Na figura o quadro "O Caçador" de Fernando Botero. 2017. |
sexta-feira, 20 de abril de 2018
sexta-feira, 30 de março de 2018
O que nos sobra? O que nos falta?
Acordei tarde e, mergulhado no trabalho, nem vi que o estômago estava reclamando por minha atenção. Entro no Girafa´s às cinco da tarde. Pra quem não conhece é uma mistura de Macdonald com restaurante popular. O prato simples com arroz, feijão, carne e salada é barato. Em um feriado modorrento com tudo fechado e o que estava aberto, caro, a escolha era obvia. Passo por um casal de namorados conversando animadamente. Já haviam terminado o lanche. Mais duas mesas com duas senhoras idosas. Solitárias. provavelmente, pela hora, jantando. Faço meu pedido e me sento. Uma menina de uns sete anos, se aproxima do casal de namorados. Pela conversa e o jeito da garota, presumi que pedia para lhe pagarem um lanche. A moça da mesa lhe pergunta a idade e ela mostra, com os dedos das mão que tem oito anos. A moça se dirige ao caixa pega o cardápio e depois de deixar a garota escolher, paga o lanche e a convida a sentar com eles.
sexta-feira, 3 de novembro de 2017
Sempre as mesmas histórias...
Link para a matéria citada: https://istoe.com.br/policia-prende-suspeito-assassinar-jovem-durante-carona/ |
Mais uma mulher assassinada. Mais um crime premeditado. Mais
um latrocínio. Mais violência. Mas descaso das autoridades e ineficiência do
Judiciário. Velhos enredos para criar estórias novas. E tristes. Quando
mudaremos o curso das coisas?
Uma moça jovem, 22 anos, combina uma viagem em um aplicativo
de caronas pela internet. Mais um golpe. O assassino fingiu que se tratava de
um casal e combinou a viajem. No ponto de encontro apenas o homem apareceu. A
mulher, mesmo assim aceitou levá-lo. Não foi longe. No meio do percurso mais dois
comparsas ajudaram a estuprar, matar e roubar a jovem.
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segunda-feira, 30 de outubro de 2017
Violência contra a mulher: há o outro lado da moeda..
Atercino Ferreira de Lima Filho, 51 anos, condenado injustamente tenta provar que é inocente. Foto: Reprodução da Folha de São Paulo |
Sim, os números ainda são alarmantes. Há muito ainda que
fazer para acabar com o feminicídio, a violência contra a mulher, os números
alarmantes de estupros e a desigualdade de condições de emprego e renda entre
mulheres e homens no Brasil e no mundo. Mas é preciso pensar que toda moeda tem
dois lados. Que injustiças também são cometidas contra os homens em nome da
punição severa que a situação requer. Juízes, promotores e delegados de ambos
os sexos e um sistema judiciários pressionado pela opinião pública, por
milhares de processos que se amontoam nos fóruns, pela urgência em resolver as
causas e mitigar o problema, acabam cometendo erros.
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A doutoranda Olivia devia vir de férias ao Brasil...
No Brasil que vê o sol nascer quadrado as vezes vive menos ansioso do quem levanta antes dele pra ganhar a vida honestamente. Fonte da imagem: Getty Images |
Saiu na BBC Brasil. Matéria alertando que mais de 13 milhões
de brasileiros, eu incluído, sofrem de ansiedade. O artigo original pode ser
lido clicando aqui. Segundo a OMS, o Brasil tem cerca de 6,4% da população
sofrendo do mal. O número é quase o dobro da média mundial. Fico me perguntado
o porquê. Afinal o país é a terra da alegria, do carnaval, do futebol e da
alegria. Turistas que vêm para cá se encantam com o jeito descontraído e
informal da nossa gente.
sexta-feira, 27 de outubro de 2017
Sobre sustentabilidade, distribuição de riqueza e sapatos...
