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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Farinha pouca, meu pirão primeiro...

 

O ditado popular é antigo. Mesmo já estando fora de moda, na linguagem dos mais novos, reflete uma triste verdade.  Mesmo em tempos de catástrofes, como a que o mundo vive agora, o egoísmo e a ganância não dão tréguas. É inato a todas as espécies vivas, em momentos de grande perigo ou escassez de recursos, querer sobreviver a qualquer custo. Seria razoável pensar que, pelo menos na espécie humana, por conta da razão e da inteligência emocional, esse tipo de comportamento fosse diferente. Não é o caso. Como no naufrágio do navio Titanic, que por economia e excesso de confiança dos construtores, tinha muitos  menos botes salva vidas do que a capacidade total de passageiros, o que se viu  foi os mais ricos, mais fortes e mais espertos embarcarem primeiro. Conta à história que alguns botes foram baixados ao mar com lugares sobrando. A maioria dos passageiros com bilhetes mais baratos morreram na tragédia. A arrogância do capitão – e toda semelhança aqui não é mera coincidência – em seguir viagem, mesmo com nevoeiro e avisos de icebergs na rota, levou ao desastre.

Agora, no momento que o mundo precisa de muitos milhões de doses de vacinas – na verdade bilhões – alguns países tem estoques de vacinas já recebidas ou encomendadas, suficientes para vacinas várias vezes todos os seus cidadãos. A grande maioria, no entanto, segue sem previsão de receberem as primeiras e escassas doses que sobraram. Farinha pouca meu pirão primeiro. Do outro lado da balança, que pende sempre para os mais ricos e para o capitalismo selvagem, estão os fabricantes europeus que parece que andaram vendendo e cobrando adiantado por milhões de doses que prometeram entregar, mas que não tem capacidade industrial de produzir no tempo contratado. Mesmo assim a distribuição do pouco que é produzido não segue parâmetros justos.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Uma sopa de letrinhas sem sabor e requentada...

 

Se a quantidade absurda e desnecessária de mortes - já que grande parte delas poderia ser sido evitada – que se acumulam e chegam ao quarto de milhão, parecem não sensibilizar mais a opinião pública brasileira, por ouro lado, as notícias sobre a campanha de vacinação, que caminha a passos lentos e imprevisíveis, passou a ser o foco no jornalismo e no discurso dos gestores públicos e políticos. Estes últimos, tentando desviar a atenção do povo dos erros e absurdos cometidos na condução das politicas para combate ao Covid. Mas basta uma leitura rápida nas matérias de alguns jornais para se perceber que a falta de clareza e planejamento continua a ser a norma. Frases prontas, expressões de efeito, transferências de responsabilidade e propostas condicionais são a temática presente em todas as declarações.

Tudo cuidadosamente pensado por marqueteiros e assessores de imprensa para mascarar  o obvio: não temos e nem teremos vacinas em quantidade suficiente e tempo hábil para controlar a pandemia nos prazos preconizados por especialistas e nem nos prazos fantasiosos dos governantes e autoridades sanitárias. Não apenas a severidade do vírus, sua propagação e a taxa de mortalidade evidenciam que uma resposta rápida em todo o mundo deve ser dada, mas o surgimento de novas cepas e variantes do Covid, que aumentam em número e grau de severidade, colocando em risco mais vidas e o próprio processo de vacinação, que ainda caminha a passos lentos em todo mundo, levando inclusive muitos cientistas a afirmarem mesmo que as vacinas atuais, que mal começam a ser distribuídas, já devem ser modificadas em face da provável ineficácia contra essas variantes.