas enfermarias Covid foram desativadas e os atendimentos a pacientes
não-Covid com outras patologias pudessem voltar a serem atendidos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">E mesmo com a situação muito melhor e os hospitais voltando
a uma situação de controle, o confinamento rigoroso ainda continuará até o
final do mês de março. Para garantir que o caos de dezembro e janeiro não volte
a acontecer. Os custos econômicos foram e serão altos. O PIB português caiu
para -7,8%, o desemprego aumentou muito e as moratórias do governo e do sistema
financeiro exigirão muito sacrifício dos portugueses para se recuperarem. Mas
milhares de vidas foram e ainda serão salvas. E muito embora, não se possam
medir perdas humanas em comparação de números, Não estamos falando de centenas
de milhares como no Brasil. Mas de menos 15 ou 20 mil óbitos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Esse cuidado com seus cidadãos com certeza explica o fato de
Portugal, em pouco mais de quatro décadas ter passado da triste posição de ser
um dos mais pobres da Europa, com altos índices de analfabetismo, mortalidade
infantil, baixa industrialização, à condição de ser um dos melhores países para
se viver, mesmo com ainda muito a ser feito, dentro do bloco europeu, em 2020.
O Brasil, para alcançar o mesmo desempenho, talvez precise de séculos. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>E não se trata aqui, como muitos falam, quando
se diz isso, da tal “síndrome de vira-latas”, mas de tristes constatações estatísticas,
matemáticas e sociológicas. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span><o:p></o:p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6512702067687053402.post-22852991804215712572021-02-25T16:57:00.002-08:002021-02-25T16:57:46.264-08:00Farinha pouca, meu pirão primeiro...<p> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5znpcefcPTEUBA_HoDnyxcdQnAkpjtMUksCygwv3J5YaWg_f62FF4FIiEf5TkYmP9etGq3tJcR4z8im1lXjeITYH0X8frc9Mz1CRrBvlTloJ2EFYkqI6z1nKkWMvV5-n2EJfUvV9KO6w/s1366/rejeicao-az3.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; display: inline !important; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="1366" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5znpcefcPTEUBA_HoDnyxcdQnAkpjtMUksCygwv3J5YaWg_f62FF4FIiEf5TkYmP9etGq3tJcR4z8im1lXjeITYH0X8frc9Mz1CRrBvlTloJ2EFYkqI6z1nKkWMvV5-n2EJfUvV9KO6w/w657-h360/rejeicao-az3.jpg" width="657" /></a></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">O ditado popular é antigo. Mesmo
já estando fora de moda, na linguagem dos mais novos, reflete uma triste
verdade.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Mesmo em tempos de catástrofes,
como a que o mundo vive agora, o egoísmo e a ganância não dão tréguas. É inato
a todas as espécies vivas, em momentos de grande perigo ou escassez de
recursos, querer sobreviver a qualquer custo. Seria razoável pensar que, pelo
menos na espécie humana, por conta da razão e da inteligência emocional, esse
tipo de comportamento fosse diferente. Não é o caso. Como no naufrágio do navio
Titanic, que por economia e excesso de confiança dos construtores, tinha
muitos<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>menos botes salva vidas do que a
capacidade total de passageiros, o que se viu<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>foi os mais ricos, mais fortes e mais espertos embarcarem primeiro. Conta
à história que alguns botes foram baixados ao mar com lugares sobrando. A
maioria dos passageiros com bilhetes mais baratos morreram na tragédia. A arrogância
do capitão – e toda semelhança aqui não é mera coincidência – em seguir viagem,
mesmo com nevoeiro e avisos de icebergs na rota, levou ao desastre.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Agora, no momento que o mundo
precisa de muitos milhões de doses de vacinas – na verdade bilhões – alguns países
tem estoques de vacinas já recebidas ou encomendadas, suficientes para vacinas
várias vezes todos os seus cidadãos. A grande maioria, no entanto, segue sem
previsão de receberem as primeiras e escassas doses que sobraram. Farinha pouca
meu pirão primeiro. Do outro lado da balança, que pende sempre para os mais
ricos e para o capitalismo selvagem, estão os fabricantes europeus que parece
que andaram vendendo e cobrando adiantado por milhões de doses que prometeram
entregar, mas que não tem capacidade industrial de produzir no tempo
contratado. Mesmo assim a distribuição do pouco que é produzido não segue parâmetros
justos.<span></span></span></p><a name='more'></a><span style="font-family: helvetica;"><o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Mesmo nesse cenário, há sobras de
vacinas da AstraZeneca. Quando se fala em vacinas, parece não existir um
consenso mundial sobre sua aplicação, tanto no que se refere a campanhas maciças,
quanto a programas regulares ou inoculação para certasdoenças. Em diversos
países há inclusive uma forte rejeição ao uso delas. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Dados de 2018 mostram que em alguns países,
como a França, por exemplo – que tem o índice mais alto de desconfiança sobre a
segurança das vacinas – essa rejeição pode chegar a 33% da população
pesquisada. Mesmo agora, com elevado número de casos e mortes pelo Covid, os
franceses não estão muito interessados em serem vacinados. E em diversos países
há protestos inclusive quanto aos confinamentos ou uso obrigatório de máscaras.
E agora surge a desconfiança sobre a eficácia de algumas delas em relação à
população de idosos. E isso tem feito com que sobrem doses preciosas de certos
imunizantes.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIMCQnHuvpiFczVS_2xVkNWNE_RW4ierPpAEs7ywAd7krY5alE7BAe7tjuQ9Aop4QvsIuSgpNbSdNSfFvUt47ie6SYmE00ohKJEFKGGD5RJnQaVF-wI53gQZgFn_h_82H3b-FXivNzfwQ/s1366/rejeicao-az.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="1366" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIMCQnHuvpiFczVS_2xVkNWNE_RW4ierPpAEs7ywAd7krY5alE7BAe7tjuQ9Aop4QvsIuSgpNbSdNSfFvUt47ie6SYmE00ohKJEFKGGD5RJnQaVF-wI53gQZgFn_h_82H3b-FXivNzfwQ/w662-h360/rejeicao-az.jpg" width="662" /></a></div><br /><span style="font-family: helvetica;"><br /></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Pior que a falta de vacinas para
todos é o desperdício de doses que, segundo as últimas informações, seguem
estocadas sem uso nos centros de distribuição em diversos países da União Europeia.
É o caso da vacina de Oxford, produzida pela AstraZeneca. Não que haja falta de
logística para distribuição ou aplicação ou vontade política dos governos em
vacinar a população. Como acontece aqui. Mas pela própria rejeição e ceticismo
da população em receber as doses. No momento em que escrevo esse texto, por
exemplo, a Alemanha possui em estoque 1.452.000 doses da vacina Covishield (AstraZeneca).
