The Duke and Duchess of Windsor meet with Adolf Hitler in Munich in 1937. Photograph: PA (The Guardian) |
Essa semana, depois da crise grega, o que anda espantando os
ingleses é a descoberta de um tal filme onde a então princesa Elisabeth e seus
irmão faziam a saudação nazista nos jardins do palácio real. Não se fala outra
coisa, senão a obscenidade das relações da realeza britânica, que não foi a
única, com a Alemanha nazista. Falta de conhecimento histórico. Talvez poucos
jovens hoje, mesmo na Europa, sejam capazes de responder quando começou ou
terminou a Segunda Grande Guerra. É assunto que somente seus avós, muitos já
falecidos, poderiam saber vagamente. Digo vagamente porque mesmo eles, que
sofreram as agruras da guerra, não devem ter tido conhecimento da história
anterior à deflagração do conflito. Em todos os livros de história e no
imaginário popular, esse período negro é remetido ao intervalo de anos entre
1939, com a anexação da Áustria e a invasão da Polônia, até 1945, com a vitória
aliada e a rendição do Japão.
Mas o que deveriam saber, é que o nazismo, como ideia
política que levou a criação do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores
Alemães (NSDP), ou simplesmente Partido Nazista, começou duas décadas antes,
com um então obscuro Adolf Hitler sendo nomeado Fuhrer do partido. A partir de
1919 o NSDP se tornou ativo e cresceu exponencialmente até 1934, quando Hitler
foi declarado presidente e chanceler da Alemanha. E ainda faltavam cinco anos
para o início da guerra, como peculiarmente é definido nos livros escolares.
Antes disso, com os interesses comerciais e políticos em jogo, diversos países
da Europa namoraram com a política fascista alemã. Inclusive na Ásia, onde Rússia
e Japão, fizeram tratados de cooperação e aliança. A verdade é que toda a
Europa sempre dependeu da economia alemã secularmente. Como hoje ainda. Está aí
a crise da União Europeia com todos os membros apontando e confiando no estado
alemão para resolver todo pequeno ou grande terremoto que sacode a economia do
euro.
O espanto de ver a família real inglesa as voltas com
saudações nazistas e relações amistosas com o Fuhrer se deve apenas a esse raso
conhecimento da história. Se daqui a vinte anos a Sra. Ângela Merkel resolver
invadir a Grécia e anexar Portugal enviando gregos e lusitanos aos campos de
concentração, se é que já não o fazem com sua política econômica, todos ficarão
horrorizados de ver fotos de dignatários ilustres como Obama, James Cameron,
Hollande e até mesmo a rainha louca de copas apertando a mão da dama de ferro
(não a Tatcher) alemã. A história, ao contrário do que possa nos parecer os
livros com fatos estratificados cronologicamente, está em constante movimento e
se reescreve a cada minuto. E pior, muitas vezes repetindo os mesmos erros.
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