Esse gráfico talvez mostre – e reitero bem esse talvez – um dos maiores desperdícios de recursos existentes e seguros, que poderiam ser usados para aliviar os efeitos desastrosos da pandemia de Covid em todo o mundo. E novamente, talvez, mostrar uma terapia barata, amplamente acessível e segura para a diminuição do número de infectados e mortos pelo Covid19. Trata-se de uma vacina. E uma vacina segura, já amplamente testada e utilizada mundialmente; a tríplice viral ou MMR em língua inglesa. Em alguns países como o Brasil, que possui um excelente programa de vacinação pública, todas as crianças, entre o primeiro e o quinto ano de vida, recebem duas doses dessa vacina. Notando-se que essa vacina foi introduzida paulatinamente no calendário vacinal brasileiro a partir de 1992.
Portanto, pelo menos em teoria, todos os brasileiros que
hoje tem idades entre um e 30 anos provavelmente receberam duas doses dela. Diversos
estudos em andamento, infelizmente sem muita repercussão na mídia, conduzidos
por cientistas e pesquisadores em diversas partes do mundo, tem constatado que
essa imunização oferece proteção cruzada contra, pelo menos, os efeitos mais
severos da Covid19. A depender da titulação (níveis de anticorpos específicos),
para as doenças para as quais a tríplice viral protege (caxumba, o sarampo e a
rubéola), a proteção vai da literal imunidade contra o covid19, passando pela
manifestação assintomática da infecção ou, em níveis mais baixos (dessa titulação),
a manifestações leves ou moderadas dos seus sintomas.
A hipótese formulada, pelos pesquisadores que estão
estudando essa correlação, considera a imunidade cruzada. O sequenciamento
genético do vírus da caxumba, do sarampo e da rubéola mostrou que existe uma
grande similaridade em proteínas e aminoácidos que também estão presentes no
coronavirus causador da covid19. Essa poderia ser também a explicação da baixa incidência,
sintomas menos severos e muito menor número de mortes em indivíduos com idades
entre 1 e 20 anos de idade. As pesquisas mostram que os níveis de anticorpos
produzidos pela vacina tríplice viral ficam altos até os 14 anos de idade e
depois vão decrescendo gradativamente até o ponto (após 14 anos de inoculação
da segunda dose aos 5 anos de idade) onde os níveis encontrados em pessoas com
vinte anos e acima, se estabilizam em níveis que oferecerão proteção duradoura
contra as doenças para as quais a vacina é indicada, mas não em níveis suficientemente
altos para oferecer imunidade cruzada contra a Covid19. Portanto sugerem que a
aplicação de doses suplementares da tríplice viral em pessoas adultas, principalmente
os que nasceram antes da adoção universal da vacinação (ocorrida após os anos
90) poderia conferir proteção cruzada para a Covid19.
Obviamente mais estudos deveriam estar sendo conduzidos,
dada às possibilidades e resultados encontrados nas pesquisas feitas até agora.
Resta saber se é do interesse das grandes corporações multinacionais, que estão
ganhando bilhões de dólares com a venda das novas vacinas para Covid19, trazer
a público que uma vacina já amplamente testada, segura e barata (menos de US$ 0,50
por dose)pode ser a solução, pelo menos parcial, para diminuir a pressão nos
serviços de saúde e o número de mortes causados pela pandemia. A quem tiver
interesse em saber mais, o link https://mbio.asm.org/content/11/6/e02628-20
leva a página de um desses estudos.
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