Doses que já foram distribuídas aos centros de vacinação, mas permanecem nas
geladeiras. Efetivamente, apenas 189.206 doses foram aplicadas. Em outros
países da Europa, em porcentagens menores de estoques e doses aplicadas, a
situação é a mesma. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">A confusão toda começou com uma
notícia equivocada de um jornal alemão que interpretou os dados de eficácia da
vacina nos idosos. Quem escreveu a matéria alegava que a eficácia seria 8% no
grupo acima de 65 anos, quando na verdade o valor de 8% seria o número de
pessoas, acima dessa idade, que receberam a vacina durante a fase de testes. Embora
a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) já tenha
recomendado a aplicação da vacina para pessoas com mais de 18 anos, incluindo
idosos, as comissões de vacinação de alguns países, incluindo a Alemanha,
optaram por não recomendar seu uso em indivíduos acima de 65 anos. Mesmo sendo
consenso oficial da Agência Europeia. Diversos especialistas no assunto, e o
fabricante, afirmam que a vacina de Oxford é tão eficaz quanto as demais em idosos,
porém o consenso entre o público é de desconfiança.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Para países como a Alemanha, o
fato de sobrarem quase 1.200.000 doses de vacina sem uso não parece ser um
problema, já que possuem acordos robustos de compra de outros fabricantes como
a Pfizer e a Moderna. Mas enquanto sobram doses da vacina de Oxford por lá,
aqui no Brasil há falta dessas mesmas vacinas. Essa semana (23/01) chegaram
apenas 2 milhões de doses prontas que são insuficientes para vacinar toda a
população de pessoas acima dos 65 anos. Não é suficiente nem para vacinar todos
acima de 75 anos. Já que alguns países europeus optaram por não usar a vacina
da AstraZeneca em seus cidadãos, porque não doam essas doses para países sem
condições econômicas de comprarem essa ou qualquer outra vacina? Questão
humanitária. Aqui, nossos idosos estão bastante felizes em receber qualquer
vacina, em virtude do medo e do desespero que a tragédia de uma pandemia, sem
controle e sem gestão racional e eficaz de um governo despreparado, ceifa
milhares de vidas por dia. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span><o:p></o:p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6512702067687053402.post-89489946644188848462021-02-22T16:36:00.002-08:002021-04-11T11:11:15.877-07:00Uma sopa de letrinhas sem sabor e requentada...<p> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXFryRSV__bdnOgFp_ttG5KXoljfk27PkRZ36Ay4FZ-TU5rSpVjcusMzvkHcbfm8W4Rt7W6qkPg7cSHhTyjRJvTb3ZQaNpLiffmzoHO4Zldq0LwmdpOUrDPqNP1GJhtNzYYg6Vwuuvtns/s1366/Sem-T%25C3%25ADtulo-4.jpg" style="clear: left; display: inline !important; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="1366" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXFryRSV__bdnOgFp_ttG5KXoljfk27PkRZ36Ay4FZ-TU5rSpVjcusMzvkHcbfm8W4Rt7W6qkPg7cSHhTyjRJvTb3ZQaNpLiffmzoHO4Zldq0LwmdpOUrDPqNP1GJhtNzYYg6Vwuuvtns/w666-h360/Sem-T%25C3%25ADtulo-4.jpg" width="666" /></a></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Se
a quantidade absurda e desnecessária de mortes - já que grande parte delas
poderia ser sido evitada – que se acumulam e chegam ao quarto de milhão,
parecem não sensibilizar mais a opinião pública brasileira, por ouro lado, as
notícias sobre a campanha de vacinação, que caminha a passos lentos e
imprevisíveis, passou a ser o foco no jornalismo e no discurso dos gestores
públicos e políticos. Estes últimos, tentando desviar a atenção do povo dos
erros e absurdos cometidos na condução das politicas para combate ao Covid. Mas
basta uma leitura rápida nas matérias de alguns jornais para se perceber que a
falta de clareza e planejamento continua a ser a norma. Frases prontas,
expressões de efeito, transferências de responsabilidade e propostas condicionais
são a temática presente em todas as declarações. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Tudo
cuidadosamente pensado por marqueteiros e assessores de imprensa para
mascarar<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>o obvio: não temos e nem
teremos vacinas em quantidade suficiente e tempo hábil para controlar a pandemia
nos prazos preconizados por especialistas e nem nos prazos fantasiosos dos
governantes e autoridades sanitárias. Não apenas a severidade do vírus, sua
propagação e a taxa de mortalidade evidenciam que uma resposta rápida em todo o
mundo deve ser dada, mas o surgimento de novas cepas e variantes do Covid, que
aumentam em número e grau de severidade, colocando em risco mais vidas e o
próprio processo de vacinação, que ainda caminha a passos lentos em todo mundo,
levando inclusive muitos cientistas a afirmarem mesmo que as vacinas atuais,
que mal começam a ser distribuídas, já devem ser modificadas em face da
provável ineficácia contra essas variantes.<span></span></span></p><a name='more'></a><span style="font-family: helvetica;"><o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">E
o público, ao ler as notícias nas primeiras páginas de todos os jornais, ou ao
assistir ao informativos na televisão, geralmente ao final de um dia de
incertezas e medo – pelo menos alguns ainda tem o temor justificado e
científico sobre a pandemia – escuta e lê frases e palavas do tipo: <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">“A
expectativa é de que grande parte das doses disponíveis sejam aplicadas no
atual grupo prioritário até 22 de fevereiro. <span style="background: yellow; mso-highlight: yellow;">O prosseguimento depende do envio de mais 100 mil doses,
prometidas pelo Ministério da Saúde para 23 de fevereiro</span>.”<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><span style="background: yellow;">“Caso o recebimento seja confirmado</span>, a pasta deve ampliar a
vacinação, inicialmente, para pessoas entre 75 e 78 anos.”<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">“Apesar
da atual preocupação entre os gestores da pasta, <span style="background: yellow; mso-highlight: yellow;">há esperança de um cenário melhor para o segundo semestre
de 2021</span>. Com o recebimento do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) para
a produção de vacinas contra o novo coronavírus, <span style="background: yellow; mso-highlight: yellow;">o país terá condições de fabricar cerca de 1 milhão de
doses por dia</span>, o que seria suficiente para manter a <span style="background: yellow; mso-highlight: yellow;">vacinação sem interrupções</span>.”<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">“No
entanto, <span style="background: yellow; mso-highlight: yellow;">o grande problema
é a falta de doses disponíveis neste momento</span>. Na <span style="background: yellow; mso-highlight: yellow;">semana passada</span>, em depoimento no Senado, o
ministro da Saúde, <span style="background: yellow; mso-highlight: yellow;">Eduardo
Pazuello, prometeu mais 4,8 milhões de doses nos próximos dias</span> para dar
continuidade à vacinação da primeira fase prioritária. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">O
montante está longe de ser suficiente para alavancar o ritmo da campanha e
chegar <span style="background: yellow; mso-highlight: yellow;">ao patamar médio de
620 mil brasileiros vacinados por dia</span>. Essa realidade <span style="background: yellow; mso-highlight: yellow;">só deve ser vista em meados de
março</span>, quando, segundo o ministro, o país terá capacidade de <span style="background: yellow; mso-highlight: yellow;">produzir 30 milhões de unidades
mensais</span>.”<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">“O
cálculo é feito ao longo de um pico epidêmico, que, <span style="background: yellow; mso-highlight: yellow;">em nosso modelo, dura em torno de 200 dias</span>.
