O preconceito na mídia... linchamento imagético.

Observem bem a foto. Está na capa do The Guardian de hoje (http://www.theguardian.com/uk-news/2013/dec/19/lee-rigby-murder-michael-adebolajo-adebowale-guilty). A condenação dos dois negros ingleses, seguidores radicais do Islam, que mataram o soldado branco da rainha... Não estou defendendo oas dois ou as razões de ódio religioso e insanidade que estão envolvidas no crime. O ato foi bárbaro e descabido e a condenação justa e leve. Deviam ter pegado pena de morte. 

Mas o que está oculto na foto é a xenofobia e intolerância de uma Europa cada vez mais encurralada entre dois grupos radicais: Os que defendem uma abertura irrestrita de suas fronteiras ao restante do mundo e os que querem-na fechada e exclusiva aos europeus brancos de preferência. Os três envolvidos nesse crime são cidadãos britânicos. Fotos do trio diferentes das publicadas estão a disposição do jornal. Mas o que foi parar na primeira página estampa o contraste. A foto bem tirada do rapaz branco com uniforme de gala e a foto de identificação criminal na policia. De forma que os olhares dos três, atinjam o leitor de forma a marcar uma diferença. Não é uma foto isenta. E se fosse publicada essa versão abaixo? As imagens estão disponíveis na web. Para mim e para o diagramador que montou a matéria no jornal londrino. 

Se a função da imagem na reportagem escrita é proporcionar ao leitor uma compreensão maior dos fatos relatados e das pessoas envolvidas, essa imagem também serviria. É mais isenta ou neutra como o bom jornalismo deve ser? Acho que sim... Mas hoje o que vende é o jornalismo marrom .