sexta-feira, 30 de junho de 2017

Queria ser um cão...



Ah! Como eu queria ser esse cão. Nem mesmo sei se estava ali por ser sem dono (melhor ainda pra ele), ou se o dono o deixou livre pra se deitar onde quisesse. Livre. Liberdade. Liberdade de um cão. Não somente, talvez por não ter dono. Na verdade ninguém, nem os animais, deveriam ter donos. E infelizmente vivemos em um mundo onde cada vez mais qualquer criatura, inclusive a humana, tem donos. Se eu fosse um cão, quereria ser vadio. Sem dono. e me sentar ou deitar calmamente onde bem quisesse. Sem julgamentos ou lei que me proibisse de faz6e-lo. Mesmo que fosse ao lado do primeiro violino da orquestra!

quarta-feira, 28 de junho de 2017

What's goin'on?

Monalisa Perez, Pedro Ruiz e a filha em um sábado qualquer indo ao shopping. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=n0hX7zPEEYY

Monalisa e Pedro... um casal jovem, ele com 20 e ela 19. Pais de uma garotinha de 4 anos e esperando mais um filho. Uma vida comum de classe média baixa americana. Mona e Pedro foram pais provavelmente antes dos 16 anos. A família de ambos dá todo o suporte. Ele trabalha e ela cuida da casa. Como diversão, Mona resolveu fazer um vlog (LaMonalisa) postando no Youtube dia-a-dia de um casal adolescente com filhos. Os vídeos tem poucas visualizações. O de maior audiência não passou das quinhentas ainda. Eles moram em uma cidade pequena. O sonho do casal era conseguir 300 mil seguidores.

Adote a mulher!

Na imagem Mônica e Cebolinha jogam futebol. Fonte: http://passeioskids.com/ferias-museu-do-futebol-turma-da-monica/

Mas muita calma nessa hora! Machos arcaicos, não é da forma que vocês estão pensado. Amadas, não me atirem pedras antes de lerem o texto. O significado aqui é outro. Significa, para além de respeitar a todas com igualdade, solidariedade e ética, escolher algumas – já que estamos falando de uma espécie de programa – em que determinadas qualidades as façam candidatas a liderar protagonismos. Seja no âmbito profissional, na educação ou no ativismo social. Não importa que seja ela uma pessoa devotada exclusivamente aos cuidados com a família, ou uma promotora de causas sociais ou uma pessoa mais engajada com a profissão. Na verdade, todos nós – e muito mais as mulheres – fazemos um pouco disso tudo. Por necessidade ou vocações.

Prepare essas mulheres para o protagonismo,

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Espera por ela...

Foto: Marcelo Ruiz

Mais um Dia dos Namorados...em tempos de tanta violência de gênero e de orientação sexual, falta o respeito ao outro como Ser Humano. Para além de gêneros e identificações, a todos nós faltam a tolerância, o amor, e, no mínimo a solidariedade e empatia. O poema abaixo, de Mahmûd Darwîsh, poeta palestino que foi apaixonado por uma israelense, é dedicado a todas as mulheres e homens de todas as cores, sabores que ainda sofrem violências e constrangimentos, estando com ou sem namorado ou companheiro, que muitas vezes são os piores agressores. E aos que ainda agridem que é diferente de si por ser no fundo um covarde, gostaria que pudessem ler isso e entender, no mínimo, que a companheira ou companheiro, que o estranho na rua que se veste diferente ou pensa diferente não é inimigo. Cada um é especial à sua maneira e merece ser esperado e tratado com carinho e acolhimento, exatamente como faria um amante à espera do seu amor na alcova...

domingo, 11 de junho de 2017

Corrupto e desonesto no Brasil é sempre o outro!



Aqui no Brasil as coisas não funcionariam tão bem quanto na Dinamarca porque aqui não existem corruptos. Ninguém se considera como tal. Mais fácil apontar o dedo pro outro. Os políticos ladrões, ro açougueiro que rouba no peso, a "faxineira" que faz corpo mole apesar da "fortuna" que recebe. No Brasil, corrupto é sempre o outro. Nó? Nunca. 