Após a vacinação dos grupos prioritários, <span style="background: yellow; mso-highlight: yellow;">uma queda no número de mortes já deve ser percebida</span>,
mesmo que as infecções ainda continuem ocorrendo.”<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">“Considerando
que a vacina chinesa cumpra com a eficácia anunciada de 50,38%, e ofereça <span style="background: yellow; mso-highlight: yellow;">proteção de 100% contra os casos
graves da doença</span>, a previsão é que as <span style="background: yellow; mso-highlight: yellow;">hospitalizações diminuam 28% e as mortes, 45% no período
estimado</span>.”<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">“Pazuello
não descartou incorporar novas vacinas ao PNI, mas, mesmo sem elas, <span style="background: yellow; mso-highlight: yellow;">prometeu: “Nós vamos vacinar o
país em 2021</span>: 50% até junho e 50% até dezembro <span style="background: yellow; mso-highlight: yellow;">da população vacinável</span>.”<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">“As
taxas nesta semana, por exemplo<span style="background: yellow; mso-highlight: yellow;">, continuaram sendo quatro vezes superiores ao que o mundo registrou em
abril, no pico da primeira onda da doença</span>. <span style="background: yellow; mso-highlight: yellow;">As mortes por semana</span> também continuam bem <span style="background: yellow; mso-highlight: yellow;">acima do pior momento da
pandemia no primeiro semestre de 2020</span>.”<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Os
parágrafos acima, todos retirados de veículos de imprensa, falam sempre no
tempo futuro, das possibilidades, das expectativas, das previsões
condicionantes, das incertezas e das promessas vazias. Quando se referem ao
passado, o fazem para comparar números passados da tragédia, com dados piores
ainda. Esse discurso de incertezas, repercutido nas mídias, reflete as
mensagens oficiais e oficiosas dos governantes e autoridades de saúde. Muitos
mentem inclusive em reuniões oficiais, alardeando números que não podem
comprovar ou promessas que não poderão cumprir. Dão a impressão que tudo está planejado,
controlado e correrá bem... Mas apenas no futuro nebuloso de suas visões
utópicas ou criminosamente fantasiosas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">E
o povo segue em direções tão opostas como a disparidade dos números e
previsões. Uma minoria mais atenta e comprometida com a gravidade da situação
se desespera ao ver as filas de doentes às portas dos hospitais, as mortes que
poderiam ser evitadas e os necrotérios e cemitérios sem espaço. Outros, os
tolos e negacionistas egocêntricos, agem como se nada estivesse acontecendo. Continuam
suas vidas, inclusive insistindo em atitudes de desafio, se aglomerando em
festas, bares, lugares públicos. Sem querer usar máscaras, sem respeitar o
distanciamento e, sobretudo, seu próximo. E como sempre, nessa república jogada
aos ratos e baratas, e aos mais variados patógenos, fora o coronavírus, que
matam brasileiros a séculos, há os que lucram fácil e se aproveitam de toda
essa indecisão e falta de clareza nas informações.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Além
de leitos de tratamento, respeito às medidas preventivas, testagem, rastreio e
vacinas, precisamos ainda com a mesma urgência de informações certas e
confiáveis. Sem essas medidas no tempo certo – que já passou faz tempo –
continuaremos anos nesse atoleiro sanitário e econômico que afunda mais ainda o
Brasil. E o sofrimento e prejuízos de mais essa crise vão se estender muito além
do necessário e ficaremos isolados do restante do mundo. </span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6512702067687053402.post-92216006856731979972021-02-21T19:32:00.004-08:002021-04-11T11:12:48.584-07:00Biscoito fino... Rui Veloso<p> </p><blockquote style="border: none; margin: 0 0 0 40px; padding: 0px;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="344" src="https://www.youtube.com/embed/PKzygd1CDc0" width="598" youtube-src-id="PKzygd1CDc0"></iframe></div></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><p></p><p></p></blockquote><p><br /></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: helvetica;">Aliás,
tem tempo que não posto nenhum por aqui... Quando pensamos em Portugal,
pensamos em vinhos e fados. Mas há um universo cultural, gastronômico e de
outros sentidos nessa pátria tão diversa e bonita, que reúne tantas
diversidades, surpresas e belezas em um território tão pequeno. Rui Veloso é um
desses artistas pouco conhecidos por aqui, mas que como o bom vinho português
só melhora com o tempo. Mais de 40 anos de carreira com um estilo próprio, que
abraçou ainda jovem, indo na contra mão das tradições, adotou o rock e o blues,
mas se mantendo de certa forma, às suas origens lusitanas. No link <a href="https://www.rtp.pt/play/p7801/e525960/primeira-pessoa">https://www.rtp.pt/play/p7801/e525960/primeira-pessoa</a>
podemos ver um pouco de sua trajetória, com seu jeito próprio e irreverente de
ver a vida, entrevistado pela excelente jornalista Fatima Campos Ferreira. E
apreciar uma de suas últimas apresentações ao vivo em
<a href="https://youtu.be/PKzygd1CDc0">https://youtu.be/PKzygd1CDc0</a>. Vale conferir.</span></span></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6512702067687053402.post-47295234082905992632021-02-15T19:20:00.002-08:002021-02-16T16:48:09.588-08:00Torcendo contra...<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggb5m6NqTmoBcwWckWfJk1-eIpJF8mmcIVd6z3z0WVN4iLTfXVmBu2xQZow2DghkJeawmVvDqf0f-InmOlN2ullb-yvvmLTL2HzMvev3aMBIb6hRsDkuYnttf2EpYw2T7PK80AsMW_gB8/s1366/Sem-T%25C3%25ADtulo-3.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="1366" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggb5m6NqTmoBcwWckWfJk1-eIpJF8mmcIVd6z3z0WVN4iLTfXVmBu2xQZow2DghkJeawmVvDqf0f-InmOlN2ullb-yvvmLTL2HzMvev3aMBIb6hRsDkuYnttf2EpYw2T7PK80AsMW_gB8/w660-h360/Sem-T%25C3%25ADtulo-3.jpg" width="660" /></a></div><br /><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Que no Brasil somos especialistas
em fazer apostas duvidosas, isso sabemos. A ver as últimas eleições
presidenciais. Torcemos contra nós mesmos. Seja nas escolhas políticas, seja em
tantas outras estratégias, das mais simples as mais complexas. Culpamos quase
sempre os governantes e as diversas esferas do sistema. Aliás, esse tal Sistema
– que grafo assim mesmo com maiúscula – parece uma espécie de deus ou de
entidade superior na nossa cultura. Tudo que dá errado é atribuído a ele. O
caso mais simples? Só experimentar ligar para algum serviço de tele atendimento.
Tudo que der errado, tudo que não estiver disponível é culpa dele. Com a pandemia não é diferente. Depois de um
ano de pandemia, ainda não conseguimos planejar, gerir, aceitar e principalmente
fazer cumprir estratégias básicas. Sejam pelos governantes, entes públicos e,
principalmente, pelos cidadãos.<span></span></span></p><a name='more'></a><span style="font-family: helvetica;"><o:p></o:p></span><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: helvetica;">A mídia, sempre antenada, para o
bem ou para o mal, nesse jogo de interesses onde vive metida, capta com
precisão esses sentimentos e tendências e seu discurso e texto passa a refletir
essas visões. Lendo o jornal local me deparo com a manchete da foto que ilustra
esse texto. Mais adiante, no início da matéria, leio a seguinte pérola: “O país
deve atingir a marca de 240 mil mortos nesta terça-feira (16/2), já que o
Brasil precisa de (sic) confirmar mais 227 perdas para a covid-19, número que
normalmente é superado nos boletins diários atuais”. Além da preposição
inadequada, o menor dos males do texto, a frase toda remete para uma espécie de
torcida às avessas pelo atingimento de uma marca ou recorde, que infelizmente,
para piorar, não é fixo. Mas parece que, nesse momento em que escrevo, a marca
de 250 mil vidas perdidas deve ser algo muito importante. E é mesmo. Mas não no
sentido que o tom dos boletins diários alardeiam nos noticiários. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: helvetica;">Cem mortes, mil mortes, dez mil,
cem mil ou, quem sabe, um milhão? Qual será a meta que estamos tentando
alcançar? Parece que esses números tristes, absurdos e desnecessários
desencadeiam uma espécie de torcida destorcida no inconsciente das pessoas. Nem
o governo e nem uma grande parte dos cidadãos não se sensibilizam e não tem a
menor consciência do que os números a que chegamos representam. Apesar de estarmos
no terceiro lugar mundial em número de casos e em um triste segundo lugar no
número de mortos, as medidas sanitárias foram afrouxadas, os recursos terapêuticos
básicos, como oxigênio, faltam em capitais e cidades menores, a testagem e
rastreio é ineficiente, a detecção de mutações do vírus por sequenciamento
genético é pífio e as vacinas são aplicadas a conta-gotas e sem previsões
concretas de quantidades e prazos de entrega dos diversos fabricantes.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: helvetica;">Do lado do Estado houve erros de
planejamento e descaso que beira o genocídio. Do lado do povo o descaso com a
vida própria e, principalmente pela vida alheia, também chega a beirar, se não
a completa inconsequência egoística, uma tentativa de homicídio. Sem exageros. Diariamente
vemos o desrespeito ao próximo na falta de uso de máscaras, falta de
distanciamento social, festas e comemorações desnecessárias e mesmo as
clandestinas, saídas desnecessárias para locais onde o risco de contágio é alto
e negação da crise pandêmica e mesmo das vacinas. E quem tem pagado o preço
mais duro são os idosos. Exatamente eles, que tendo lutado e trabalhado uma
vida inteira para chegarem ao tempo do descanso justo, tem morrido como moscas
nessa pandemia. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: helvetica;">Em média, no Brasil e na grande
maioria dos países, as pessoas com mais de 70 anos representam 80% dos mortos.
No Brasil essa faixa etária, que vai dos 70 aos mais de 100 anos, representa
apenas 5,4% da população. No entanto, nas estatísticas da pandemia, já devem
somar hoje, ao chegarmos a triste cifra dos 250 mil óbitos, ao total de 200 mil
vidas perdidas para o Covid. E essas pessoas são as que deveriam ser as mais
protegidas e cuidadas, não só pelo Estado, mas por seus próprios familiares. São
pessoas que, na sua grande maioria, já não trabalham, não frequentam baladas, não
se expõem desnecessariamente. Quando muito, vão ao supermercado ou farmácia,
se não tem outros parentes ou cuidadores para fazer essas tarefas. No entanto, o
grupo de pessoas mais infectadas pelo Covid no Brasil se situa na faixa etária dos
20 aos 39 anos, respondendo por quase 46% dos casos. Paradoxalmente o número de
mortos nessa faixa etária fica no patamar de 3.2%. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: helvetica;">E são esses indivíduos que mais
interagem socialmente, seja por razões de estudo, trabalho presencial ou
simplesmente nos encontros sociais desnecessários. Estamos falando em um
universo de 25% da população brasileira, ou cerca de 68 milhões de pessoas. Aplicados
os 3,2% da taxa média de mortalidade para esse grupo, vemos que até agora foram
cerca de 8 mil óbitos entre 68 milhões de vidas. No grupo das pessoas com 70+
anos, cerca de 8 milhões, tivermos 200 mil óbitos. Ou uma morte a cada 40
pessoas. Na faixa dos 20 aos 39 anos houve uma morte para cada 8500 indivíduos.
