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(Associated Press) Zaza Gabor e o playboy Porfirio Rubirosa em 1955 no aeroporto de Orly em Paris. |
Tal qual o grande amante cubano - o último dos playboys - Porfírio
Rubirosa, Pizzolato guarda um grande segredo. E não é no meio da virilha. Nesse
quesito, ao contrário do garanhão cubano, o frango de gravatinha borboleta joga
para o outro lado. Mas outros segredos ele tem. Já provou que não é muito
esperto. Primeiro se deixando seduzir pela máfia do PT e depois, se julgando
acima da lei, como os demais colegas réus, confiando que os capos iriam protege-los até o fim. Temerário
e ganancioso, pagou pra ver. Devia ter ido embora do país, com a fortuna que
amealhou, logo quando estourou o escândalo. Queria mais. Queria tudo.
Até conseguiu uma benesse do empregador. Foi aposentado com todos
os direitos pelo banco que roubou. Achou que ficaria só nisso e que poderia
continuar no Brasil curtindo a boa vida que o dinheiro fácil, sua parte no
desvio, lhe proporcionava. Era cidadão italiano. E no estouro da boiada,
poderia ter saído livremente pela porta da frente com seu próprio
passaporte. Mais uma vez confiou na
impunidade e resolveu se complicar mais forjando documentos falsos e assumindo
a identidade do irmão já falecido. E foi apenas isso que lhe custou a prisão na
Itália. Se estivesse lá com seus nome e documentos verdadeiros, um abraço.
Ciao, ciao bambino mio...
A justiça italiana tem ódio da sua congênere brasileira por
conta de um tal Cesare Battisti. Jamais iria entregar o Pizzolato. Agora, talvez
corra algum risco o mafioso trapalhão. Mas burro ele não é. Deve ter tido suas
precauções e em algum lugar repousa uma pasta com nomes, datas, números de
telefone, contas correntes e gravações de áudio ou vídeo. Até a anta do Durval
Barbosa fez isso por menos grana. É compreensível que, enquanto tinha
esperanças de se livrar do incomodo e permanecia no país, teve cautela de não
entregar os chefes e ficou de bico fechado. Assim como o parceiro Valério. Esse
sabe muito, mas está calado. Tem medo dos assassinos de aluguel da máfia
petista e não tem outra cidadania.
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Pizzolato e o Capo di Tutti Capi em 1990: amizade antiga e lealdade à omertà... |
O exemplo do Celso Daniel fez e faz calar muita gente dentro
daquela organização político-criminosa. Desde os tempos da companheira Dilma –
ou melhor, da temível Estela – que mandava assassinar os dissidentes, a
esquerda brasileira exige voto de silencio de seus cooptados à bala. Mas
Pizzolato tem uma chance. Está na hora do rouxinol de gravatinha e chapéu de caubói
começar a cantar fininho na Itália. Faria até uma boa ação aos brasileiros de
vergonha na cara denunciando com detalhes as lacunas do esquema e os não
julgados e condenados. Logicamente em troca de pedir garantias de vida a
justiça italiana, alegando que se fosse mandado de volta ao Brasil seria
eliminado como o Aldo Moro, por vingança e motivos políticos.
Mas pode ser que nem isso seja preciso. Afinal, fora o caso
do Battisti, ainda não digerido pelas autoridades da Itália, Pizzolato é
cidadão daquele país e normalmente a Itália, assim como outros países sérios,
não extradita seus nacionais assim tão facilmente. Mas pelo menos para
desenterrar um pouco o nome de sua família da lama onde ele se chafurdou,
deveria entregar o restante da quadrilha que ainda está solta. Podia até dar
uma declaração conjunta com o Valério. Eu disse uma vez, a título de
provocação, que não achava justa a condenação do bobo de gravatinha borboleta.
Até gostei quando soube de sua fuga espetacular e desastrada. Adoro qualquer
coisa que sacaneie com as autoridades e políticos desse partido de merda que
expropria o Brasil.
Mas o fato é que não houve justiça mesmo. Muita gente ficou
de fora. Muita gente dentro do banco onde Pizzolato reinava sabia do esquema e
estava cooptada. Assim como outros funcionários e colaboradores das demais
instituições envolvidas. É ilusão pueril achar que somente os vinte e cinco
ilustres condenados puderam realizar tudo sozinhos. E quem colaborou, quem viu
e calou, quem soube e não denunciou ou se ofereceu como testemunha, no mínimo é
conivente ou pior. Cumplice. E com certeza os condenados sabem de nomes, números
e papel de cada um desses colaboradores ocultos. E nem vou falar do sapo
barbudo...
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Agradeço o convite. Mas não me esperem para jantar... |
Eu sinceramente espero que o senhor das gravatinhas
borboleta consiga ficar na Itália e por lá morra usufruindo sua bela
aposentadoria de bancário. Se voltar, assim como ou outros colegas de cadeia,
logo logo estará solto e voltará a roubar. E aqui já tem muita gente fazendo
isso. De trombadinhas a presidentes. E peixes graúdos como Pizzolato são mais
perigosos porque tem poder e contatos. Cartas na manga. Preferia que tivesse
vindo, nos anos dourados, o Rubirosa. Pelo menos sabíamos o que tinha guardado na
cueca. E com certeza teria feito o
deleite das finas damas do jetset
brasileiro.
Brasilia, Jan/2014.
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