Nunca exploramos empregados domésticos ou prestadores de serviço, nunca dirigimos falando ou teclando ao celular, não dirigimos que nem loucos, não escondemos do fisco algumas receitas que "achamos justo" não declarar, não damos um jeitinho pra tirar vantagem em situações tolas e enfim, em um monte de pequenos ou grandes delitos do cotidiano. Isso pra nós não é corrupção ou desonestidade. Desonesto? É sempre o vizinho...

Todos reclamam do peso dos impostos e do custo da máquina pública. Com razão. É uma das mais caras e cheias de privilégios do mundo. Mas basta abrir um concurso público que aparecem quinhentos mil na fila, ávidos para encontrar "seu lugar ao sol" na boquinha, na teta, na moleza. Poucos se dão conta - ao falarem que querem entrar pra "trabalhar direito" - que ao chegar ao tão sonhado cargo, em um ano estará tão aboletado nas tramoias quanto os que lá estão. É o sistema, diria o Capitão Nascimento. 

Aliás falando em polícia.. tudo ladrão! Dizem sempre isso não é? Pois temos por cá, nestas terras esquecidas por Deus e o Cão, o infeliz hábito de generalizar tudo, de relativizar quando nos convém e de procrastinar sempre. como já disse outro, o Brasil não é para amadores. E um outro, completou: não dá certo porque aqui puta se apaixona, cafetão tem ciúmes e traficante se vicia. E tocamos a vidinha besta de sempre...

domingo, 4 de junho de 2017

Revoltado estou eu com o nível do jornalismo...

Roger Waters em foto publicada na Veja disponível em http://veja.abril.com.br/blog/veja-recomenda/roger-waters-quebra-jejum-de-25-anos-com-disco-amargo/ com a legenda: "Roger Waters, ex-vocalista do Pink Floyd, lança o revoltado álbum 'Is This The Life We Really Want?" (Reprodução/Facebook)".

O jornalismo vai mal no Brasil... esse veículo nem se fala... Dou de cara com uma chamada para matéria sobre o novo álbum do Roger Waters e cliquei por conta do cabeçalho da reportagem...se é que se pode chamar assim. A editora de entretenimento começa assim: "Em Is This The Life We Really Want?, Roger Waters faz The Wall (1979) parecer cisma de criança..." Como assim? Li o restante mas não entendi. Aliás o restante são mais meia dúzia de linhas mal escritas. A moçoila, jornalista do alto dos seus vinte anos - sim, já usa o título de uma formação que mal começou e só vai terminar somente em 2019 - ainda demoraria 18 anos pra vir ao mundo quando The Wall foi lançado, então porque a 'cisma de criança"? Seria algum trauma com paredes? De qualquer forma, a jornalista segue o texto classificando a obra como "amarga e pessimista", comparando-a ao último trabalho de Leonard Cohen. Estou escutando a terceira vez seguida o álbum e gostei muito. Um Roger tão "pinkfloideano" como ele nunca foi. Retorna às origens da banda que ele quase conseguiu acabar. Mas voltando à cisma da Mabi, o que ela esperava de uma lenda? O cara nasceu no meio do bombardeio de Londres na Segunda Guerra, cresceu, trabalhou, criou e denunciou por cinco décadas os absurdos da guerra e da sociedade contemporânea indo da política a educação. Claro que é amargo. Aliás, nesses dias de glitter e purpurina, onde a garotada acha que a vida é uma rave interminável, quem tem um mínimo de senso e um punhado de neurônios ainda funcionando bem só pode sentir amargura e desesperança ao ver o mundo piorar a cada ano. E essa leitura, com as famosas mixagens de sons incidentais do PF, está de volta com toda força nesse novo trabalho do jovem Roger. E a Mabi Barros ainda vai ter que gastar muita ponta de dedo escrevendo para poder opinar sobre o que não conhece direito e não viveu.


quinta-feira, 18 de maio de 2017

Não verás país nenhum...