Essas percentagens parecem seguir um padrão em muitas partes do mundo. Para
além do sofrimento de tantos milhões de famílias que perderam seus entes idosos
queridos, o problema social que isso representa em economias frágeis como a do Brasil
e outros países pobres ou em dificuldades econômicas e índices de desemprego
elevados isso representa um outro grave problema econômico.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: helvetica;">Aqui e em muitos outros países, esses mesmos
idosos que estão falecendo em números desproporcionais muitas vezes compareciam
com o sustento e ajuda a filhos, netos, sobrinhos, cônjuges e outros parentes
em dificuldades financeiras. Pela maioria das leis previdenciárias, à exceção
de poucos casos, o pagamento das pensões por aposentadoria, invalidez ou doença
pagas a esses idosos ajudavam a mitigar a falta de renda de outros membros
dessas famílias. E falecendo o titular, essas pensões deixam de serem pagas
pelas previdências sociais públicas ou privadas. As ajudas financeiras, quando pagas,
por diversos países durante a pandemia, ou já terminaram, como no caso do Brasil,
ou são insuficientes para suprir as necessidades básicas das pessoas que
perderam emprego e renda durante a pandemia. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: helvetica;">Portanto mesmo depois de debelada
a pandemia globalmente, ainda teremos anos a frente de outras crises graves
como o desemprego e a fome. Essas levarão anos para serem debeladas. Se de fato
o forem, já que mesmo antes da pandemia, a maioria dos países do mundo já
lutavam contra as crises econômicas que os assolavam a anos, o desemprego, a
pobreza e a fome. Penso, usando uma
forma bastante pragmática ou mesmo perversa, que os mais jovens que se arriscam
desnecessariamente, mesmo sabendo que tem em casa idosos que muitas vezes
garantem seu sustento, não se importam de talvez estarem matando suas “
galinhas dos ovos de ouro”. No Brasil, por exemplo, dificilmente um a pensão da
Previdência Social ou dos fundos de pensão privados passa para dependentes
maiores de 18 anos. Em alguns poucos casos apenas uma percentagem destas podem
ser pagas aos dependentes que estejam ainda cursando universidades, mas até a
idade de 24 anos. Aqui, como em muitos outros países, muitos adultos e crianças
dependiam da renda de aposentadoria de parentes mais velhos para garantirem um
mínimo de condições de sustento e, segundo pesquisas demográficas, uma grande
parte de idosos se declararam como cabeças de família em termos de renda
familiar.<o:p></o:p></span></p>
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: helvetica;">Como disse em outro trecho desse texto, isso é
uma situação imoral e injusta. Fico pensando nas preocupações que muitos idosos
levam para seus leitos de hospital quando são acometidos pela Covid. Talvez muitos,
detentores de uma fibra e senso de responsabilidade que só se adquire com a
idade e as lutas dos longos anos de vida, pensem mais, nos últimos minutos antes
de serem entubados e perderem a consciência, sem saberem se sobreviverão, no medo de deixar seus parentes desassistidos do
que na própria morte.</span></span></div><p><span style="font-family: helvetica;"><br /></span></p><p style="text-align: left;"><br /></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6512702067687053402.post-81358341609059200342021-02-15T12:38:00.003-08:002021-02-15T16:48:54.152-08:00A tristeza em Portugal tem esperança, no Brasil a vergonha não tem fim...<p><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAcCoVCjBZDmRFfTPxUMViLv6m7SuD2t_ZPCVSL901ooElCwEaOejgFGw2sMTzFb7B5bpXN4gZ34FC2FPTDd6SRRwOReLs60yMpxKXUISF07xCFDjt7nI_vOA4Mc3JzarYxxyt55xqCW4/s1327/Sem-T%25C3%25ADtulo-2.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="756" data-original-width="1327" height="364" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAcCoVCjBZDmRFfTPxUMViLv6m7SuD2t_ZPCVSL901ooElCwEaOejgFGw2sMTzFb7B5bpXN4gZ34FC2FPTDd6SRRwOReLs60yMpxKXUISF07xCFDjt7nI_vOA4Mc3JzarYxxyt55xqCW4/w665-h364/Sem-T%25C3%25ADtulo-2.jpg" title="Montagem feita pelo autor com fotos públicas da web." width="665" /></a><span style="font-family: helvetica; text-align: justify;">Portugal chegou a ficar no topo
das listas de países afetados pela pandemia em relação a novos casos, mortes
diárias e mortes totais por milhão de habitantes nos últimos dias de janeiro de
2021. No dia 28 de janeiro o país viu morrerem 303 cidadãos. O número diário
mais alto de todo o período que já dura a pandemia. Para nós, aqui no Brasil,
onde já se tornou banal a perda média diária de mais de 1200 vidas, sem</span><span style="font-family: helvetica; text-align: justify;"> </span><span style="font-family: helvetica; text-align: justify;">grande parte da população dar importância, em
um país com alto grau de desenvolvimento e cerca de 8 milhões de habitantes, trezentas
vidas perdidas se tornou um escândalo. O relaxamento das medidas de
confinamento durante as festas de final de ano, que foram duramente criticadas
pelos profissionais de saúde, mas concedidas pelo governo em função de pressões
políticas, econômicas e principalmente pelo peso que a tradição dessas
comemorações tem na cultura portuguesa, levaram a uma explosão de contágios,
aumento de internamentos em enfermarias e unidades de terapia intensiva e
principalmente a explosão do número de mortos.<span></span></span></p><a name='more'></a><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">No dia 15 de janeiro último o
governo português decretou um rígido <i style="mso-bidi-font-style: normal;">lockdown</i>
(como é chamado por lá), inclusive com o fechamento de todas as escolas dos
diversos de ensino. Vale ressaltar que em muitos países da Europa o fechamento
de escolas não é visto com bons olhos pelos cidadãos e autoridades da área de
educação. Uma dimensão da importância que dão a educação, coisa que
infelizmente não é parte de nossa cultura. Nos confinamentos anteriores o
governo português relutou em fechar escolas. A medida parece ter surtido
efeito. Como previsto pelas autoridades de saúde, após quinze dias, onde a
situação na verdade iria piorar, chegando aos números recordes que se viram em
31 de janeiro, com hospitais e todo o sistema se saúde entrando quase em colapso,
agora, em 15 de fevereiro, portanto quinze dias depois dessa alta e trinta dias
em lockdown rigoroso (inclusive com fechamento de todas as fronteiras terrestres,
marítimas e aéreas), o país vê uma queda acentuada nos indicadores de gravidade
da pandemia. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">O número de novos diários casos caiu
de cerca de 16 mil para pouco mais de 1600 e o de mortes da média de 300 para
cerca 150 por dia em apenas quinze dias. A situação em Portugal ainda está
longe de ser controlada. As duras medidas de confinamento ainda vão se
prolongar até o final de março, podendo se estender até abril. O governo português,
que foi muito criticado, tanto pelos partidos de oposição, quanto pelos
cidadãos, por não ter, desde o início da pandemia definido regras claras para
os sucessivos confinamentos e desconfinamentos, além de regras para
funcionamento de escolas e estabelecimentos comerciais, agora adotou metas
precisas em relação aos números de novas infecções diárias, índice de transmissibilidade
(Rt), internações em enfermarias e nos cuidados intensivos. E enquanto não
atingirem essas metas o lockdown continuará. Aqui no Brasil, se houvesse um governo de fato e um povo mais sensato, significaria baixar em trinta dias, esse número absurdo de 1200 mortes diárias (em média), para pouco mais de 500. Um número extremamente alto e doloroso, sem dúvida, mas pelo menos vergonhoso e triste. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Evidentemente o custo financeiro
para as contas públicas, o impacto no orçamento para os próximos anos e a queda
no PIB serão muito ruins para Portugal. Mas o governo e o povo parece finalmente
ter entendido que nada disso pode se sobrepor ao custo do sofrimento e da dor
de milhares de perdas de vidas. A esperança dos portugueses agora se foca na
