quinta-feira, 18 de maio de 2017

Uma linda mulher...

Chelsea Manning em seu segundo dia de liberdade. Fonte: https://twitter.com/intent/follow?screen_name=xychelsea

Chelsea Elizabeth Manning pode hoje entrar em qualquer lista do tipo "as dez mulheres mais influente do mundo". Sempre teve meu respeito e admiração, desde quando, ainda com a identidade de soldado do exército dos Estados Unidos da América, quando era conhecido como Bradley Edward Manning, teve a coragem de vazar documentos secretos da CIA (no chamado caso Cablegate) para o Wikileaks. Não foi a única. Ela e outros que tiveram a mesma bravura - mostrar a podridão dos bastidores do país mais poderoso do mundo - enfrentam a ira de governos mundiais, julgamento da opinião pública, vida em exílio (como Edward Snowden) ou o refúgio diplomático (Julian Assange).

 Ainda se não bastassem tantos problemas, enfrentou a corte marcial e - ao meu ver o pior de todos os desafios - assumiu publicamente sua identidade como mulher transgênero ainda dentro de uma prisão militar. Mesmo sabendo que podia ser condenada a prisão perpétua, o que felizmente não ocorreu, se colocou como voz ativa na defesa e denuncia dos preconceitos e das políticas quanto aos militares com problemas de identidade de gênero. Condenada a trinta e cinco anos de prisão e submetida a tortura psicológica dentro da prisão, não se calou e denunciou as condições de detenção na base militar de Quantico (no estado de Virgínia), que foram consideradas desumanas e ilegais, tendo sido equiparadas a tortura, pela Anistia Internacional.

Como costumo dizer, todo ser humano que tem ideais nobres acaba encontrando, mesmo na maior adversidade, outros pares que vem eu sua defesa. Nesse caso foi a mão dada por outro grande personagem da história atual: Barack Obama. O ex-presidente em seus últimos dias de governo, valeu-se da lei para conceder o perdão e comutar sua sentença para sete anos de prisão. Não sei se foi proposital, mas o cálculo da redução, além é lógico, de lavar em conta o tempo que ela estava cumprindo pena, para que a liberdade fosse imediata, fez com que ela entrasse em liberdade exatamente no Dia Mundial Contra a Homofobia. E assim, essa brava guerreira, ainda uma soldado do exército, saiu da prisão às duas horas da manhã ontem, dia 17/05/2017.

Em sua conta no Twitter, abaixo de uma das fotos que postou afirma: "Here's to freedom and a new beginning." fazendo referencia a uma imagem onde aparece sua mão segurando uma taça de vinho branco. Tenho certeza que nos anos vindouros se transformará em uma liderança feminina, não só na luta contra a transfobia, mas contra as violações de direitos e liberdades individuais e as políticas escusas de espionagem que governos impõem ao mundo. Que tenha uma vida feliz e duradoura! E como sempre saúdo a quem merece isso, Paz e Honra!


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