domingo, 21 de março de 2021

Pandemia: uma imagem vale mais que mil palavras...



Essa matéria nem precisaria de texto. A imagem acima fala por si. Mas quem gosta de escrever não resiste a publicar um artigo apenas com uma foto. Em meados de janeiro desse ano, muitos países, inclusive Brasil e Portugal, sofreram uma escalada na pandemia de Covid. Provavelmente pela proliferação de novas variantes do vírus, relaxamento das medidas restritivas de circulação antes e após as festas de Natal e Ano Novo. Aqui no Brasil ainda houve o carnaval com aglomerações clandestinas. Em todo o mundo a pressão das pessoas cansadas dos confinamentos também faz pressão. As empresas já muito prejudicadas financeiramente pelos confinamentos, mesmo que parciais leva ao declínio econômico e desespero de seus proprietários.  Todos esses fatores fazem pressão sobre governantes e autoridades sanitárias. Houveram então desconfinamentos considerados precoces e temerários. Médicos, cientistase autoridades sanitárias alertaram para o risco. Não foram ouvidos. Isso ocorreu na quase totalidade dos países. Em muitos países a população se rebelou violentamente contra medidas sanitárias e de restrição á circulação e com o fechamento das diversas atividades econômicas. Não foi um caso isolado ou que tenha acontecido de maneira pior no Brasil.

quinta-feira, 4 de março de 2021

Quando o leitão come o fazendeiro...

 


Mal abro o jornal pela manhã e me deparo com a matéria num canto da primeira página: O presidente descontraído que convidou um parlamentar a preparar um “almoço temático” – seja lá o que isso sifgnifique em palácio – cujo prato principal era um leitão. A matéria não deu mais detalhes de como a iguaria foi preparada. Mas descreveu o estado de animo do governante e os pratos secundários. Enquanto se regalavam com o banquete, do lado de fora, mais 1800 brasileiros perdiam suas vidas.  

Ainda segundo o noticioso, o presidente estava “alegre e bem descontraído” como o descreveu o deputado Fábio Ramalho (MDB-MG) “que foi convidado a preparar um leitão para almoço temático informal”. Consta ainda na matéria, que o deputado “também preparou linguiça, feijão tropeiro e carne moída com quiabo para o banquete”. Infelizmente também não constava na matéria a lista de bebidas. Fosse meu o porco, eu teria servido um Jerez. Mas gostos são gostos. Ou desgostos.

terça-feira, 2 de março de 2021

Estamos no buraco...

 


Brasil, dois de março de 2021: 1.800 vidas perdidas para a Covid. Se a média móvel não aumentar – mas tudo indica que vai – em dois de abril próximo serão mais 50.000 mortes. Passaremos a trágica barreira dos 300 mil brasileiros perdidos para o vírus. Nesses próximos trinta dias não conseguiremos vacinar, com duas doses, mais do que 2% da população brasileira.  E mesmo que conseguíssemos, seriam necessários mais 30 dias para que a eficácia máxima dessas vacinas fosse atingida.

Precisaremos que mais da metade da população seja vacinada para que a doença regrida a números que representem as infecções e óbitos similares a outras doenças que são controladas com vacinas. Como a gripe, o sarampo, a tuberculose, etc. que acabam por se tornarem endêmicas e controladas.

Portanto, inocular com duas doses cerca de 100 milhões de brasileiros será uma meta a ser atingida, com muita sorte, somente no início de 2022. Até lá, quantas mais vidas serão perdidas? Serão 300, 400 mil ou, como nos Estados Unidos, mais de meio milhão de pessoas que irão morrer? Ninguém nesse momento sabe responder. Mas as estatísticas são muito pessimistas.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Farinha pouca, meu pirão primeiro...

