Meu velho PUG 2003: bom, bonito e barato... |
Eu gosto de carro antigo. Não é carro velho. Antigo, para
mim, é o usado em excelente estado. E por antigo, pelo menos no Brasil, não se
pode supor um carro tecnicamente defasado ou ultrapassado. Alguns antigos, de
uma década atrás, conseguem ser mais modernos, em certos modelos, que muitos
zero quilometro. São mais baratos, duráveis, desvalorizam menos que os novos e
pagam pouco imposto.
Então por que a febre do carro zero a qualquer custo?
Financiamento com juros tão altos que triplicam o valor do bem, impostos caros,
qualidade duvidosa e estilo idem. Seria para exibir aos vizinhos, não ficar
atrás dos amigos que também compraram? Ou a ilusão que sendo mais modernos são
mais seguros e estragam menos? Ou é consumismo puro e alienado?
O modelo zero 2014, que saiu da concessionária por R$ 35 mil
surreais, valerá, depois de um ano de uso, cerca de R$ 25 mil para recompra na
concessionária ou em agências de usados. Se não for menos. Já o modelito 2003,
adquirido por R$ 9500,00 valerá o mesmo ou mais, dependendo da inflação, da
taxa de juros para o zero quilômetro e do desempenho da economia. Qual é a
lógica? É por tratar-se de um modelo novo? Mas o Peugeot 207 é o velho 206
requentado. O 208 é na verdade o 207 europeu que já saiu de linha por lá. E
esse não sai por menos de R$ 45 mil surreais!
Mas o desempenho melhorou? Não. Na verdade piorou assim como
o consumo. O 206 de dez anos passados, com os mesmos 1045 quilos e 110 cavalos,
tinha uma relação peso potência de 10,5 Kg/HP. Ou seja cada cavalo do motor arrastava
10,5 kg de carroceria. Já o motor do zero quilometro, com apenas 88 cavalos,
tem uma relação de 12 Kg/HP. Parece pouco, mas em uma ultrapassagem em aclive,
faz aquele frio na espinha. A aceleração passou de bons 9,5 segundos de 0 a 100
km/h para 13 segundos até atingir a mesma velocidade. A velocidade final baixou
de 195 Km/h para 168 Km/h. E isso esses dados técnicos, para quem não entende,
fez piorar o consumo.
PUG tunado: os apaixonados às vezes exageram no gosto, mas paixão é paixão... |
Mas não basta acelerar bem, tem que parar bem. Os freios a
disco nas quatro rodas, do modelo 2003 fazem um excelente trabalho. E não
desregula tanto. Já o modelo novo, com freios a tambor nas rodas traseiras, não
transmite a mesma segurança nas frenagens de emergência, mesmo com o ABS. No
restante, o conforto, posição de dirigir, acessórios e novidades tecnológicas
são as mesmas de uma década atrás.
Na Europa, o PUG
(apelido carinhoso dado pelos franceses ao 206) ainda faz sucesso entre
os admiradores da marca e do modelo. E lá o 206 já não existe mais desde 2010.
Existem clubes do Peugeot 206 em diversos países e os admiradores tunam os
carros em diversos estilos (alguns de gosto duvidoso é bem verdade). Mas o
carrinho, que vendeu mais de seis milhões de unidades na Europa é uma paixão
nacional.
Porsche 918 Spyder 2014: Novo recorde em Nurburgring pela bagatela de R$ 3 milhões... |
Março/2014
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