chegada das vacinas, que como na maioria dos países no mundo, chegam em
quantidades pequenas e insuficientes para que se atinja os 70% de vacinados e a
esperada imunidade de rebanho. Mas cabe ressaltar que há também, apesar de
todos os sacrifícios, como desemprego, perda de rendas, aumento da pobreza, prejuízos
na qualidade da educação de crianças e adolescentes, a esperança que o esforço
que o povo português está fazendo agora, independentemente de vacinas ou descoberta
de novos remédios para combater o vírus, possa se não acabar, mas pelo menos diminuir
muito as mortes, sofrimento e medo que essa pandemia inflige nas pessoas. Porque
isso mostrará a todos que em momentos de crise ou catástrofes a cidadania, o
patriotismo, a responsabilidade pessoal e com o grupo são os valores mais
importantes de um povo e uma nação. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Brasília, 15/02/2021.</span><o:p></o:p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6512702067687053402.post-86482121004732424182021-01-27T07:35:00.001-08:002021-01-27T07:36:15.809-08:00Possíveis benefícios da vacina tríplice viral (MMR) na pandemia de covid19<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgO2Lz-YQ6rmUB_tnVqx6TwvvTX9nGvft-_0a4HxIlZAykRJ9ZjeJQkfcLrwCc035ftY-CoZxgL_UCYwpyTnugwbCOM-I38qEJlU8ZocZtBnb6B_3Ps85VPA4QBGrZXjAruYHiSQBlW170/s1280/F1.large.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="723" data-original-width="1280" height="362" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgO2Lz-YQ6rmUB_tnVqx6TwvvTX9nGvft-_0a4HxIlZAykRJ9ZjeJQkfcLrwCc035ftY-CoZxgL_UCYwpyTnugwbCOM-I38qEJlU8ZocZtBnb6B_3Ps85VPA4QBGrZXjAruYHiSQBlW170/w640-h362/F1.large.jpg" width="640" /></a></div><br /><p></p><p></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: helvetica;">Esse gráfico talvez mostre – e reitero bem esse talvez – um dos
maiores desperdícios de recursos existentes e seguros, que poderiam ser usados
para aliviar os efeitos desastrosos da pandemia de Covid em todo o mundo. E novamente,
talvez, mostrar uma terapia barata, amplamente acessível e segura para a
diminuição do número de infectados e mortos pelo Covid19. Trata-se de uma
vacina. E uma vacina segura, já amplamente testada e utilizada mundialmente; a
tríplice viral ou MMR em língua inglesa. Em alguns países como o Brasil, que
possui um excelente programa de vacinação pública, todas as crianças, entre o
primeiro e o quinto ano de vida, recebem duas doses dessa vacina. Notando-se
que essa vacina foi introduzida paulatinamente no calendário vacinal brasileiro
a partir de 1992.<span></span></span></p><a name='more'></a><span style="font-family: helvetica;"> <o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: helvetica;">Portanto, pelo menos em teoria, todos os brasileiros que
hoje tem idades entre um e 30 anos provavelmente receberam duas doses dela. Diversos
estudos em andamento, infelizmente sem muita repercussão na mídia, conduzidos
por cientistas e pesquisadores em diversas partes do mundo, tem constatado que
essa imunização oferece proteção cruzada contra, pelo menos, os efeitos mais
severos da Covid19. A depender da titulação (níveis de anticorpos específicos),
para as doenças para as quais a tríplice viral protege (caxumba, o sarampo e a
rubéola), a proteção vai da literal imunidade contra o covid19, passando pela
manifestação assintomática da infecção ou, em níveis mais baixos (dessa titulação),
a manifestações leves ou moderadas dos seus sintomas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: helvetica;">A hipótese formulada, pelos pesquisadores que estão
estudando essa correlação, considera a imunidade cruzada. O sequenciamento
genético do vírus da caxumba, do sarampo e da rubéola mostrou que existe uma
grande similaridade em proteínas e aminoácidos que também estão presentes no
coronavirus causador da covid19. Essa poderia ser também a explicação da baixa incidência,
sintomas menos severos e muito menor número de mortes em indivíduos com idades
entre 1 e 20 anos de idade. As pesquisas mostram que os níveis de anticorpos
produzidos pela vacina tríplice viral ficam altos até os 14 anos de idade e
depois vão decrescendo gradativamente até o ponto (após 14 anos de inoculação
da segunda dose aos 5 anos de idade) onde os níveis encontrados em pessoas com
vinte anos e acima, se estabilizam em níveis que oferecerão proteção duradoura
contra as doenças para as quais a vacina é indicada, mas não em níveis suficientemente
altos para oferecer imunidade cruzada contra a Covid19. Portanto sugerem que a
aplicação de doses suplementares da tríplice viral em pessoas adultas, principalmente
os que nasceram antes da adoção universal da vacinação (ocorrida após os anos
90) poderia conferir proteção cruzada para a Covid19. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: helvetica;">Obviamente mais estudos deveriam estar sendo conduzidos,
dada às possibilidades e resultados encontrados nas pesquisas feitas até agora.
Resta saber se é do interesse das grandes corporações multinacionais, que estão
ganhando bilhões de dólares com a venda das novas vacinas para Covid19, trazer
a público que uma vacina já amplamente testada, segura e barata (menos de US$ 0,50
por dose)pode ser a solução, pelo menos parcial, para diminuir a pressão nos
serviços de saúde e o número de mortes causados pela pandemia. A quem tiver
interesse em saber mais, o link <a href="https://mbio.asm.org/content/11/6/e02628-20">https://mbio.asm.org/content/11/6/e02628-20</a>
leva a página de um desses estudos. </span><o:p></o:p></p><br /><p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6512702067687053402.post-20045391427797465322020-11-05T09:38:00.000-08:002020-11-05T09:38:21.324-08:00O capital sempre dá seu jeito...<p> <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhP1Z-YQK8xABD9C1v_gYrGyFk9t9mOms4QFymC1wFL6W_yr52I3q1hOzxuxozRzEe8Hp4Rl_oigi66DOeN5BgkrT5JcUlx9NIkgxqClXyaaK5UZk6sETOk52QOIOfsby5NHrRjcJX8G24/s1101/Sem-T%25C3%25ADtulo-1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="406" data-original-width="1101" height="236" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhP1Z-YQK8xABD9C1v_gYrGyFk9t9mOms4QFymC1wFL6W_yr52I3q1hOzxuxozRzEe8Hp4Rl_oigi66DOeN5BgkrT5JcUlx9NIkgxqClXyaaK5UZk6sETOk52QOIOfsby5NHrRjcJX8G24/w640-h236/Sem-T%25C3%25ADtulo-1.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #2b00fe;">Na imagem: à esquerda mink criada em cativeiro. à direita, milhares de animais abatidos e sem as peles, para conteruma nova cepa do Covid 19 na Dinamarca. Foto: Ritzau Scanpix Denmark/Reuters</span></td></tr></tbody></table><br /></p><p></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: helvetica;">Agora caiu a ficha... ontem a Dinamarca, Espanha e Polônia
anunciaram que iriam sacrificar toda a criação de minks em fazendas. Ao todo
serão sacrificamos mais de 20 milhões de animais. A medida visa conter uma cepa
mutante do Covid 19 que já infectou fazendeiros. Hoje, vejo nova foto pinicada
onde aparecem centenas de animais prontos para serem cremados ou enterrados.
Detalhe: estavam sem as peles.<span></span></span></p><a name='more'></a><p></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: helvetica;"> O capitalismo se reinventa sempre. A Polônia e
outros países que criam esses animais em fazendas cruéis vinham sendo
pressionados para cessar esse tipo de atividade. Na verdade o mundo da moda
anda rejeitando o uso de peles naturais fazem anos e as vendas (e o valor
dessas peles) vem caindo. Problema resolvido. Ao encerrar a atividade desumana,
ficam bem com a opinião pública e ainda mais agora com a confirmação que esses
animaizinhos podem transmitir o Covid para humanos. E em contrapartida ficam
com um estoque limitado e que nunca mais será reposto nos níveis atuais para
vender muito mais caro. </span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: helvetica;">Embora casacos de pele ( exceto para alguns povos
nativos que respeitam a caça e o ecossistema) seja algo fútil usados por
pessoas mais fúteis ainda, será sempre um produto valorizado pelos sem noção.