 

O ditado popular é antigo. Mesmo já estando fora de moda, na linguagem dos mais novos, reflete uma triste verdade.  Mesmo em tempos de catástrofes, como a que o mundo vive agora, o egoísmo e a ganância não dão tréguas. É inato a todas as espécies vivas, em momentos de grande perigo ou escassez de recursos, querer sobreviver a qualquer custo. Seria razoável pensar que, pelo menos na espécie humana, por conta da razão e da inteligência emocional, esse tipo de comportamento fosse diferente. Não é o caso. Como no naufrágio do navio Titanic, que por economia e excesso de confiança dos construtores, tinha muitos  menos botes salva vidas do que a capacidade total de passageiros, o que se viu  foi os mais ricos, mais fortes e mais espertos embarcarem primeiro. Conta à história que alguns botes foram baixados ao mar com lugares sobrando. A maioria dos passageiros com bilhetes mais baratos morreram na tragédia. A arrogância do capitão – e toda semelhança aqui não é mera coincidência – em seguir viagem, mesmo com nevoeiro e avisos de icebergs na rota, levou ao desastre.

Agora, no momento que o mundo precisa de muitos milhões de doses de vacinas – na verdade bilhões – alguns países tem estoques de vacinas já recebidas ou encomendadas, suficientes para vacinas várias vezes todos os seus cidadãos. A grande maioria, no entanto, segue sem previsão de receberem as primeiras e escassas doses que sobraram. Farinha pouca meu pirão primeiro. Do outro lado da balança, que pende sempre para os mais ricos e para o capitalismo selvagem, estão os fabricantes europeus que parece que andaram vendendo e cobrando adiantado por milhões de doses que prometeram entregar, mas que não tem capacidade industrial de produzir no tempo contratado. Mesmo assim a distribuição do pouco que é produzido não segue parâmetros justos.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Uma sopa de letrinhas sem sabor e requentada...

 

Se a quantidade absurda e desnecessária de mortes - já que grande parte delas poderia ser sido evitada – que se acumulam e chegam ao quarto de milhão, parecem não sensibilizar mais a opinião pública brasileira, por ouro lado, as notícias sobre a campanha de vacinação, que caminha a passos lentos e imprevisíveis, passou a ser o foco no jornalismo e no discurso dos gestores públicos e políticos. Estes últimos, tentando desviar a atenção do povo dos erros e absurdos cometidos na condução das politicas para combate ao Covid. Mas basta uma leitura rápida nas matérias de alguns jornais para se perceber que a falta de clareza e planejamento continua a ser a norma. Frases prontas, expressões de efeito, transferências de responsabilidade e propostas condicionais são a temática presente em todas as declarações.

Tudo cuidadosamente pensado por marqueteiros e assessores de imprensa para mascarar  o obvio: não temos e nem teremos vacinas em quantidade suficiente e tempo hábil para controlar a pandemia nos prazos preconizados por especialistas e nem nos prazos fantasiosos dos governantes e autoridades sanitárias. Não apenas a severidade do vírus, sua propagação e a taxa de mortalidade evidenciam que uma resposta rápida em todo o mundo deve ser dada, mas o surgimento de novas cepas e variantes do Covid, que aumentam em número e grau de severidade, colocando em risco mais vidas e o próprio processo de vacinação, que ainda caminha a passos lentos em todo mundo, levando inclusive muitos cientistas a afirmarem mesmo que as vacinas atuais, que mal começam a ser distribuídas, já devem ser modificadas em face da provável ineficácia contra essas variantes.

domingo, 21 de fevereiro de 2021

Biscoito fino... Rui Veloso

 


Aliás, tem tempo que não posto nenhum por aqui... Quando pensamos em Portugal, pensamos em vinhos e fados. Mas há um universo cultural, gastronômico e de outros sentidos nessa pátria tão diversa e bonita, que reúne tantas diversidades, surpresas e belezas em um território tão pequeno. Rui Veloso é um desses artistas pouco conhecidos por aqui, mas que como o bom vinho português só melhora com o tempo. Mais de 40 anos de carreira com um estilo próprio, que abraçou ainda jovem, indo na contra mão das tradições, adotou o rock e o blues, mas se mantendo de certa forma, às suas origens lusitanas. No link https://www.rtp.pt/play/p7801/e525960/primeira-pessoa podemos ver um pouco de sua trajetória, com seu jeito próprio e irreverente de ver a vida, entrevistado pela excelente jornalista Fatima Campos Ferreira. E apreciar uma de suas últimas apresentações ao vivo em https://youtu.be/PKzygd1CDc0. Vale conferir.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Torcendo contra...

