Se
a quantidade absurda e desnecessária de mortes - já que grande parte delas
poderia ser sido evitada – que se acumulam e chegam ao quarto de milhão,
parecem não sensibilizar mais a opinião pública brasileira, por ouro lado, as
notícias sobre a campanha de vacinação, que caminha a passos lentos e
imprevisíveis, passou a ser o foco no jornalismo e no discurso dos gestores
públicos e políticos. Estes últimos, tentando desviar a atenção do povo dos
erros e absurdos cometidos na condução das politicas para combate ao Covid. Mas
basta uma leitura rápida nas matérias de alguns jornais para se perceber que a
falta de clareza e planejamento continua a ser a norma. Frases prontas,
expressões de efeito, transferências de responsabilidade e propostas condicionais
são a temática presente em todas as declarações.
Tudo cuidadosamente pensado por marqueteiros e assessores de imprensa para mascarar o obvio: não temos e nem teremos vacinas em quantidade suficiente e tempo hábil para controlar a pandemia nos prazos preconizados por especialistas e nem nos prazos fantasiosos dos governantes e autoridades sanitárias. Não apenas a severidade do vírus, sua propagação e a taxa de mortalidade evidenciam que uma resposta rápida em todo o mundo deve ser dada, mas o surgimento de novas cepas e variantes do Covid, que aumentam em número e grau de severidade, colocando em risco mais vidas e o próprio processo de vacinação, que ainda caminha a passos lentos em todo mundo, levando inclusive muitos cientistas a afirmarem mesmo que as vacinas atuais, que mal começam a ser distribuídas, já devem ser modificadas em face da provável ineficácia contra essas variantes.