Queria ter visto os governos terem mandado incinerar os animais (triste porém
necessário) com suas peles também. Uma atitude que daria o recado que queremos
ouvir: criar qualquer animal para tirar deles produtos supérfluos por ganância,
na maioria das vezes em condições cruéis não será mais tolerado pelos humanos
responsáveis. </span><o:p></o:p></p><span style="font-family: helvetica;">Brasília, 05/11/2020</span><p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6512702067687053402.post-58470129776398797532020-07-31T12:39:00.003-07:002020-07-31T12:41:09.330-07:00O novo normal I<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWk9jFnVHlCQqvsk1_rGa55yb4EDGsH8FVFxfjN7RiKFzdjRS-UeoEAwpvG6dtINVClp31_QoYqjOtjEuNFSiF4NRDIIHCDD0FDxA6lRNFP33BXcBl06VH5-jez4bCJo7v20jdKMasXVU/s1600/JTVY0238.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1384" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWk9jFnVHlCQqvsk1_rGa55yb4EDGsH8FVFxfjN7RiKFzdjRS-UeoEAwpvG6dtINVClp31_QoYqjOtjEuNFSiF4NRDIIHCDD0FDxA6lRNFP33BXcBl06VH5-jez4bCJo7v20jdKMasXVU/s640/JTVY0238.jpg" width="553" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A reabertura e os velhos hábitos<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Em Brasília,
onde moro, quase todas as atividades econômicas de prestação de serviços estão
reabertas. Se era o caso de reabrir tão cedo ou não, não será a pauta desse
artigo. Particularmente não concordo. Cedo demais em virtude das altas taxas de
pessoas infectadas ou se infectando, transmissão alta e mortes ainda em ascensão.
Hospitais quase ou já saturados. Falta de testagem ampla e acessível. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Mas já que
permitiram reabrir, vou tomar como exemplo os restaurantes. Foram emitidas
normas pelas autoridades de saúde. Provavelmente uma boa parte desses
estabelecimentos está seguindo. Mas esqueceram um fator crucial: o
comportamento dos frequentadores. Não o comportamento determinado pela
Vigilância Sanitária, mas o comportamento social que, seja pela falta de
informação ou mero hábito, coloca em risco torna menos efetivas as regras estabelecidas.</span></span></div>
<a name='more'></a><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
<o:p></o:p></span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A realidade
é que as pessoas ainda não tiveram tempo ou discernimento de mudarem seus
hábitos. Hábitos e costumes são comportamentos sociais. Alguns deles aprendidos
e internalizados desde a infância. Sejam bons ou ruins. E é muito difícil mudar
comportamentos. Vejamos então o exemplo que se segue.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Entro em um
restaurante, onde fazia minhas refeições habitualmente e, após a reabertura
parcial, para comprar a comida no balcão elevar para casa, ou pedir por um
entregador, não me sento à mesa. Como disse, apesar de poder fazer isso agora,
por conta de um decreto, ainda acho temerário. Não por achar que esse
estabelecimento não está seguindo as recomendações, mas por convicção que não
está certo. As razões já citei mais acima. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Pois bem. Enquanto
aguardo minha comida ser embalada, vejo em uma mesa um casal. Parecem ser
colegas de trabalho. Estão almoçando e conversando. O distanciamento das mesas
está correto. Retiraram mais da metade. O álcool em gel e as toalhas
descartáveis estão presentes. Os garçons, devidamente paramentados. O ambiente
não é fechado e há boa circulação de ar. As pessoas entram de máscara, usam o
desinfetante nas mãos e sentam-se. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">No momento
em que a comida chega à mesa, abaixam suas máscaras. Obvio. Aí começa o erro e
o risco do comportamento vigente. Provavelmente por força do hábito, sentam em
uma mesa de quatro lugares, um de frente para o outro. Fico imaginando, em um
cenário bem factível, que entre as garfadas de comida, risos e a conversa em
tom ligeiramente alto, os vírus (de todos os tipos, sendo lançados nos rostos,
pratos e superfícies um do outro). <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Vou mais
além e imagino que, sendo colegas de trabalho, estão usando máscaras e
desinfetante para as mãos em seu local de trabalho, onde algumas medidas de
prevenção devem ter sido tomadas. Mas quem pode garantir, que um dos dois, ou
mesmo ambos, não sejam infectados assintomáticos? A garantia de ser seu colega
próximo de trabalho, estar aparentando boa saúde não garante nada. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Pensando no
pior, como forma de ser precavido, fico imaginando que um dos dois esteja contaminado.
Não cheguei a ver os dois saindo do estabelecimento. Minha marmita para viajem
saiu antes. Mas provavelmente terminaram seu almoço, a conversa a meio metro de
distancia, pagaram a conta, limparam suas mãos mais uma vez, colocaram as
máscaras e voltaram para a empresa. Provavelmente achando que tomaram todos os
cuidados e talvez até elogiando o estabelecimento pelo cumprimento das normas. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Se o pior
acontecer, daqui a uns dias os dois ou um deles começar a sentir os sintomas da
doença e ficara imaginando como, se tomaram as devidas precauções no ambiente
de trabalho, em casa e na rua, puderam ser contaminados. Talvez até desconfiem
e se arrependam de terem ido tão cedo a um lugar público. E esse caso, se
repetido em muitas outras pessoas, levará certamente a um novo fechamento de
locais como esse restaurante. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Na minha
preocupação, cheguei a comentar o fato com a dona do restaurante. Notei que
para ela, meu comentário fez sentido. Talvez tenha faltado uma medida simples.
Que tem sido aconselhada pelas autoridades de saúde: o distanciamento. Fico imaginando
que se o casal tivesse apenas se sentado lado a lado, na mesma mesa e evitado
conversar durante a refeição, os riscos de uma contaminação entre os dois seria
bastante reduzido, já que não estariam sem as máscaras, um de frete para o
outro.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Talvez tenha
faltado um pouco mais de orientação na reabertura, como por exemplo, a
determinação que em bares e restaurantes os garçons determinassem que os
clientes não ocupassem lugares a mesma mesa, sentando-se de frente uns dos
outros. Talvez falte nas pessoas cair a ficha que o “novo normal”, deve ser
internalizado com atenção a todo pequeno detalhe que faça a diferença. Hábitos,
mesmo que arraigados em nossa personalidade, podem e devem ser mudados quando
necessário ou conveniente. Mas é preciso sair do quadrado de se achar que tudo
voltará a ser como antes. <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<h2>
<br /></h2>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6512702067687053402.post-59473302062419858922020-05-21T21:31:00.003-07:002021-02-15T19:24:51.050-08:00O sentido de existir<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMFl11k5tzgEPiFPRqQn0LVX2VqV96a1tzPhPNObc9C5fiUJt-ecCSBWhdf7M7VIUkxB8qAwCMcIzkpG2kmsxf5pFGvRnf7X5off0XxmbQ0zY8XFM328cPPpxqdVi-9yA7Dq7yxhZ0CMs/s1600/sentido-existencia.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="879" data-original-width="711" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMFl11k5tzgEPiFPRqQn0LVX2VqV96a1tzPhPNObc9C5fiUJt-ecCSBWhdf7M7VIUkxB8qAwCMcIzkpG2kmsxf5pFGvRnf7X5off0XxmbQ0zY8XFM328cPPpxqdVi-9yA7Dq7yxhZ0CMs/s1600/sentido-existencia.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: blue;">Descrição: Profissional de saúde segura bebê após vacinação. Proibida a reprodução.</span></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span face=""arial" , "sans-serif"" style="background: rgb(249, 249, 249); color: #030303; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span face=""arial" , "sans-serif"" style="background: rgb(249, 249, 249); color: #030303; font-family: helvetica; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;">O escritor português Valter
Hugo Mãe disse certa vez que é o desejo de construção que impulsiona nossa
vontade de viver e que todo o reto seria desperdício de tempo e vida. Existir é
ser impulsionado a buscar permanentemente soluções para problemas que não
apenas nos atingem diretamente mas, sobretudo – pelo menos para alguns – criar soluções
para desafios reais ou, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>porque não, ainda
nem presentes no cotidiano da existência coletiva. Para além disso, penso que
estar presente de corpo e alma no fluxo da aventura humana, seja principalmente
se importar com o sofrimento do outro. Vivemos até agora, antes dessa
catástrofe causada pelo Covid, gravitando e nos importando apenas com nossos
umbigos. Muitas vezes desperdiçando nosso tempo com problemas inexistentes,
criados por nossa tendência a nos deixarmos<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>levar por medos irracionais ou fantasias de nossa imaginação.<span><a name='more'></a></span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span face=""arial" , "sans-serif"" style="background: rgb(249, 249, 249); color: #030303; font-family: helvetica; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span face=""arial" , "sans-serif"" style="background: rgb(249, 249, 249); color: #030303; font-family: helvetica; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;">Penso, claro, com imensa
tristeza, nas milhares de existências ceifadas por essa pandemia. Cruzo com
vizinhos que me olham com medo se tusso uma ou duas vezes no hall do elevador.