 


Que no Brasil somos especialistas em fazer apostas duvidosas, isso sabemos. A ver as últimas eleições presidenciais. Torcemos contra nós mesmos. Seja nas escolhas políticas, seja em tantas outras estratégias, das mais simples as mais complexas. Culpamos quase sempre os governantes e as diversas esferas do sistema. Aliás, esse tal Sistema – que grafo assim mesmo com maiúscula – parece uma espécie de deus ou de entidade superior na nossa cultura. Tudo que dá errado é atribuído a ele. O caso mais simples? Só experimentar ligar para algum serviço de tele atendimento. Tudo que der errado, tudo que não estiver disponível é culpa dele.  Com a pandemia não é diferente. Depois de um ano de pandemia, ainda não conseguimos planejar, gerir, aceitar e principalmente fazer cumprir estratégias básicas. Sejam pelos governantes, entes públicos e, principalmente, pelos cidadãos.

A tristeza em Portugal tem esperança, no Brasil a vergonha não tem fim...

Portugal chegou a ficar no topo das listas de países afetados pela pandemia em relação a novos casos, mortes diárias e mortes totais por milhão de habitantes nos últimos dias de janeiro de 2021. No dia 28 de janeiro o país viu morrerem 303 cidadãos. O número diário mais alto de todo o período que já dura a pandemia. Para nós, aqui no Brasil, onde já se tornou banal a perda média diária de mais de 1200 vidas, sem  grande parte da população dar importância, em um país com alto grau de desenvolvimento e cerca de 8 milhões de habitantes, trezentas vidas perdidas se tornou um escândalo. O relaxamento das medidas de confinamento durante as festas de final de ano, que foram duramente criticadas pelos profissionais de saúde, mas concedidas pelo governo em função de pressões políticas, econômicas e principalmente pelo peso que a tradição dessas comemorações tem na cultura portuguesa, levaram a uma explosão de contágios, aumento de internamentos em enfermarias e unidades de terapia intensiva e principalmente a explosão do número de mortos.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Possíveis benefícios da vacina tríplice viral (MMR) na pandemia de covid19

 


Esse gráfico talvez mostre – e reitero bem esse talvez – um dos maiores desperdícios de recursos existentes e seguros, que poderiam ser usados para aliviar os efeitos desastrosos da pandemia de Covid em todo o mundo. E novamente, talvez, mostrar uma terapia barata, amplamente acessível e segura para a diminuição do número de infectados e mortos pelo Covid19. Trata-se de uma vacina. E uma vacina segura, já amplamente testada e utilizada mundialmente; a tríplice viral ou MMR em língua inglesa. Em alguns países como o Brasil, que possui um excelente programa de vacinação pública, todas as crianças, entre o primeiro e o quinto ano de vida, recebem duas doses dessa vacina. Notando-se que essa vacina foi introduzida paulatinamente no calendário vacinal brasileiro a partir de 1992.

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

O capital sempre dá seu jeito...

 

Na imagem: à esquerda mink criada em cativeiro. à direita, milhares de animais abatidos e sem as peles, para conteruma nova cepa do Covid 19 na Dinamarca. Foto: Ritzau Scanpix Denmark/Reuters

Agora caiu a ficha... ontem a Dinamarca, Espanha e Polônia anunciaram que iriam sacrificar toda a criação de minks em fazendas. Ao todo serão sacrificamos mais de 20 milhões de animais. A medida visa conter uma cepa mutante do Covid 19 que já infectou fazendeiros. Hoje, vejo nova foto pinicada onde aparecem centenas de animais prontos para serem cremados ou enterrados. Detalhe: estavam sem as peles.

sexta-feira, 31 de julho de 2020

O novo normal I




A reabertura e os velhos hábitos

Em Brasília, onde moro, quase todas as atividades econômicas de prestação de serviços estão reabertas. Se era o caso de reabrir tão cedo ou não, não será a pauta desse artigo. Particularmente não concordo. Cedo demais em virtude das altas taxas de pessoas infectadas ou se infectando, transmissão alta e mortes ainda em ascensão. Hospitais quase ou já saturados. Falta de testagem ampla e acessível.

