Elize Matsunaga quando ainda era garota de programa (Foto: reprodução) |
Terminado o julgamento, um júri sonolento e cansado, depois
de uma semana enfadonha, composto de quatro mulheres e três homens, condenou a
ré a dezenove anos e onze meses de reclusão pelos crimes de homicídio e
ocultação de cadáver. Pena dura. Muito dura. Fosse ao contrario, o marido
fanfarrão e milionário, talvez tivesse saído pela porta da frente do fórum em
liberdade. Mas não. Elize era mulher. Pior, era uma garota de programa que
resolveu mudar de vida. Nem suas congêneres no júri perdoaram-lhe o
atrevimento. Casamento é lugar para moças de família.
Elize Matunaga era moça de família. Família pobre. Elize foi
esposa e é mãe. Elize era tão moça pra casar quanto qualquer outra. Deu azar de
conhecer o homem errado. A promessa que fez de lhe tirar da vida difícil durou
pouco. No mesmo bordel onde a conheceu sete anos antes, já estava procurando
outra putinha aborteira para brincar de maridão. Por coincidência a nova vítima
foi colega da esposa. Quase vinte anos de reclusão é muito tempo de sentença em
um país onde gente como Marcelo Odebrecht e outros da mesma laia, “matam”
milhões e pegam penas irrisórias e ficam reféns de tornozeleiras eletrônicas
duvidosas.