quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Qué será, qué será... lo que tiene Pizzolato?

(Associated Press) Zaza Gabor e o playboy Porfirio Rubirosa em 1955 no aeroporto de Orly em Paris.


Tal qual o grande amante cubano - o último dos playboys - Porfírio Rubirosa, Pizzolato guarda um grande segredo. E não é no meio da virilha. Nesse quesito, ao contrário do garanhão cubano, o frango de gravatinha borboleta joga para o outro lado. Mas outros segredos ele tem. Já provou que não é muito esperto. Primeiro se deixando seduzir pela máfia do PT e depois, se julgando acima da lei, como os demais colegas réus, confiando que os capos iriam protege-los até o fim. Temerário e ganancioso, pagou pra ver. Devia ter ido embora do país, com a fortuna que amealhou, logo quando estourou o escândalo. Queria mais. Queria tudo.


Até conseguiu uma benesse do empregador. Foi aposentado com todos os direitos pelo banco que roubou. Achou que ficaria só nisso e que poderia continuar no Brasil curtindo a boa vida que o dinheiro fácil, sua parte no desvio, lhe proporcionava. Era cidadão italiano. E no estouro da boiada, poderia ter saído livremente pela porta da frente com seu próprio passaporte.  Mais uma vez confiou na impunidade e resolveu se complicar mais forjando documentos falsos e assumindo a identidade do irmão já falecido. E foi apenas isso que lhe custou a prisão na Itália. Se estivesse lá com seus nome e documentos verdadeiros, um abraço. Ciao, ciao bambino mio...

A justiça italiana tem ódio da sua congênere brasileira por conta de um tal Cesare Battisti. Jamais iria entregar o Pizzolato. Agora, talvez corra algum risco o mafioso trapalhão. Mas burro ele não é. Deve ter tido suas precauções e em algum lugar repousa uma pasta com nomes, datas, números de telefone, contas correntes e gravações de áudio ou vídeo. Até a anta do Durval Barbosa fez isso por menos grana. É compreensível que, enquanto tinha esperanças de se livrar do incomodo e permanecia no país, teve cautela de não entregar os chefes e ficou de bico fechado. Assim como o parceiro Valério. Esse sabe muito, mas está calado. Tem medo dos assassinos de aluguel da máfia petista e não tem outra cidadania.

Pizzolato e o Capo di Tutti Capi em 1990: amizade antiga e lealdade à omertà...


O exemplo do Celso Daniel fez e faz calar muita gente dentro daquela organização político-criminosa. Desde os tempos da companheira Dilma – ou melhor, da temível Estela – que mandava assassinar os dissidentes, a esquerda brasileira exige voto de silencio de seus cooptados à bala. Mas Pizzolato tem uma chance. Está na hora do rouxinol de gravatinha e chapéu de caubói começar a cantar fininho na Itália. Faria até uma boa ação aos brasileiros de vergonha na cara denunciando com detalhes as lacunas do esquema e os não julgados e condenados. Logicamente em troca de pedir garantias de vida a justiça italiana, alegando que se fosse mandado de volta ao Brasil seria eliminado como o Aldo Moro, por vingança e motivos políticos.

Mas pode ser que nem isso seja preciso. Afinal, fora o caso do Battisti, ainda não digerido pelas autoridades da Itália, Pizzolato é cidadão daquele país e normalmente a Itália, assim como outros países sérios, não extradita seus nacionais assim tão facilmente. Mas pelo menos para desenterrar um pouco o nome de sua família da lama onde ele se chafurdou, deveria entregar o restante da quadrilha que ainda está solta. Podia até dar uma declaração conjunta com o Valério. Eu disse uma vez, a título de provocação, que não achava justa a condenação do bobo de gravatinha borboleta. Até gostei quando soube de sua fuga espetacular e desastrada. Adoro qualquer coisa que sacaneie com as autoridades e políticos desse partido de merda que expropria o Brasil.

Mas o fato é que não houve justiça mesmo. Muita gente ficou de fora. Muita gente dentro do banco onde Pizzolato reinava sabia do esquema e estava cooptada. Assim como outros funcionários e colaboradores das demais instituições envolvidas. É ilusão pueril achar que somente os vinte e cinco ilustres condenados puderam realizar tudo sozinhos. E quem colaborou, quem viu e calou, quem soube e não denunciou ou se ofereceu como testemunha, no mínimo é conivente ou pior. Cumplice. E com certeza os condenados sabem de nomes, números e papel de cada um desses colaboradores ocultos. E nem vou falar do sapo barbudo...


Agradeço o convite. Mas não me esperem para jantar...
Eu sinceramente espero que o senhor das gravatinhas borboleta consiga ficar na Itália e por lá morra usufruindo sua bela aposentadoria de bancário. Se voltar, assim como ou outros colegas de cadeia, logo logo estará solto e voltará a roubar. E aqui já tem muita gente fazendo isso. De trombadinhas a presidentes. E peixes graúdos como Pizzolato são mais perigosos porque tem poder e contatos. Cartas na manga. Preferia que tivesse vindo, nos anos dourados, o Rubirosa. Pelo menos sabíamos o que tinha guardado na cueca.  E com certeza teria feito o deleite das finas damas do jetset brasileiro.

Brasilia, Jan/2014.

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