Mas já que permitiram reabrir, vou tomar como exemplo os restaurantes. Foram emitidas normas pelas autoridades de saúde. Provavelmente uma boa parte desses estabelecimentos está seguindo. Mas esqueceram um fator crucial: o comportamento dos frequentadores. Não o comportamento determinado pela Vigilância Sanitária, mas o comportamento social que, seja pela falta de informação ou mero hábito, coloca em risco torna menos efetivas as regras estabelecidas.

quinta-feira, 21 de maio de 2020

O sentido de existir


Descrição: Profissional de saúde segura bebê após vacinação. Proibida a reprodução.


O escritor português Valter Hugo Mãe disse certa vez que é o desejo de construção que impulsiona nossa vontade de viver e que todo o reto seria desperdício de tempo e vida. Existir é ser impulsionado a buscar permanentemente soluções para problemas que não apenas nos atingem diretamente mas, sobretudo – pelo menos para alguns – criar soluções para desafios reais ou,  porque não, ainda nem presentes no cotidiano da existência coletiva. Para além disso, penso que estar presente de corpo e alma no fluxo da aventura humana, seja principalmente se importar com o sofrimento do outro. Vivemos até agora, antes dessa catástrofe causada pelo Covid, gravitando e nos importando apenas com nossos umbigos. Muitas vezes desperdiçando nosso tempo com problemas inexistentes, criados por nossa tendência a nos deixarmos  levar por medos irracionais ou fantasias de nossa imaginação.

sexta-feira, 20 de abril de 2018

Na figura o quadro "O Caçador" de Fernando Botero. 2017.
Chego no supermercado às quatro da manhã. Cansado do trabalho que havia terminado. Serviço pesado. Isolamento acústico de portas. Faltava mamão, banana, shampoo e queijo em casa. Acordar sem queijo e um café preto é a morte. Ninguém nos corredores todos arrumados para a clientela matutina. Frutas e legumes repostos e bonitos. Indo para o caixa vejo à minha frente, num andar pachorrento, um gordinho de calças de malha azul claro e tênis marrons. Parecia uma figura de Botero. Lembrei do quadro "O Caçador". O homem, ao invés da espingarda e do coelho, tinha nas mãos uma garrafa de Coca-Cola de meio litro e dois pacotes de hambúrguer pronto Sadia. Era a caça do dia, ou melhor, da madrugada. A camisa azul com logotipo amarelo e o crachá, pendurado em um pescoço quase inexistente, denunciavam que o homem trabalhava em um banco ao lado do mercado. Um centro de tecnologia da informação. Devia pesar uns cento e quarenta quilos fácil. /os pés arqueados para dentro forçando o calçado já bem deformado. Me lembrei dos meus dias de mais de cem. E que hoje, aos setenta e cinco, me parecem distantes e inimagináveis. Equilibrados precariamente em minhas mãos esquecidas de um cesto ou carrinho, estavam um mamão, quatro bananas, o queijo gouda e uma garrafa de tinto. Não é tão difícil assim fazer dieta. É questão de urgência e escolha. e muita força de vontade. No estacionamento vi que ele caminhava para o carro. Nem precisava, pois o trabalho fica ao lado. Fiquei imaginando ele sentado em sua mesa, às voltas com os bits e bites, seus dois sanduíches requentados no microondas e o meio litro de refrigerante. Haja saúde! 

sexta-feira, 30 de março de 2018

O que nos sobra? O que nos falta?


Acordei tarde e, mergulhado no trabalho, nem vi que o estômago estava reclamando por minha atenção. Entro no Girafa´s às cinco da tarde. Pra quem não conhece é uma mistura de Macdonald com restaurante popular. O prato simples com arroz, feijão, carne e salada é barato. Em um feriado modorrento com tudo fechado e o que estava aberto, caro, a escolha era obvia. Passo por um casal de namorados conversando animadamente. Já haviam terminado o lanche. Mais duas mesas com duas senhoras idosas. Solitárias. provavelmente, pela hora, jantando. Faço meu pedido e me sento. Uma menina de uns sete anos, se aproxima do casal de namorados. Pela conversa e o jeito da garota, presumi que pedia para lhe pagarem um lanche. A moça da mesa lhe pergunta a idade e ela mostra, com os dedos das mão que tem oito anos. A moça se dirige ao caixa pega o cardápio e depois de deixar a garota escolher, paga o lanche e a convida a sentar com eles.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Sempre as mesmas histórias...