Cena da capital do Haiti dias após o terremoto de 2010. Fonte: https://www.britannica.com/event/Haiti-earthquake-of-2010

No dia 12 de janeiro de 2010 às 16:53 o Haiti foi sacudido por um terremoto de magnitude 7 MW que destruiu grande parte da capital e outras cidades ao redor. Desde essa data, o país, que já vinha de uma longa história de um governo corrupto e ditatorial, nunca mais se reergueu. Simplesmente os fundamentos da Republica, como alicerce de uma nação e povo se extinguiram. Hoje, apesar de anos de ajuda humanitária, econômica e intervenções de paz - da qual o Brasil é país que lá está ha mais tempo comandando a equipe da ONU - apesar de se realizarem eleições diretas e tentativas de tornar o país autônomo, a coisa toda não anda. O Brasil sofreu hoje mais um grande terremoto. Só que ao contrário do seu congênere, causado pelas forças da natureza, esse era previsto e esperado. Mas o fato é que a cada réplica do abalo vai ficando mais fraca a esperança de haver sobreviventes sob os escombros. Não temos e nem teremos mais país nas próximas décadas. O grau de estrago significa uma coisa: não estávamos preparados para terremotos. As construções sempre foram fracas e os planos de emergência nunca existiram ou se tal , não saíram do papel. Como disse Ignácio de Loyola Brandão "Não Verás País Nenhum"...

Uma linda mulher...

Chelsea Manning em seu segundo dia de liberdade. Fonte: https://twitter.com/intent/follow?screen_name=xychelsea

Chelsea Elizabeth Manning pode hoje entrar em qualquer lista do tipo "as dez mulheres mais influente do mundo". Sempre teve meu respeito e admiração, desde quando, ainda com a identidade de soldado do exército dos Estados Unidos da América, quando era conhecido como Bradley Edward Manning, teve a coragem de vazar documentos secretos da CIA (no chamado caso Cablegate) para o Wikileaks. Não foi a única. Ela e outros que tiveram a mesma bravura - mostrar a podridão dos bastidores do país mais poderoso do mundo - enfrentam a ira de governos mundiais, julgamento da opinião pública, vida em exílio (como Edward Snowden) ou o refúgio diplomático (Julian Assange).

sábado, 13 de maio de 2017

Acendam-se as fogueiras, mudem as leis ou os preconceitos.

Dois presos e uma medida: não queremos corrigir. Apenas vigiar e punir. Fotomontagem com arquivos disponíveis na web. 

Não estou julgando os apenados e nem os responsáveis pelas suas saídas intermitentes. Me atenho aos fatos e a Lei. Os crimes que praticaram foram julgados e as penas fixadas. Um já com sentença definitiva e quase ganhando a liberdade condicional. Outro julgado em primeira instância aguardando recurso. Os dois – pelas leis brasileiras – tem direitos distintos à liberdade provisória.

Um pelo tempo já cumprido e pelas prerrogativas legais tem direito ao regime semiaberto e a saídas nas datas determinadas pela lei. A não ser que caiba dizer que o juiz ou conselho concedente ou o próprio apenado estão burlando a lei. E não parece o caso.

segunda-feira, 8 de maio de 2017

A arte de Grace e a graça da Arte.

Capa do primeiro EP da artista. Fonte: Google. 

Ok... ontem (ainda agora...) foi dia do artista plástico e eu queria ter postado algo além da lembrança da data. Mas saiu só agora. Muito se faz as perguntas clichê "O que é arte?" e "Quem é Artista" seja de qual arte for. E essa mocinha talentosa - Grace VanderWaal - nos ajuda a entender e responder às duas perguntas anteriores. Eu costumo colocar essas questões de maneira diferente, perguntando o que É o artista e Quem é a arte. 

Tudo uma questão de relativizar. Tanto que apenas inverto o uso dos pronomes relativos nas duas questões. Com isso pretendo, para fins de incitar mais do que responder (se me perguntam), despersonalizar o agente e dar status de ente vivo à sua criação. Porque trata-se apenas disso. O artista está posto no mundo como ente humano, mas transcende essa dimensão. Não podendo, portanto, ser rotulado ou en-caixado É imanente, assim como sua arte. E é separado de sua obra apenas pela vontade do outro, que atribui a ela uma suposta vontade de existência indivi-dual . Um poder estar de pé per se que a faz ter existência própria à revelia do criador.

terça-feira, 18 de abril de 2017

Um videoclipe diferente e excelente...