E mesmo, vejo alguns que desistem de pegar o mesmo elevador. Para além de todas
as orientações de saúde pública – e talvez seja mesmo prudente tentar embarcar
no elevador sozinho – vejo que o medo assume proporções para além disso. Muito
embora entrar em um elevador sozinho não signifique que se vá saltar dele sem
companhia. A vida é assim, nunca sabemos quem vai entrar no próximo pavimento.
E cada vez que a porta se abre vamos encarar o desconhecido. Mesmo em nossas
moradias onde deveríamos, pelo menos em teoria, conhecer todos os nossos
vizinhos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span face=""arial" , "sans-serif"" style="background: rgb(249, 249, 249); color: #030303; font-family: helvetica; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span face=""arial" , "sans-serif"" style="background: rgb(249, 249, 249); color: #030303; font-family: helvetica; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;">O que me leva a pensar
nos milhares de profissionais de saúde, segurança pública e demais atividades
essenciais que perderam suas vidas tentando fazer exatamente isso: se importar
com o sofrimento do outro e tentar solucionar problemas reais e imediatos que
ameaçam toda a população<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>mundial. Penso
nas tantas vezes que estive em hospitais e reclamei da demora no atendimento,
nos rostos desanimados – ou que me pareciam indiferentes – dos profissionais
que por ali circulavam. Me esquecia – ou melhor – nem sabia do que estava por
vir. Não achava provável, para além dos filmes de ficção científica que veria,
em minha existência, problema semelhante ao atual. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span face=""arial" , "sans-serif"" style="background: rgb(249, 249, 249); color: #030303; font-family: helvetica; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span face=""arial" , "sans-serif"" style="background: rgb(249, 249, 249); color: #030303; font-family: helvetica; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;">Os rostos cansados, a
falta de paciência de alguns profissionais me remetia apenas à minha dor do
momento. Que queria ver sanada de maneira exata e com brevidade. Não prestava a
atenção que aquelas pessoas lidavam diariamente com problemas reais de saúde –
muitos até que matavam e ainda matam mais que o próprio Covid, porém de maneira
mais lenta e portanto, não tão perceptível e alarmante. Dramas diários que
essas equipes enfrentavam, fossem pelas mortes inexplicáveis ou brutais, pela
falta de equipamentos ou recursos, pelo descaso das autoridades públicas de
saúde. E perder um paciente, ver o sofrimento do outro, não importa se em hospitais
particulares com estrutura adequada, ou em hospitais de campanha em uma guerra
tem o mesmo impacto psicológico para quem cuida da vida. E se importa com a existência
do outro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span face=""arial" , "sans-serif"" style="background: rgb(249, 249, 249); color: #030303; font-family: helvetica; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span face=""arial" , "sans-serif"" style="background: rgb(249, 249, 249); color: #030303; font-family: helvetica; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;">Mas, como na imagem que
ilustra esse artigo, cedida gentilmente por uma amiga, profissional de saúde
preventiva, que aparece na foto feliz ao vacinar uma criança, vejo um fio de
esperança. E torço para que em breve a ciência ache a cura ou a vacina que faça
estancar essa tragédia. E que essa criança, já protegida por soluções
encontradas por médicos e cientistas que viveram suas existências pensando no
bem comum, tenha uma vida longa, feliz e saudável – assim como a técnica de
enfermagem que a vacinou. Ainda nos resta a esperança. E hoje, ela está
depositada nas mão que seguram com acolhimento e coragem esse bebê. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span face=""arial" , "sans-serif"" style="background: rgb(249, 249, 249); color: #030303; font-family: helvetica; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: helvetica;"><span face=""arial" , "sans-serif"" style="background: rgb(249, 249, 249); color: #030303; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;">Para a Silvia e todos os
profissionais que nesse momento nos acolhem arriscando suas próprias
existências.<o:p></o:p></span><br />
<span face=""arial" , "sans-serif"" style="background: rgb(249, 249, 249); color: #030303; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span face=""arial" , "sans-serif"" style="background: rgb(249, 249, 249); color: #030303; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;">Marcelo Ruiz</span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span face=""arial" , "sans-serif"" style="background: rgb(249, 249, 249); color: #030303; font-family: helvetica; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span face=""arial" , "sans-serif"" style="background: rgb(249, 249, 249); color: #030303; font-family: helvetica; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;">Brasília, 22/05/2020.<o:p></o:p></span></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6512702067687053402.post-58320335275351614432018-04-20T01:51:00.004-07:002018-04-20T01:51:49.579-07:00<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgy4gNoQqZyt_mH6hYx1_87uCHN1r36JwAW4Ls1fHwqdCei6hKxQkmeusZpaZLtg0Qd8t9g3B56MOFJRjeeiBxiklNZKhr8aPYu05WAOZFwG1zlbOS9qJwF9yRQBDM-iiGNJN0AYTDf3TI/s1600/o-cacador-botero.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="593" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgy4gNoQqZyt_mH6hYx1_87uCHN1r36JwAW4Ls1fHwqdCei6hKxQkmeusZpaZLtg0Qd8t9g3B56MOFJRjeeiBxiklNZKhr8aPYu05WAOZFwG1zlbOS9qJwF9yRQBDM-iiGNJN0AYTDf3TI/s640/o-cacador-botero.jpg" width="494" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: blue; font-family: Times, Times New Roman, serif;">Na figura o quadro "O Caçador" de Fernando Botero. 2017.</span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Chego no supermercado às quatro da manhã. Cansado do trabalho que havia terminado. Serviço pesado. Isolamento acústico de portas. Faltava mamão, banana, shampoo e queijo em casa. Acordar sem queijo e um café preto é a morte. Ninguém nos corredores todos arrumados para a clientela matutina. Frutas e legumes repostos e bonitos. Indo para o caixa vejo à minha frente, num andar pachorrento, um gordinho de calças de malha azul claro e tênis marrons. Parecia uma figura de Botero. Lembrei do quadro "O Caçador". O homem, ao invés da espingarda e do coelho, tinha nas mãos uma garrafa de Coca-Cola de meio litro e dois pacotes de hambúrguer pronto Sadia. Era a caça do dia, ou melhor, da madrugada. A camisa azul com logotipo amarelo e o crachá, pendurado em um pescoço quase inexistente, denunciavam que o homem trabalhava em um banco ao lado do mercado. Um centro de tecnologia da informação. Devia pesar uns cento e quarenta quilos fácil. /os pés arqueados para dentro forçando o calçado já bem deformado. Me lembrei dos meus dias de mais de cem. E que hoje, aos setenta e cinco, me parecem distantes e inimagináveis. Equilibrados precariamente em minhas mãos esquecidas de um cesto ou carrinho, estavam um mamão, quatro bananas, o queijo gouda e uma garrafa de tinto. Não é tão difícil assim fazer dieta. É questão de urgência e escolha. e muita força de vontade. No estacionamento vi que ele caminhava para o carro. Nem precisava, pois o trabalho fica ao lado. Fiquei imaginando ele sentado em sua mesa, às voltas com os bits e bites, seus dois sanduíches requentados no microondas e o meio litro de refrigerante. Haja saúde! </span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6512702067687053402.post-46733989948636131742018-03-30T14:44:00.002-07:002018-03-30T14:44:35.196-07:00O que nos sobra? O que nos falta?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMyI3k5vsRN5_NxecPDCi_lJUqOeY5ZaD8HWeir7Sachu26oSsY85Z40WBMxIjzCMaeI7dnc16nBe3QxhyphenhyphenrUkuccFQpmpf0-5s85pxn2HB0u2RJax46WlI8n6wrwGm15U72pgZvIgcMiE/s1600/DSC00828.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="1280" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMyI3k5vsRN5_NxecPDCi_lJUqOeY5ZaD8HWeir7Sachu26oSsY85Z40WBMxIjzCMaeI7dnc16nBe3QxhyphenhyphenrUkuccFQpmpf0-5s85pxn2HB0u2RJax46WlI8n6wrwGm15U72pgZvIgcMiE/s640/DSC00828.JPG" width="640" /></a></div>
