quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Possíveis benefícios da vacina tríplice viral (MMR) na pandemia de covid19

 


Esse gráfico talvez mostre – e reitero bem esse talvez – um dos maiores desperdícios de recursos existentes e seguros, que poderiam ser usados para aliviar os efeitos desastrosos da pandemia de Covid em todo o mundo. E novamente, talvez, mostrar uma terapia barata, amplamente acessível e segura para a diminuição do número de infectados e mortos pelo Covid19. Trata-se de uma vacina. E uma vacina segura, já amplamente testada e utilizada mundialmente; a tríplice viral ou MMR em língua inglesa. Em alguns países como o Brasil, que possui um excelente programa de vacinação pública, todas as crianças, entre o primeiro e o quinto ano de vida, recebem duas doses dessa vacina. Notando-se que essa vacina foi introduzida paulatinamente no calendário vacinal brasileiro a partir de 1992.

Portanto, pelo menos em teoria, todos os brasileiros que hoje tem idades entre um e 30 anos provavelmente receberam duas doses dela. Diversos estudos em andamento, infelizmente sem muita repercussão na mídia, conduzidos por cientistas e pesquisadores em diversas partes do mundo, tem constatado que essa imunização oferece proteção cruzada contra, pelo menos, os efeitos mais severos da Covid19. A depender da titulação (níveis de anticorpos específicos), para as doenças para as quais a tríplice viral protege (caxumba, o sarampo e a rubéola), a proteção vai da literal imunidade contra o covid19, passando pela manifestação assintomática da infecção ou, em níveis mais baixos (dessa titulação), a manifestações leves ou moderadas dos seus sintomas.

A hipótese formulada, pelos pesquisadores que estão estudando essa correlação, considera a imunidade cruzada. O sequenciamento genético do vírus da caxumba, do sarampo e da rubéola mostrou que existe uma grande similaridade em proteínas e aminoácidos que também estão presentes no coronavirus causador da covid19. Essa poderia ser também a explicação da baixa incidência, sintomas menos severos e muito menor número de mortes em indivíduos com idades entre 1 e 20 anos de idade. As pesquisas mostram que os níveis de anticorpos produzidos pela vacina tríplice viral ficam altos até os 14 anos de idade e depois vão decrescendo gradativamente até o ponto (após 14 anos de inoculação da segunda dose aos 5 anos de idade) onde os níveis encontrados em pessoas com vinte anos e acima, se estabilizam em níveis que oferecerão proteção duradoura contra as doenças para as quais a vacina é indicada, mas não em níveis suficientemente altos para oferecer imunidade cruzada contra a Covid19. Portanto sugerem que a aplicação de doses suplementares da tríplice viral em pessoas adultas, principalmente os que nasceram antes da adoção universal da vacinação (ocorrida após os anos 90) poderia conferir proteção cruzada para a Covid19.

Obviamente mais estudos deveriam estar sendo conduzidos, dada às possibilidades e resultados encontrados nas pesquisas feitas até agora. Resta saber se é do interesse das grandes corporações multinacionais, que estão ganhando bilhões de dólares com a venda das novas vacinas para Covid19, trazer a público que uma vacina já amplamente testada, segura e barata (menos de US$ 0,50 por dose)pode ser a solução, pelo menos parcial, para diminuir a pressão nos serviços de saúde e o número de mortes causados pela pandemia. A quem tiver interesse em saber mais, o link https://mbio.asm.org/content/11/6/e02628-20 leva a página de um desses estudos.


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