Sapateiro ensinando o ofício a um aprendiz. Foto: Autor ignorado. |
Conversava com uma amiga, durante um agradável café, sobre
hábitos de consumo e preço das coisas. Particularmente itens que tem preços
mais altos em virtude de marca ou fama. Ela me mostrou um belo par de
sandálias, em estilo retrô azul marinho,
que estava usando. Foram feitos sob medida e por encomenda. Me dizia que foram
caros. Perguntei a ela se teriam sido mais caros que um modelo caro de uma
dessas marcas famosas de sapatos femininos. Me respondeu que seriam o dobro do
preço.
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terça-feira, 24 de outubro de 2017
Lucrando com as mazelas... favela-commodities
Mais um caso de assassinato na favela. Mais uma vez a PM mata. E segue a cantilena de sempre. Por quarenta e oito horas a notícia vai alimentar feeds de notícias e manter a audiência em alta nas redes de TV. Especialistas serão ouvidos, discursos vazios serão proferidos pelos habituais representantes do poder público e da sociedade civil. Depois tudo acaba. Uma nova tragédia deve ocupar o vácuo deixado. Tragédia dá lucro e muita gente ganha.
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terça-feira, 10 de outubro de 2017
O nu na arte, na minha arte...
Fotografia da série "Não me olhe assim desse jeito..." (Brasília, 2004). Foto Marcelo Ruiz |
Para mim, como artista/fotografo, um corpo nu e apenas um
amontoado de argila, material que usamos para esculturas, seja para fazer um
molde que posteriormente será usado para fundir a peça definitiva em bronze ou
cozido em altas temperaturas para se tornar a escultura em si. No contexto do
meu trabalho, um corpo nu é apenas um suporte, um material onde vou expressar
meu pensamento/desejo/motivo em realizar determinado trabalho.
domingo, 8 de outubro de 2017
Exclusão social, violência e desamparo não são exclusividade de um gênero.
Artigo original disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2017/10/1925287-de-advogado-a-professor-diplomados-viram-moradores-de-rua-em-sao-paulo.shtml |
Reportagem bastante perturbadora publicada na Folha SP em 08/10/2017. A matéria cita uma pesquisa realizada em 2015, na cidade de São Paulo, pela FIPE, informando que nesse ano haviam cerca de 16 mil pessoas sem teto. A matéria focou nos que, dentro desse universo, tem formação superior, já foram comerciantes, empresários e empregados com carteira assinada. Escolheram cinco homens, moradores de rua, com esse perfil diferenciado, para representar um universo provavelmente bem maior que as estatísticas oficiais.
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quinta-feira, 5 de outubro de 2017
O QUE ESTÁ HAVENDO NO BRASIL (E NO MUNDO)?????
Interior da creche de Janaúba que foi incendiada nesta
quinta (5) (Foto: Natália Jael/Inter TV Grande Minas)
|
Tempos atrás eu publiquei um artigo sobre as ideologias sub-repticiamente veiculadas em séries de televisão americanas (ou de outras nacionalidades). Falava especificamente do seriado Walking Deads (lançado em 2010), que teve uma estrondosa audiência. O momento social do lançamento não poderia ser mais propício ao sucesso. Afinal, a crise de 2008 iniciada nos Estados Unidos em 2008 já havia contaminado todo o sistema financeiro mundial. Menos o Brasil, que segundo o governante da época, seria apenas uma marolinha.
quarta-feira, 4 de outubro de 2017
Mulher pelada na arte pode...homem é pedofilia...gente hipócrita!
Na imagem: Cartaz do coletivo artístico feminista Guerrilla Gils, fundado em 1885 nos Estados Unidos. |
O grupo feminista Guerrilla Girls, que há trinta anos faz arte engajada em denunciar o modelo machista de domínio da sociedade , não apenas nas artes, vai fazer sua sua primeira exposição individual no Brasil no MASP (SP) a partir do dia 29 de setembro. Estará aberta mais uma temporada de embates, conflitos, críticas e ódios velados e explícitos. O trabalho delas é sempre forte na crítica social e chocante algumas vezes. Então quem é do bem, corre lá pra prestigiar as meninas. E quem é do mal já preparem os perfis falsos nas redes e os discursos de ódio prontos e vazios.