Aos colegas de profissão e afins... deem uma olhada em Fairy Dust da TLo... primeiro de uma série futura de quatro curta-metragens que a cantora e produtora pretende realizar. Não sei se inaugura, mas é uma proposta bem interessante no universo dos video-clips musicais, já que ultrapassa a barreira da duração da música-título e segue por 31 minutos, encadeando a ação com as 5 primeiras músicas do album recém lançado e apresenta uma inédita. Extremamente sensual e sexual, não tem nada explicito. Não há nenhuma cena de nudez também. O que o torna mais interessante. A fotografia é muito boa, assim como o áudio (com vários takes com som direto - o que aprecio muito...) Sem efeitos especiais, tipo "puta-que-pariu-nas estrelas", valoriza o movimento da câmera em longas e bem estudados plano-sequencia. Sempre digo que simplicidade e qualidade é a chave pra não errar.

A famosa "loura sueca" ...

Fonte: https://www.instagram.com/p/BQdVy4JjzT9/?taken-by=tovelo


Para os amigos machos empedernidos de plantão... (não sou um deles...) Lembro de crescer escutando os caras mais velhos falando e fazendo piadas da loura sueca... alias ela era uma espécie de mito da sexualidade masculina, motivo de charges e crônicas. Uns quarenta e tantos anos depois a "loura sueca" ainda não perdeu a fama de mulher sedutora.
Mas não se animem velhos amigos machistas e misóginos. A loura continua gostosa pra car*lho porém é independente, ativista da igualdade de gêneros, estourou na música por ter linguagem artística própria e ir fundo nos problemas de sua geração nas letras nem sempre ácidas mas verdadeiras.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Deslumbra-se o tolo...


Triste ver pessoas deslumbradas... me parece gente de pouca luz. E se a alma não brilha, tudo ao redor ofusca. Melhor seria que as pessoas mostrassem seu vislumbre, quallidade intrínseca aos que compartilham a própria luz...

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

O amor em tempos de cólera(*)...

Fonte: Twitter/Divulgação


Sim...gosto muito dessa foto! Não por idolatrias. Não por preferências políticas. Mas alem da qualidade técnica e estética da imagem, pelo que ela representa no campo abstrato das relações humanas. Sim Marisa Letícia representa a mulher brasileira. Com defeitos e virtudes. São muitas galegas, de todas as cores e gêneros que fazem o perfil da brasileira. Não sei se me engano, mas a imagem me passa cumplicidade, amor e companheirismo. No melhor sentido que se pode dar a elas. Os pejorativos deixo aos que odeiam sem racionalidade. Marisa representa a mulher que casou com seu homem por paixão e até por idealismo. Com certeza não foi por dinheiro. O cônjuge embora já relativamente famoso, não era rico. E o que ela podia esperar naqueles dias era perde-lo assassinado ou sumido como muitas perdem até hoje. Ela representa a mulher que segue na dificuldade de criar filhos sozinha, dando espaço às ausências do marido. Seja por qual motivo for. Representa a companheira que luta ao lado e não desiste fácil aos primeiros revezes. Como mulher vaidosa, representa tantas outras que, tendo visto a beleza da juventude sucumbir com o passar dos anos, procura melhorar assim que melhora de vida porque tem autoestima. Representa a mulher que consegue manter, seja lá por qual razão de foro íntimo, o casamento e a familia por décadas. E mesmo na adversidade, seja qual for, incondicionalmente está ao lado do companheiro. Para ter representatividade não precisa ser a melhor, a mais bonita, educada, ou mais rica. Os não racionais - e há muitos - encontrarão no ódio, na falta de discernimento e inteligência, no fanatismo político, campo fértil para exercitar suas frustrações e sentimentos corrompidos. Certamente vão odiar também esse texto. Mas o campo do que aqui está escrito não reside no mundano. Falar de amor em tempos de cólera (*citando Márquez,G.G.-1985) é difícil mesmo...

Perdas e danos...

Marisa e Luiz Inácio no dia do casamento em São Paulo, 1974. Fotógrafo ignorado.



É muito triste perder alguém com quem se conviveu muitas décadas. Mesmo que o amor tenha se transformado em qualquer outra coisa que não fosse o ódio. E talvez até nele, haja desespero. Perder a parceria de uma vida quase toda dói em qualquer um. E me parece que ao homem maltrata mais. Não que a mulher se importe menos. Mesmo sem admitirmos, somos mais carentes e dependentes delas. Desde a nossa gênese. Ninguém deveria perder seu amor. Não importa o que sejam os amantes. Não vejo aqui sujeitos ou personagens. Não me importam. São entidades a serem julgadas pelos homens e pela história. Mas quem falará da paixão e do amor dessas pessoas? E de tantas outras que perdem o que lhes era mais caro? É muito difícil ficar sem nosso amor de tantas travessias. Em todas as nossas alegrias e misérias não haverá nada mais belo ou mais triste. Só o destino pode nos impor, em sua frieza matemática, castigo tão cruel.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Jornalismo REDOX...

