sábado, 18 de julho de 2015

Um terrível espanto...

 The Duke and Duchess of Windsor meet with Adolf Hitler in Munich in 1937. Photograph: PA (The Guardian)

Essa semana, depois da crise grega, o que anda espantando os ingleses é a descoberta de um tal filme onde a então princesa Elisabeth e seus irmão faziam a saudação nazista nos jardins do palácio real. Não se fala outra coisa, senão a obscenidade das relações da realeza britânica, que não foi a única, com a Alemanha nazista. Falta de conhecimento histórico. Talvez poucos jovens hoje, mesmo na Europa, sejam capazes de responder quando começou ou terminou a Segunda Grande Guerra. É assunto que somente seus avós, muitos já falecidos, poderiam saber vagamente. Digo vagamente porque mesmo eles, que sofreram as agruras da guerra, não devem ter tido conhecimento da história anterior à deflagração do conflito. Em todos os livros de história e no imaginário popular, esse período negro é remetido ao intervalo de anos entre 1939, com a anexação da Áustria e a invasão da Polônia, até 1945, com a vitória aliada e a rendição do Japão.

Mas o que deveriam saber, é que o nazismo, como ideia política que levou a criação do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDP), ou simplesmente Partido Nazista, começou duas décadas antes, com um então obscuro Adolf Hitler sendo nomeado Fuhrer do partido. A partir de 1919 o NSDP se tornou ativo e cresceu exponencialmente até 1934, quando Hitler foi declarado presidente e chanceler da Alemanha. E ainda faltavam cinco anos para o início da guerra, como peculiarmente é definido nos livros escolares. Antes disso, com os interesses comerciais e políticos em jogo, diversos países da Europa namoraram com a política fascista alemã. Inclusive na Ásia, onde Rússia e Japão, fizeram tratados de cooperação e aliança. A verdade é que toda a Europa sempre dependeu da economia alemã secularmente. Como hoje ainda. Está aí a crise da União Europeia com todos os membros apontando e confiando no estado alemão para resolver todo pequeno ou grande terremoto que sacode a economia do euro.


O espanto de ver a família real inglesa as voltas com saudações nazistas e relações amistosas com o Fuhrer se deve apenas a esse raso conhecimento da história. Se daqui a vinte anos a Sra. Ângela Merkel resolver invadir a Grécia e anexar Portugal enviando gregos e lusitanos aos campos de concentração, se é que já não o fazem com sua política econômica, todos ficarão horrorizados de ver fotos de dignatários ilustres como Obama, James Cameron, Hollande e até mesmo a rainha louca de copas apertando a mão da dama de ferro (não a Tatcher) alemã. A história, ao contrário do que possa nos parecer os livros com fatos estratificados cronologicamente, está em constante movimento e se reescreve a cada minuto. E pior, muitas vezes repetindo os mesmos erros.

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