<span style="font-size: 11pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span>
<span style="font-size: 11pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Acordei
tarde e, mergulhado no trabalho, nem vi que o estômago estava reclamando por
minha atenção. Entro no Girafa´s às cinco da tarde. Pra quem não conhece é uma
mistura de Macdonald com restaurante popular. O prato simples com arroz,
feijão, carne e salada é barato. Em um feriado modorrento com tudo fechado e o
que estava aberto, caro, a escolha era obvia. Passo por um casal de namorados
conversando animadamente. Já haviam terminado o lanche. Mais duas mesas com
duas senhoras idosas. Solitárias. provavelmente, pela hora, jantando. Faço meu
pedido e me sento. Uma menina de uns sete anos, se aproxima do casal de
namorados. Pela conversa e o jeito da garota, presumi que pedia para lhe
pagarem um lanche. A moça da mesa lhe pergunta a idade e ela mostra, com os
dedos das mão que tem oito anos. A moça se dirige ao caixa pega o cardápio e
depois de deixar a garota escolher, paga o lanche e a convida a sentar com
eles. </span></span><br />
<a name='more'></a><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Pouco depois se levantam, se despedem da menina e vão embora. Em seguida
um casal jovem, com um carrinho de bebe entra e sentam à mesa onde a menina
começava a saborear o hambúrguer com batatas fritas. O homem brinca com ela, se levanta e vai ao
caixa. Pede um prato de frango compactado, arroz feijão e fritas. O mais barato
do cardápio. Meu pedido chega. Pra mim, muita comida. Depois de uma dieta, onde
perdi 35 quilos que não me faziam falta, acostumei a comer pouco. Quando a
refeição do casal chega eles colocam a bandeja entre eles e o rapaz num gesto
afetuoso pega uma garfada de feijão e arroz e oferece à companheira. Ela faz,
depois o mesmo com ele. A filha oferece um pedaço do hambúrguer ao pai. Ele dá
uma mordida e faz um comentário engraçado, que a faz sorrir. Não dou conta de
comer tudo e me levanto para sair. Passo pelo casal, elogio o gesto delicado
dos dois e pergunto se o prato dividido era por contingencia de dinheiro. Ele,
meio envergonhado diz que sim. Ofereço-me para comprar-lhes outra refeição. Ele
agrade. A mulher me pede para dizer que é para viagem. Assim, mais tarde, eles
terão o que jantar, assim como a pequena Jeniffer, que dorme no carrinho. Peço
o prato para viagem a moça do caixa e recomendo que é para eles levarem.
Entrego a comanda ao rapaz, aperto sua mão e lhe desejo Feliz Páscoa, seja lã o
que isso signifique para eles ou para mim. Vou andando para o carro pensando no
que realmente nos faz falta. Lembro-me das duas senhorinhas jantando sozinhas
em suas mesas e eu mesmo, no meu almoço tardio. Aquele rapaz, com sua família
era o mais rico de nós três naquela lanchonete. Feliz Páscoa, seja lá o que
isso represente para vocês também! </span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6512702067687053402.post-37151923433381677742017-11-03T09:23:00.000-07:002017-11-03T13:49:29.132-07:00Sempre as mesmas histórias...<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYdGRVDtsE8LQyLglcmMZUMOS29QzKeGa-tUHuzpms2FVLFJFKvuTELhUyWNkBnHm61dmd3TrL2T17iQF7NgGGGZfxPbUA1t2uyCYyY5hr5iunoCUl-peRLzfABpHj6lI_-D1EWhbjiH8/s1600/Captura+de+Tela+2017-11-03+a%25CC%2580s+13.53.58.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="499" height="384" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYdGRVDtsE8LQyLglcmMZUMOS29QzKeGa-tUHuzpms2FVLFJFKvuTELhUyWNkBnHm61dmd3TrL2T17iQF7NgGGGZfxPbUA1t2uyCYyY5hr5iunoCUl-peRLzfABpHj6lI_-D1EWhbjiH8/s640/Captura+de+Tela+2017-11-03+a%25CC%2580s+13.53.58.png" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: blue;">Link para a matéria citada: <a href="https://istoe.com.br/policia-prende-suspeito-assassinar-jovem-durante-carona/">https://istoe.com.br/policia-prende-suspeito-assassinar-jovem-durante-carona/</a></span></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Mais uma mulher assassinada. Mais um crime premeditado. Mais
um latrocínio. Mais violência. Mas descaso das autoridades e ineficiência do
Judiciário. Velhos enredos para criar estórias novas. E tristes. Quando
mudaremos o curso das coisas?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Uma moça jovem, 22 anos, combina uma viagem em um aplicativo
de caronas pela internet. Mais um golpe. O assassino fingiu que se tratava de
um casal e combinou a viajem. No ponto de encontro apenas o homem apareceu. A
mulher, mesmo assim aceitou levá-lo. Não foi longe. No meio do percurso mais dois
comparsas ajudaram a estuprar, matar e roubar a jovem.</span></div>
<a name='more'></a><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> <o:p></o:p></span><br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Foram pegos. Mas o mal está feito. A tragédia abatida sobre
os familiares. Nunca muda não é mesmo? Os envolvidos, já tinham passagem pela
polícia e um estava foragido da cadeia. É um caso atrás de outro. A sensação é
que podemos escrever essas matérias com algumas frases prontas. Só copiar e
colar. Nesse caso, pelo menos, o jornalista não precisou usar a frase “os
assassinos fugiram e ainda não foram localizados pela polícia”. Mas isso não
muda o destino trágico da vítima. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Qualquer coisa que se comente agora é inútil. Se falamos às
mulheres que não devem sair sozinhas à noite, pegar ou dar caronas a estranhos,
beberem demais desacompanhadas de uma amiga de confiança, imediatamente somos
bombardeados com retórica. Sim, isso é absurdo. Sim, a mulher tem o direito de
fazer o que quiser. Sim as mulheres deveriam estar seguras em qualquer
situação. Mas não estão. Ninguém está. Não é enfrentando<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>riscos desnecessários ou ignorando perigos
que se vai mudar o mundo sexista em que vivemos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Não se trata apenas de violência de gênero. É simplesmente
violência. Cão. Falência total de um Estado que deveria proteger seus cidadãos.
E manter presos os que comentem crimes. Não quero escutar “ah, mas você é homem
e não sabe o que passam as mulheres”. Realmente, mesmo não sendo sexista ou
machista, mesmo não sendo um abusador eu não sei de tudo. Mas sei o que nenhum
de nós deve fazer. Homens ou mulheres. Ou crianças. Seja quem for. Minoria ou
maioria. Eu não pegaria carona em um grupo de internet. Ponto. Eu não andaria
em locais perigosos sem necessidade. Eu tento me proteger da absoluta guerra em
que vivemos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
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<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">O que precisamos é reclamar mais, exercer direitos – e mesmo
assim tentando minimizar os riscos. Devemos promover uma mudança nas urnas em
2018. Mostrar, através de uma das formas disponíveis e legais, que não queremos
mais esse estado de coisas. Precisamos muito ainda falar de direitos das
mulheres, de direitos humanos. Mas precisamos falar de deveres. Precisamos
falar de leis mais duras. Precisamos mudar esse Judiciário frouxo e inepto que
aí está. São mais frases de efeito sim. Também posso copiar e colar em quase
todo texto que escrevo sobre violência. Mas devemos nos focar no que deve ser
repetido à exaustão. </span><o:p></o:p></div>
Unknownnoreply@blogger.com0