domingo, 8 de outubro de 2017

Exclusão social, violência e desamparo não são exclusividade de um gênero.

Artigo original disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2017/10/1925287-de-advogado-a-professor-diplomados-viram-moradores-de-rua-em-sao-paulo.shtml


Reportagem  bastante perturbadora publicada na Folha SP em 08/10/2017A matéria cita uma pesquisa realizada em 2015, na cidade de São Paulo, pela FIPE, informando que nesse ano haviam cerca de 16 mil pessoas sem teto. A matéria focou nos que, dentro desse universo, tem formação superior, já foram comerciantes, empresários e empregados com carteira assinada. Escolheram cinco homens, moradores de rua, com esse perfil diferenciado, para representar um universo provavelmente bem maior que as estatísticas oficiais. 


Se compararmos esse número de pessoas vivendo nas ruas ou em abrigos, com as estatísticas de desemprego - que ja atingem 14 milhões de pessoas (números oficiais e provavelemte sub estimados), vemos que a tragédia é bem maior. Entre os ouvidos, são citados problemas que o Estado não consegue mais resolver. Alcoolismo, consumo de drogas, falta de trabalho, ausência de assistência financeira ao desempregado e abando no familiar. O estado não consegue controlar o tráfico de entorpecentes, pois obviamente é um negócio clandestino da fabricação à venda. Mas poderia controlar a produção e venda de bebidas alcoólicas, já que se trata de indústria legalizada. Os programas sociais como o Bolsa Família, obviamente estão deixando um grande número de necessitados de fora. 

O seguro desemprego, ridiculamente limitado a 3 meses de pagamento, obviamente não leva em conta(convenientemente) que, com a crise, um desempregado está levando mais de um ano para conseguir trabalho. quando consegue. Depois disso simplesmente desaparece das estatísticas oficiais. E a legislação da justiça de família, é tendenciosa. Obviamente em um país com altos índices de violência contra a mulher, feminicídios e abusos por parte do homem, deve haver a proteção a mulher e aos filhos. Mas isso não pode ser generalizado. Não é todo o universo masculino que é agressor, que abandona a família ou é aparte mais forte ou perigosa na relação. Basta pesquisar pela quantidade de homens presos por falta de pagamento de pensão alimentícia e o número de mulheres presas pelo mesmo motivo. Lembrando que a lei de alimentos não faz distinção a quem deve pagar ou receber por gênero. 

Nessa mesma pesquisa feita em São Paulo, dos 16 mil moradores de rua, 82% eram homens de diversas faixas etárias.Podemos pensar que o homem acaba sendo mais abandonado à própria sorte pelo estado e pela família que as mulheres? Outro dado parece confirmar a falta de uma política justa e efetiva de ajuda do Estado às pessoas em situação de miséria absoluta. O número de suicídios no Brasil vem crescendo e o país já ocupa o oitavo ligar no mundo (dados de 2012). Do total de mortes, coincidentemente, 80% foram de homens e 20% de mulheres. Não só estamos falhando em combater a violência de gênero, os crimes de ódio contra minorias. A falha maior está em combater o desemprego e proporcionar programas assistenciais mais justos e universais a todos que se encontram em situação de risco e insegurança social. 

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