Morreu hoje, neste Rio de Janeiro, sitiado por uma guerra
civil nunca declarada, o menino Arthur. Foi o primeiro, não foi e nem será o
último. Um dia depois, em outro bairro, morreria outro Arthur também dentro do
ventre de sua mãe. Parece uma
inacreditável e macabra coincidência. Mas não é. Nessa cidade, dominada por um terrorismo mais
cruel que o existente em diversas partes do mundo, mata-se e morre sem
explicação cabível. Não que deva haver explicação que justifique uma guerra.
Qualquer guerra.
Mas pelo menos em outras guerras civis, reconhecidas como
tal pelos governos dos países em conflito e pelas Nações Unidas, grupos de
mediação, observadores isentos, forças de ocupação de paz, tentam entender o
que acontece para sessar o conflito.