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segunda-feira, 2 de outubro de 2017
Quem são os tarados?
Reprodução parcial da página do Gregório na Folha SP. Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/colunas/gregorioduvivier/2017/10/1923414-toda-nudez-sera-castigada.shtml |
Gostei do posicionamento do Gregório Duvivier em seu artigo para a Folha de São Paulo! Cito abaixo o trecho inicial:
"Um artista nu permite que espectadores manipulem suas articulações. Uma criança, acompanhada da mãe, toca no seu pé.
Sugiro às pessoas que viram erotismo nessa cena que procurem tratamento psicológico. Amigo, você sofre de alguma doença grave: ou tem tesão em crianças, ou tem tesão em pés, ou tem tesão em crianças tocando em pés. Ou é pedófilo, ou podófilo, ou pedopodófilo[...]".
É assustador ver para onde caminha a (falta da) cultura e educação de qualidade no Brasil. Estamos voltando no tempo, passando já das fogueiras da Inquisição e indo em direção aos tempos que, ainda pelados e peludos, nos matávamos usando paus, pedras e pedaços de ossos de animais que comíamos crus, na escuridão de nossas tocas.
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sábado, 30 de setembro de 2017
Desagravo a Elisabete Finger
A artista, coreógrafa e pesquisadora Elisabete Finger. Fonte da imagem: Google. |
Mais um post odioso cai em meu Facebook. Dessa vez, após a
repercussão do vídeo da mãe interagindo junto com uma criança (sua filha) com
um artista durante performance acontecida no MAM-SP, que gerou comentários
grotescos e ignorantes de ódio e recriminação, um jornal resolve atacar e expor
a mãe. Está aberta a temporada das fogueiras! Queimem tudo. De livros a
pessoas. Em nome de um de algo que alguns radicais chamam de cultura. Que
cultura?
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quinta-feira, 28 de setembro de 2017
Censura ou bom senso?
Reprodução de post no Facebook. Fonte original disponível em: http://www.ilisp.org/noticias/museu-de-arte-moderna-de-sao-paulo-faz-exposicao-onde-criancas-tocam-homem-nu-veja/ |
Vídeo postado no Facebook gerando comentários revoltados e, como sempre, polarizados. No vídeo postado no site Ilisp.org, uma criança com outro adulto, toca no corpo nu do coreógrafo Wagner Schwartz. que está deitado, inerte, no chão do espaço onde acontece a performance intitulada La Bête. A maioria dos comentadores pergunta se isso é arte ou lixo. Na verdade ja afirmam e condenam como lixo. Mas a pergunta que proponho aqui não é discutir se se trata de arte ou não. Mas sim o que é censura, quando ela deve ser aplicada e se ela deve ainda existir, na forma da legislação atual. Diversos tipos de restrição, principalmente em relação às manifestações artísticas, ainda existem no Código Civil e na Constituição.
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quarta-feira, 27 de setembro de 2017
Igualdade e equidade: resumo da ópera em 10 atos...
Leio no Fronteiras do Pensamento um artigo do economista Thomas Piketty (que pode ser lido aqui), falando sobre a persistência da desigualdade de renda entre 2001 e 2015. Pincei do texto dez constatações dos autores do estudo que proporcionam uma visão lúcida do porquê, mesmo após 15 anos de políticas sociais alardeadas como o meio de acesso a um país com distribuição de renda justa e equilibrada e erradicação da pobreza, nos encontramos na mesma situação de quase duas décadas de sua implantação:
1 - A maior parte do crescimento econômico neste século foi
apropriada pelos 10% mais ricos da população;
2 - Esses 10% mais ricos ampliaram sua participação na fatia
da renda nacional em 1% passando de 54,3% para 55,3% de 2001 a 2015;
3 - A participação da renda dos 50% mais pobres também subiu
1 ponto percentual, passando de 11,3% para 12,3%.