Sidnei Ramis de Araújo com o filho (disponível em http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2017/01/1846341-pai-do-atirador-de-campinas-diz-que-filho-era-timido-e-retraido.shtml) fonte: Reprodução/Facebook

O "atirador" também foi vítima. A família dele tão vitimada e sofrendo quanto a da ex-mulher e os familiares dela que ele matou antes de tirar a própria vida. Assassinos seriais ou terroristas dificilmente tiram a própria vida. Tentam sempre escapar da cena do crime. Se matam em ultimo caso quando se vêem encurralados. O objetivo deles é escapar para cometer mais crimes. Esse rapaz tinha emprego fixo, familia e nenhuma passagem pela polícia. Estava há cinco anos separado da mulher e do filho. Procurou ajuda da justiça, onde foi parcialmente atendido. Mas não procurou ajuda psicológica para superar os conflitos. Nem a família sabia que estivesse tão doente e desequilibrado. Nada justifica o que ele fez. Mas o descaso da sociedade e da Justiça explicam o fato.

domingo, 1 de janeiro de 2017

Um alerta... na verdade um chamamento à reflexão.

João Victor Filier de Araújo, morto pelo próprio pai em Campinas (fonte: UOL/Reprodução/Facebook)
Não vou emitir julgamento e nem comentar sobre essa tragédia familiar ocorrida na virada do ano. Mas 13 pessoas, incluindo o autor, perderam a vida. O que está havendo com a sanidade de nossa sociedade? Li o que já foi publicado na mídia. Vejo muitas lacunas que provavelmente serão elucidadas. Mas nada do que se descobrir trará essas pessoas de volta. O culpado não será punido. Já está morto. Mas existirão outros culpados? Talvez. A mídia e a sociedade farão o que se espera. Condenando um mostro e vitimando mais ainda as vítimas. Não resolverá o problema. 
Meses atrás aqui e no exterior aconteceram três casos seguidos de pais que se mataram junto com os filhos. O que está havendo?

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Elize Matsunaga e a misoginia

Elize Matsunaga quando ainda era garota de programa (Foto: reprodução) 



Terminado o julgamento, um júri sonolento e cansado, depois de uma semana enfadonha, composto de quatro mulheres e três homens, condenou a ré a dezenove anos e onze meses de reclusão pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver. Pena dura. Muito dura. Fosse ao contrario, o marido fanfarrão e milionário, talvez tivesse saído pela porta da frente do fórum em liberdade. Mas não. Elize era mulher. Pior, era uma garota de programa que resolveu mudar de vida. Nem suas congêneres no júri perdoaram-lhe o atrevimento. Casamento é lugar para moças de família.

Elize Matunaga era moça de família. Família pobre. Elize foi esposa e é mãe. Elize era tão moça pra casar quanto qualquer outra. Deu azar de conhecer o homem errado. A promessa que fez de lhe tirar da vida difícil durou pouco. No mesmo bordel onde a conheceu sete anos antes, já estava procurando outra putinha aborteira para brincar de maridão. Por coincidência a nova vítima foi colega da esposa. Quase vinte anos de reclusão é muito tempo de sentença em um país onde gente como Marcelo Odebrecht e outros da mesma laia, “matam” milhões e pegam penas irrisórias e ficam reféns de tornozeleiras eletrônicas duvidosas.

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Meu amigo norueguês


Lefse Sløttsstèk é um jornalista norueguês que vive no Brasil há três anos. Correspondente de um periódico de Oslo, capital da Noruega. Logo pela manhã sou acordado pelo seu telefonema. Não fosse o nome na tela do meu celular, o sotaque inconfundível já me avisava quem ligava tão cedo. Lefse fala razoavelmente nosso idioma, embora ainda se confunda com os neologismos e gírias. Sempre me pede ajuda. Mas a dúvida de Lese hoje era sobre o nefasto acidente ocorrido na Colômbia.