Link para a matéria citada: https://istoe.com.br/policia-prende-suspeito-assassinar-jovem-durante-carona/
Mais uma mulher assassinada. Mais um crime premeditado. Mais um latrocínio. Mais violência. Mas descaso das autoridades e ineficiência do Judiciário. Velhos enredos para criar estórias novas. E tristes. Quando mudaremos o curso das coisas?

Uma moça jovem, 22 anos, combina uma viagem em um aplicativo de caronas pela internet. Mais um golpe. O assassino fingiu que se tratava de um casal e combinou a viajem. No ponto de encontro apenas o homem apareceu. A mulher, mesmo assim aceitou levá-lo. Não foi longe. No meio do percurso mais dois comparsas ajudaram a estuprar, matar e roubar a jovem.

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Violência contra a mulher: há o outro lado da moeda..

Atercino Ferreira de Lima Filho, 51 anos, condenado injustamente tenta provar que é inocente. Foto: Reprodução da Folha de São Paulo
Sim, os números ainda são alarmantes. Há muito ainda que fazer para acabar com o feminicídio, a violência contra a mulher, os números alarmantes de estupros e a desigualdade de condições de emprego e renda entre mulheres e homens no Brasil e no mundo. Mas é preciso pensar que toda moeda tem dois lados. Que injustiças também são cometidas contra os homens em nome da punição severa que a situação requer. Juízes, promotores e delegados de ambos os sexos e um sistema judiciários pressionado pela opinião pública, por milhares de processos que se amontoam nos fóruns, pela urgência em resolver as causas e mitigar o problema, acabam cometendo erros.

A doutoranda Olivia devia vir de férias ao Brasil...

No Brasil que vê o sol nascer quadrado as vezes vive menos ansioso do quem levanta antes dele pra ganhar a vida honestamente. Fonte da imagem: Getty Images
Saiu na BBC Brasil. Matéria alertando que mais de 13 milhões de brasileiros, eu incluído, sofrem de ansiedade. O artigo original pode ser lido clicando aqui. Segundo a OMS, o Brasil tem cerca de 6,4% da população sofrendo do mal. O número é quase o dobro da média mundial. Fico me perguntado o porquê. Afinal o país é a terra da alegria, do carnaval, do futebol e da alegria. Turistas que vêm para cá se encantam com o jeito descontraído e informal da nossa gente.

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Sobre sustentabilidade, distribuição de riqueza e sapatos...

Sapateiro ensinando o ofício a um aprendiz. Foto: Autor ignorado.
Conversava com uma amiga, durante um agradável café, sobre hábitos de consumo e preço das coisas. Particularmente itens que tem preços mais altos em virtude de marca ou fama. Ela me mostrou um belo par de sandálias, em estilo retrô  azul marinho, que estava usando. Foram feitos sob medida e por encomenda. Me dizia que foram caros. Perguntei a ela se teriam sido mais caros que um modelo caro de uma dessas marcas famosas de sapatos femininos. Me respondeu que seriam o dobro do preço.

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Lucrando com as mazelas... favela-commodities


Mais um caso de assassinato na favela. Mais uma vez a PM mata. E segue a cantilena de sempre. Por quarenta e oito horas a notícia vai alimentar feeds de notícias e manter a audiência em alta nas redes de TV. Especialistas serão ouvidos, discursos vazios serão proferidos pelos habituais representantes do poder público e da sociedade civil. Depois tudo acaba. Uma nova tragédia deve ocupar o vácuo deixado. Tragédia dá lucro e muita gente ganha.

terça-feira, 10 de outubro de 2017

O nu na arte, na minha arte...

Fotografia da série "Não me olhe assim desse jeito..." (Brasília, 2004). Foto Marcelo Ruiz

Para mim, como artista/fotografo, um corpo nu e apenas um amontoado de argila, material que usamos para esculturas, seja para fazer um molde que posteriormente será usado para fundir a peça definitiva em bronze ou cozido em altas temperaturas para se tornar a escultura em si. No contexto do meu trabalho, um corpo nu é apenas um suporte, um material onde vou expressar meu pensamento/desejo/motivo em realizar determinado trabalho.