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terça-feira, 26 de setembro de 2017
Desigualdades, obscenidades, elites e super elites...
Indígena tenta impedir reintegração de posse no AM. Foto vencedora do Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos. Luiz Gonzaga Alves de Vasconcelos/ Jornal A Crítica (2008). |
Artigo lúcido do Sakamoto em seu blog. Mas chamo à atenção uma frase:
"As recomendações do relatório para reduzir esse quadro sinistro passam
por uma Reforma Tributária com justiça social ..."
Justiça social é algo muito além de reformar apenas a política
tributária. Porque cobrar mais de quem ganha mais e isentar quem ganha menos é
justo, mas insere no problema da desigualdade a noção de duas justiças sociais.
Na verdade temos várias "justiças sociais" no Brasil. Que alimenta
séculos de desigualdade.Como o autor fala mais adiante, o necessário seria
necessário "que houvessem botes salva-vidas para todos". Isso é
justiça social.
segunda-feira, 25 de setembro de 2017
Desigualdade de distribuição de renda: curiosidades e coincidências...
sexta-feira, 22 de setembro de 2017
Daiyo-kangoku!
Fonte da imagem e texto original do blog disponível em : http://www.whatsdiario.com/2017/09/prisao-no-japao-relato-de-um-brasileiro.htm |
Daiyo-kangoku! - Ou porque a criminalidade no Japão é baixa, a segurança é alta e as pessoas são educadas, respeitadoras das leis e trabalham duro...
Recebi esse artigo em minha timeline do Facebook, que pode ser lido clicando aqui. Em princípio pensei se tratar de mais um blog sensacionalista, criado para receber visitas e hits em anúncios. Pelo depoimento do "tal brasileiro que é amigo de um policial", achei a coisa toda meio fantasiosa.
quarta-feira, 20 de setembro de 2017
Participação nos lucros e meritocracia: crime e castigo...
Bom dia! Leio no Wall Street Journal essa manhã: a tendência
para as políticas de remuneração de funcionários, nas empresas inseridas nos
mercados onde o desemprego anda em baixa – por favor excluam nossa economia
falida e desemprego estratosférico dessa realidade – será mudar o foco dos
gastos com bônus de incentivo a seus trabalhadores. As pesquisas demonstram que
esses empregadores, diante da perspectiva de menor crescimento dos lucros para
os próximos anos, querem manter seus orçamentos em níveis conservadoramente
baixos.
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domingo, 17 de setembro de 2017
Viver no global, agindo no local...
Reprodução de página do blog "Outras Palavras" onde está publicado o artigo "Os desafios cruciais da era Uber" disponível em http://outraspalavras.net/capa/os-desafios-cruciais-da-era-uber/ |
A visão dos autores dos livros e artigos citados nesse texto são de certa forma pessimistas em relação ao futuro do trabalho e emprego, como conhecemos hoje. Realmente, se não houver uma mudança em cada indivíduo, em relação a seus hábitos de consumo - e isso inclui o consumo consciente, ético e sustentável - bem como mudanças na forma como estamos organizando as relações familiares, as relações de vizinhança em nossas comunidades e as comunidades em relação às suas pátrias, não haverá mudanças, só um futuro bastante sombrio com mais desigualdade e pobreza do que já vemos hoje. Cito abaixo um trecho do texto do link:
"Como podem os cooperativistas de plataforma esperar que a população rompa seus hábitos de consumo, em favor de empresas que podem, ao menos em seu início, ser mais lentas e mais custosas?"
Para repensar as nossas relações com o outro, precisamos repensar nossas relações com a urgência do consumo e a pressa de viver, que nos é imposta justamente pelo sistema global cada vez mais concentrado em mega corporações, que nos impele a um ritmo de vida que os favorece. é a velha máxima de criar dificuldades pra nos vender facilidades...
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